Pesquisas feitas aqui e no exterior apontam que a quantidade de mulheres que investem é menor do que a quantidade de homens investidores. A maioria dessas pesquisas entende que investimento são aplicações feitas no mercado financeiro e mercado de capitais. Quero trazer um outro olhar para esse contexto que, talvez, ajude a entender qual é a dinâmica feminina quando o assunto é investimento.

Investimento não tem gênero, tem objetivo, e deve respeitar o perfil de risco do investidor. Nesse sentido, me atrevo a dizer que as mulheres, talvez, tenham objetivos diferentes dos objetivos dos homens e escolham formas diferentes de investir, sem colocar capital em ativos financeiros.

Investir na educação dos filhos, por exemplo, é um exemplo do ponto que quero colocar. Educar no sentido literal da palavra, educação dentro de casa, princípios e valores que ajudarão a formar cidadãos e cidadãs de bem, de boa índole, responsáveis e íntegros. Nenhuma aplicação do mercado financeiro ajuda a fazer isso.

Administrar as despesas da casa e da família com pulso firme, consumindo e ensinando os filhos a consumir de forma consciente, respeitando limites e comprando somente o essencial e necessário, evitando desperdícios, é outra forma de investir os recursos destinados ao orçamento familiar com sabedoria. Fazer mais com menos dinheiro.
Uma mulher fazendo anotações em um caderno enquanto faz cálculos em uma calculadora. Imagem para ilustrar a matéria sobre como mulheres investem. Crédito: PeopleImages.com - Yuri A/shutterstock

Talvez menos mulheres invistam no mercado de capitais não porque não querem ou não saibam, mas porque têm outras prioridades, com uma arquitetura de escolha diferente. Sim, é verdade que não investem porque não sobra dinheiro ou porque ganham menos do que os homens, mas tudo é uma questão de escolha. A mulher pensa diferente, age diferente, escolhe diferente e direciona o dinheiro pensando mais no bem-estar e na segurança dos entes queridos.

Quando o assunto é endividamento, o outro lado da mesa de quem tem possibilidade de investir, as mulheres são destaque. Mas se enganam os que pensam que as dívidas são contraídas por consumo exagerado, supérfluo ou compras feitas por impulso.

O perfil das dívidas contraídas no cartão revela que essa modalidade de crédito tem sido usada como uma extensão do orçamento das famílias: das dívidas com cartão de crédito, 65% são referentes a compras no supermercado e 41% a compra de remédios ou tratamento médico, segundo o Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro 2022, da Serasa.

As mais privilegiadas, conscientes do desejo de não deixar faltar nada, nem carinho, nem conforto em casa, se preocupam em ter e manter uma reserva financeira, para assegurar que mesmo nos momentos de aperto, o sustento da família estará garantido.

Quando investem em ativos financeiros, buscam alternativas mais conservadoras, não gostam de risco e têm visão de longo prazo. Escolhas que combinam com o propósito de cuidar das pessoas.


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