Como é a vida após a aposentadoria? É fato que, para cada aposentado, ela caminha de uma forma diferente. Para quem não deixa de trabalhar, pode ser desafiador mudar de área ou sair de uma rotina com horário fixo e registro em carteira para recomeçar com um trabalho autônomo. Mas o desafio pode valer a pena. Neste mês do trabalho, conversamos com Susana Périco, 59, para conhecer sua história e, quem sabe, inspirar outros aposentados que desejam continuar em movimento no mercado.

Susana trabalhou cerca de 40 anos registrada e a vida inteira no setor de aviação civil. Atualmente, aposentada, ela optou pelo trabalho autônomo, tornando-se representante de vendas de produtos da área pet, da qual gosta muito. “É um complemento para a aposentadoria e também uma área que estou gostando demais. Além disso, posso usar toda a experiência que tive com o trabalho com o público”, conta. Confira a entrevista e inspire-se!

Suzana Périco em seu trabalho autônomo na área petFoto: Arquivo pessoal

Susana, conte um pouco sobre a sua trajetória profissional. Você trabalhou 40 anos no mercado de aviação civil e hoje trabalha de forma autônoma em algo diferente, certo?

Sim, trabalhei 40 anos e meio registrada e a vida inteira no mercado de aviação civil. Comecei na área administrativa , fui para a Transbrasil e depois para a Gol. Cheguei a me aposentar oficialmente há quase 12 anos, mas continuei trabalhando e cumprindo horário. Na pandemia, aproveitei uma oportunidade de demissão voluntária que foi muito boa, pois mantive o convênio e benefícios na compra de passagens. Atualmente, trabalho com vendas de produtos na área pet. Antes disso, também trabalhei vendendo produtos de linha profissional para cabeleireiros e tive a ajuda da minha filha para entender o mercado e os produtos. 

Como é a sua rotina hoje? Foi difícil de se acostumar com o trabalho autônomo?

Hoje eu faço visitas a empresas de banho e tosa e clínicas veterinárias para oferecer os produtos. Faço meu horário, agendo com os clientes. Alguns querem de manhã, outros à tarde, então eu procuro ter uma disciplina, organizando uma agenda semanal de trabalho. Aos sábados, às vezes atendo clientes dependendo da necessidade. Se houver uma urgência eles me chamam e eu vou, procurando oferecer o melhor atendimento. 

Um desafio que eu achei que teria no começo foi o de dirigir o dia todo, pois sempre trabalhei na área administrativa, dentro da empresa. Mas agora estou pegando até estrada aqui no interior e estou me adaptando. 

Apesar de serem áreas totalmente diferentes, você acredita que aproveita sua experiência na aviação no mercado pet?

Sim! Sempre trabalhei voltada ao público. Primeiro na área de check in, depois com  atendimento ao cliente, sempre na área de indenização com o cliente prejudicado pela perda de bagagem. Ou seja, sempre trabalhei em conjunto com o SAC e o  jurídico tentando entender a necessidade das pessoas. Eu gosto de trabalhar com público, por isso uso toda a experiência que tenho com isso para conversar, entender a demanda do cliente e tentar solucionar dúvidas que elas tenham quanto aos produtos que vendo.

Trabalhar dessa forma também ajuda a complementar a renda após a aposentadoria?

Com certeza é um bom complemento. Além disso, faço a minha escala de trabalho com flexibilidade, conheço pessoas e me sinto útil. 

Você se sente aposentada apesar de ter um trabalho autônomo?

Me sinto aposentada quando penso no meu horário de trabalho, pois durante anos eu fui CLT e hoje trabalho de forma muito diferente. Normalmente eu trabalho às terças, quintas e sextas. Só vou aos sábados se o cliente chamar. Essa flexibilidade é algo com que não estava acostumada, mas é muito bom.

O que você sugere para os aposentados que gostariam de ter um trabalho autônomo, mas não sabem por onde começar?

A primeira coisa que sugiro é a pessoa entender o que gosta de fazer, com o quê se identifica e tentar. Não pode ter medo de tentar e nem pode pensar que não vai conseguir. Eu preciso ter algo pra fazer além de ser mãe e cuidar da casa, nem que seja meio período. A pessoa vai se adaptando nos horários, trabalhando menos, mas não pode desistir de encontrar uma atividade que ocupe o tempo e ajude na renda se é isso que ela quer. E até um trabalho voluntário vale. Eu pretendo fazer isso futuramente!


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