Como começar a investir quando não se sabe nada sobre investimentos? Muitas vezes pode parecer um bicho de sete cabeças, mas fique tranquilo, você vai perceber que é bem mais simples do que imagina! 

No Brasil, a caderneta de poupança ainda é a principal escolha de quem tem dinheiro para investir. De acordo com o Raio X do Investidor Brasileiro, divulgado neste ano pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais),  23% dos brasileiros guardaram seu dinheiro na aplicação em 2021. Outro dado interessante - e preocupante - é que 61% dos entrevistados disseram que não fazem e não conhecem nenhum tipo de investimento.

Historicamente, investir na poupança sempre pareceu algo certo e simples para os brasileiros. O grande problema em começar a investir escolhendo a poupança é que isso significa perda de dinheiro, especialmente no cenário atual. Há dois anos, a modalidade perde para a inflação. Ou seja, é melhor começar a aprender como investir de outras formas - tão seguras quanto - para preservar e fazer seu dinheiro crescer. Pronto para isso?

Casal entendendo como começar a investir

Foto: goodluz/shutterstock

Como começar a investir abrindo conta em uma corretora

Para começar a investir e ter acesso a mais opções de investimento com melhores rentabilidades é preciso escolher uma corretora de valores reconhecida no mercado. O consultor financeiro César Karam acredita que todos têm capacidade de investir. E, ainda, que com mais pessoas entendendo sobre investimentos e finanças, todo o cenário econômico brasileiro pode ser significativamente alterado. 

Para ele, o primeiro passo é procurar uma corretora e abrir uma conta. Existem muitas no mercado que você pode escolher e a conta é aberta online, sem burocracia. 

Depois, é preciso realizar um teste para descobrir o estilo de investimentos que será mais adequado ao seu perfil de risco. Normalmente, o investidor é classificado em agressivo (quando suporta mais riscos de perder dinheiro para tentar ganhar mais rentabilidade); moderado (quando se dispõe a arriscar um pouco, dentro de um limite seguro na carteira); e conservador (quando tem aversão a riscos).

Perfil de investidor: qual é o seu?

Um investidor agressivo normalmente escolhe investimentos mais arriscados, como os de renda variável. Um investidor conservador, por sua vez, vai ter muitas opções de renda fixa para escolher. E o moderado é aquele que fica entre os dois perfis, até aceitando correr riscos, mas dentro de um limite.

“Hoje em dia está tudo muito mais fácil. É tudo online, você vai ter acesso a uma plataforma onde você vai conseguir fazer suas ordens de compra ou de vendas”, explica Karam.

Como escolher seus investimentos

Depois de abrir conta em uma corretora e entender seu perfil de risco, você deve estabelecer alguns objetivos para o seu dinheiro. Por exemplo, se a ideia é investir para a aposentadoria, você tem alguns anos para aplicar o dinheiro e pode deixar o montante parado. Estamos falando em investimentos de longo prazo. Já se a ideia é ter uma reserva de emergência e o dinheiro precisa poder ser usado a qualquer momento. Estamos falando, portanto, em investimentos que precisam ter liquidez. 

Neste caso, no lugar da poupança, há, por exemplo, recomendações como fundos de investimento com liquidez diária, CDBs com liquidez diária e Tesouro Selic, um título do governo federal. Quando você abre uma conta em uma corretora, terá acesso a um painel com uma série de possibilidades de investimentos. Elas estão divididas por prazo, rentabilidade, valor inicial da aplicação, etc. 

Para começar de fato a investir, será preciso transferir o dinheiro para a sua conta na corretora e fazer suas escolhas. “No fundo, os investimentos de renda fixa são para quem é conservador e quer correr poucos riscos. Já na renda variável, você não sabe quanto de rentabilidade você vai ter. Tanto você pode performar muito melhor do que imagina, como você pode entrar em um momento ruim da economia e perder dinheiro”, explica Karam.

Entenda objetivos e possibilidades

“Se eu fosse uma pessoa que está começando a economizar, conseguindo juntar um pequeno valor como de R$ 1 mil, eu começaria investindo em algo que rendesse juros compostos. Se não quero risco, iria emprestar dinheiro para o governo brasileiro através dos títulos públicos. O Brasil é uma economia forte, que paga juros altos. É raro isso. Por isso vale aproveitar”, diz o administrador e empresário especialista em finanças, Lucas Battistoni.

Já para quem tem quantias mais altas e quer entrar no mercado de investimento, o profissional explica que existem inúmeras formas de investir hoje em dia, podendo, inclusive, aplicar os valores em outros países. 

O ideal, para quem está começando, é ir conhecendo aos poucos cada opção de investimento que tenha a ver com seu perfil. A partir daí será possível ir montando uma carteira de investimentos diversificada que traga rentabilidade e possibilite ir traçando um plano seguro para a conquista da Longevidade Financeira.

Como começar a investir

  • Poupe dinheiro todos os meses
  • Estabeleça objetivos para esse dinheiro
  • Abra conta em uma corretora
  • Transfira o dinheiro a ser investido para sua conta na corretora
  • Faça o teste para entender seu perfil de investidor
  • Pesquise os investimentos que podem fazer sentido para você, checando rentabilidade, riscos, taxas, prazo para resgate
  • Comece aos poucos. Normalmente os investimentos mais simples e seguros depois da poupança são os CDBs e os Títulos do governo
  • Vá montando uma carteira de investimentos diversificada de acordo com seus objetivos e perfil

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