Ter um automóvel requer uma série de responsabilidades financeiras. Ao decidir comprar um carro é necessário colocar os gastos (os atuais e futuros) na ponta do lápis. Assim fica mais fácil entender se vale mais a pena adquirir esse bem ou comodidade do aplicativo de transporte.

Comprar um carro é uma escolha subjetiva e que leva em consideração as necessidades individuais do comprador. O cuidado com a família, uma renda extra com viagens particulares ou mesmo conforto. Independente dos motivos, é preciso ter planejamento financeiro para que o automóvel não seja um problema.

A pesquisa Brand Health Tracker 2021, elaborada pela OLX, relevou que o preço ainda é um dos fatores mais decisivo na hora de comprar um carro. Segundo a lista, o que se leva em conta é:

  1. Preço;

  2. Segurança;

  3. Consumo de combustível;

  4. Conforto;

  5. Manutenção;

  6. Marca;

  7. Tecnologia;

  8. Espaço interno/porta-malas;

  9. E custo de seguro.

Dos fatores decisivos, quatro envolvem dinheiro: o preço do combustível, do carro, do seguro e da manutenção.

Já que o valor do carro é um dos principais fatores decisivos para a compra, veja abaixo quanto custa manter um carro zero por cerca de um ano. Para o cálculo, vamos considerar o automóvel mais barato da tabela Fipe.

Quantos custa comprar um carro e mantê-lo?

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas desenvolveu a Tabela Fipe. Ela tem o objetivo de expressar os preços médios dos veículos anunciados. É um parâmetro para avaliação e negociação. 

De acordo com a tabela, o automóvel mais barato é o Buggy, da marca Baby, custando R$ 53 mil. Considerando o modelo, usaremos o cálculo do segundo automóvel mais barato, o KWID Zen, da Renault. O modelo, zero-km, custa R$ 64.397.

Seu custo, ao longo de cerca de um ano, seria de:

  • Gasolina: R$ 5.140

  • IPVA: R$ 2.357

  • Revisão 10.000 km: R$ 428

  • Seguro: R$ 2.795

  • Total: R$ 10.720

O cálculo feito foi com base na pesquisa do Auto Papo, que leva em considerações os seguintes fatores:

A quilometragem pondera que o brasileiro roda, em média, 1.000 km por mês. Logo, 12.000 km no ano.

O consumo considera a média com gasolina na cidade dentro dos padrões do Inmetro publicados no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) edição 2021 para os 0 km e referente ao ano do seminovo.

O combustível leva em consideração o preço médio Brasil de R$ 6,591 o litro da gasolina comum, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana de 19/06/2022 a 25/06/2022.

> O IPVA baseia-se que o estado de São Paulo cobra 4% sobre o valor venal do carro previsto na tabela Fipe.

A manutenção, de acordo com a pesquisa, considera o padrão de quilometragem rodada por mês, as revisões para preço fixo divulgados pelas montadoras. Contudo, não é levado em consideração as despesas extras. Como colisões, troca de pneus e de amortecedores, que não são manutenções cobertos pela garantia de fábrica.

O seguro respeita a cotação mais barata dentro de perfil de homem, 40 anos, casado e morador da zona oeste de São Paulo. Aqui, não entram custos com a franquia.

O aumento do custo ao longo do último ano

Ao longo de 2021, os carros zero-km tiveram aumento de preços médio de 9%. Os dez carros mais vendidos no último ano tiveram uma alta ainda maior: 25,4%. Um levantamento da Kelley Blue Book Brasil (KBB), empresa especializada em pesquisa de preços de veículos, mostrou que o Hyundai Creta foi o modelo com maior aumento de preço.

Seu valor passou de R$ 90.497 em janeiro de 2021, em média, para R$ 122.151 em dezembro do mesmo ano. Mesmo que a alteração de preço tenha sido por melhorias no modelo, foi uma variação de 35%.

Quando o assunto é o combustível, o preço fechou, em julho de 2022, em R$ 5,74. O registro foi o menor, desde a semana de 28 de junho a 3 de julho de 2021, que fechou em R$ 5,68. O litro mais alta da gasolina, na última semana de julho de 2022 foi em Barueri, São Paulo: R$ 7,49.

Segundo o estudo realizado pela TEx, julho de 2022 foi o quarto mês consecutivo de alta no valor do seguro automotivo. Além disso, de acordo com o levantamento, ao contratar o seguro, o valor, no primeiro mês, é fixado em 5,7% do preço do automóvel. Ou seja, um carro de R$ 50 mil tem um seguro de cerca de R$ 2.850.

Com o aumento registrado em junho, o índice foi para 6,5%, fazendo o seguro valer R$ 3.250 pelo mesmo automóvel.

Vale lembrar que o preço dos seguros varia de acordo com o carro, região e gênero e faixa etária do contratante.

Tudo isso mostrar que os cálculos podem variar de acordo com as condições econômicas do país. O que reforça a necessidade do planejamento.
Dois idosos dentro de um carro. Imagem para ilustrar a matéria sobre comprar um carro. Crédito: Rogel Silas/shutterstock

Comprar um carro ou usar aplicativo de transporte?

Escolher comprar um carro, como dito no início, é uma questão subjetiva. Mesmo com o alto custo anual e com os aumentos, devido a inflação, é inegável que comprar um carro representa conforto. Afinal, é possível se locomover quando se deseja.

Entre as vantagens de se comprar um carro, temos:

  • Deslocamento rápido e acessível;

  • Conforto individual e para toda a família;

  • Economia em viagens mais longas;

  • Autonomia e independência.

Por conta do alto custo, muitas pessoas preferem usar um aplicativo de transporte. A praticidade e a economia são fatores que interferem nessa escolha.

A pesquisa realizada pela Datafolha, em maio de 2021, revelou que 40% dos entrevistados que usam aplicativos de transporte queria evitar transportes coletivos lotados; 35% usam para ir ao mercado e 21% para ir ao trabalho.

É preciso pontuar que a pesquisa se refere ao ano de 2021, durante a pandemia de Covid-19. A presença do vírus e a necessidade de afastamento potencializaram as viagens por aplicativo.

Vantagens e desvantagens dos aplicativos

Entre as vantagens dos aplicativos estão:

  • Baixo custo para viagens curtas;

  • Não exige a necessidade de ta habilitação;

  • Economia com estacionamento;

  • Variedade na forma de pagamento;

  • Oportunidade de ir e voltar para onde se quer de madruga;

  • É possível consumir bebidas alcoólicas sem preocupações.

Mas o aplicativo não soluciona todos os problemas e também conta com desvantagens. São elas:

  • A necessidade de internet para o uso do app;

  • Mudanças constantes de preço;

  • Risco de atrasos;

  • Limite de transporte de carga e de animais de estimação;

  • Em alguns casos, falta de segurança.

O que vale mais a pena: usar um app ou comprar um carro?

Não existe resposta certa para a pergunta, já que o uso de ambos depende das necessidades pessoais de cada um. Mas, é preciso ter em mente que comprar um carro ou usar um aplicativo requer investimento financeiro.

Por esse motivo, ter um planejamento de gastos (e de quanto se pode gastar) é um dos passos fundamentais para a escolha. Para aqueles que precisam se locomover diariamente, ter o transporte como um ponto específico do orçamento é essencial.

Pensando nisso, veja a planilha de planejamento financeira exclusiva do Instituto de Longevidade MAG e veja como organizar as suas finanças. Seja comprando um carro ou optando pelo uso de app, o planejamento deve vir em primeiro lugar.

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