Ter um automóvel requer uma série de responsabilidades financeiras. Ao decidir comprar um carro é necessário colocar os gastos (os atuais e futuros) na ponta do lápis. Assim fica mais fácil entender se vale mais a pena adquirir esse bem ou comodidade do aplicativo de transporte.
Comprar um carro é uma escolha subjetiva e que leva em consideração as necessidades individuais do comprador. O cuidado com a família, uma renda extra com viagens particulares ou mesmo conforto. Independente dos motivos, é preciso ter planejamento financeiro para que o automóvel não seja um problema.
A pesquisa Brand Health Tracker 2021, elaborada pela OLX, relevou que o preço ainda é um dos fatores mais decisivo na hora de comprar um carro. Segundo a lista, o que se leva em conta é:
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Preço;
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Segurança;
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Consumo de combustível;
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Conforto;
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Manutenção;
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Marca;
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Tecnologia;
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Espaço interno/porta-malas;
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E custo de seguro.
Dos fatores decisivos, quatro envolvem dinheiro: o preço do combustível, do carro, do seguro e da manutenção.
Já que o valor do carro é um dos principais fatores decisivos para a compra, veja abaixo quanto custa manter um carro zero por cerca de um ano. Para o cálculo, vamos considerar o automóvel mais barato da tabela Fipe.
Quantos custa comprar um carro e mantê-lo?
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas desenvolveu a Tabela Fipe. Ela tem o objetivo de expressar os preços médios dos veículos anunciados. É um parâmetro para avaliação e negociação.
De acordo com a tabela, o automóvel mais barato é o Buggy, da marca Baby, custando R$ 53 mil. Considerando o modelo, usaremos o cálculo do segundo automóvel mais barato, o KWID Zen, da Renault. O modelo, zero-km, custa R$ 64.397.
Seu custo, ao longo de cerca de um ano, seria de:
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Gasolina: R$ 5.140
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IPVA: R$ 2.357
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Revisão 10.000 km: R$ 428
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Seguro: R$ 2.795
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Total: R$ 10.720
O cálculo feito foi com base na pesquisa do Auto Papo, que leva em considerações os seguintes fatores:
> A quilometragem pondera que o brasileiro roda, em média, 1.000 km por mês. Logo, 12.000 km no ano.
> O consumo considera a média com gasolina na cidade dentro dos padrões do Inmetro publicados no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) edição 2021 para os 0 km e referente ao ano do seminovo.
> O combustível leva em consideração o preço médio Brasil de R$ 6,591 o litro da gasolina comum, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana de 19/06/2022 a 25/06/2022.
> O IPVA baseia-se que o estado de São Paulo cobra 4% sobre o valor venal do carro previsto na tabela Fipe.
> A manutenção, de acordo com a pesquisa, considera o padrão de quilometragem rodada por mês, as revisões para preço fixo divulgados pelas montadoras. Contudo, não é levado em consideração as despesas extras. Como colisões, troca de pneus e de amortecedores, que não são manutenções cobertos pela garantia de fábrica.
> O seguro respeita a cotação mais barata dentro de perfil de homem, 40 anos, casado e morador da zona oeste de São Paulo. Aqui, não entram custos com a franquia.
O aumento do custo ao longo do último ano
Ao longo de 2021, os carros zero-km tiveram aumento de preços médio de 9%. Os dez carros mais vendidos no último ano tiveram uma alta ainda maior: 25,4%. Um levantamento da Kelley Blue Book Brasil (KBB), empresa especializada em pesquisa de preços de veículos, mostrou que o Hyundai Creta foi o modelo com maior aumento de preço.
Seu valor passou de R$ 90.497 em janeiro de 2021, em média, para R$ 122.151 em dezembro do mesmo ano. Mesmo que a alteração de preço tenha sido por melhorias no modelo, foi uma variação de 35%.
Quando o assunto é o combustível, o preço fechou, em julho de 2022, em R$ 5,74. O registro foi o menor, desde a semana de 28 de junho a 3 de julho de 2021, que fechou em R$ 5,68. O litro mais alta da gasolina, na última semana de julho de 2022 foi em Barueri, São Paulo: R$ 7,49.
Segundo o estudo realizado pela TEx, julho de 2022 foi o quarto mês consecutivo de alta no valor do seguro automotivo. Além disso, de acordo com o levantamento, ao contratar o seguro, o valor, no primeiro mês, é fixado em 5,7% do preço do automóvel. Ou seja, um carro de R$ 50 mil tem um seguro de cerca de R$ 2.850.
Com o aumento registrado em junho, o índice foi para 6,5%, fazendo o seguro valer R$ 3.250 pelo mesmo automóvel.
Vale lembrar que o preço dos seguros varia de acordo com o carro, região e gênero e faixa etária do contratante.
Tudo isso mostrar que os cálculos podem variar de acordo com as condições econômicas do país. O que reforça a necessidade do planejamento.
Crédito: Rogel Silas/shutterstock
Comprar um carro ou usar aplicativo de transporte?
Escolher comprar um carro, como dito no início, é uma questão subjetiva. Mesmo com o alto custo anual e com os aumentos, devido a inflação, é inegável que comprar um carro representa conforto. Afinal, é possível se locomover quando se deseja.
Entre as vantagens de se comprar um carro, temos:
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Deslocamento rápido e acessível;
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Conforto individual e para toda a família;
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Economia em viagens mais longas;
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Autonomia e independência.
Por conta do alto custo, muitas pessoas preferem usar um aplicativo de transporte. A praticidade e a economia são fatores que interferem nessa escolha.
A pesquisa realizada pela Datafolha, em maio de 2021, revelou que 40% dos entrevistados que usam aplicativos de transporte queria evitar transportes coletivos lotados; 35% usam para ir ao mercado e 21% para ir ao trabalho.
É preciso pontuar que a pesquisa se refere ao ano de 2021, durante a pandemia de Covid-19. A presença do vírus e a necessidade de afastamento potencializaram as viagens por aplicativo.
Vantagens e desvantagens dos aplicativos
Entre as vantagens dos aplicativos estão:
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Baixo custo para viagens curtas;
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Não exige a necessidade de ta habilitação;
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Economia com estacionamento;
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Variedade na forma de pagamento;
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Oportunidade de ir e voltar para onde se quer de madruga;
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É possível consumir bebidas alcoólicas sem preocupações.
Mas o aplicativo não soluciona todos os problemas e também conta com desvantagens. São elas:
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A necessidade de internet para o uso do app;
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Mudanças constantes de preço;
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Risco de atrasos;
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Limite de transporte de carga e de animais de estimação;
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Em alguns casos, falta de segurança.
O que vale mais a pena: usar um app ou comprar um carro?
Não existe resposta certa para a pergunta, já que o uso de ambos depende das necessidades pessoais de cada um. Mas, é preciso ter em mente que comprar um carro ou usar um aplicativo requer investimento financeiro.
Por esse motivo, ter um planejamento de gastos (e de quanto se pode gastar) é um dos passos fundamentais para a escolha. Para aqueles que precisam se locomover diariamente, ter o transporte como um ponto específico do orçamento é essencial.
Pensando nisso, veja a planilha de planejamento financeira exclusiva do Instituto de Longevidade MAG e veja como organizar as suas finanças. Seja comprando um carro ou optando pelo uso de app, o planejamento deve vir em primeiro lugar.
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