Selic, Copom, títulos do Tesouro, índices inflacionários. Se você tem ouvido muito esses termos, mas eles ainda parecem “grego”, fique tranquilo, pois vamos te ajudar a entender o que você precisa para o seu dia a dia. O primeiro ponto é: os juros altos imperam no Brasil. Na última reunião do Copom, ocorrida nesse mês de março, eles foram mantidos em  13,75% ao ano. Isso significa uma série de perdas ou oportunidades, por isso é preciso que você esteja atento.

Para começar, quando falamos em juros, falamos em taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Ela serve de referência para outras taxas de juros de empréstimos e financiamentos. Por isso, quando ela sobe, estas outras taxas tendem a subir também. Agora ela está bem alta e a explicação é que o governo tenta controlar o aumento de preços subindo os juros.

De forma resumida, com o custo mais alto do dinheiro, as pessoas pegam menos empréstimo e compram menos e, em contrapartida, os preços precisam diminuir para as pessoas comprarem mais. Essa é a ideia.

juros altos podem proporcionar ganhos ou perdas

Crédito:rafastockbr/shutterstock

Como juros altos podem prejudicar o bolso

Os juros altos podem prejudicar o bolso de quem precisa de dinheiro, pois, como explicamos, o custo dele ficou maior. Por isso, a primeira coisa a fazer é checar se você tem dívidas que estejam atreladas à taxa Selic ou está pensando em pedir empréstimo ou fazer um financiamento. Agora é a hora de só pegar dinheiro emprestado se for absolutamente essencial. E também de trocar dívidas mais caras por outras mais baratas.

Lembre também que algumas dívidas, como as de cheque especial e cartão de crédito, podem arruinar as finanças. Neste caso, é sempre melhor recorrer a empréstimos pessoais, microcrédito ou consignado, que têm taxas menores. Vale até mesmo checar o penhor de joias da Caixa Econômica Federal.

Ainda assim, cheque se o empréstimo ou financiamento será usado para algo realmente necessário e urgente. Caso contrário, é melhor aguardar por um cenário mais favorável. Para ter ideia, a alta dos juros já levou à alta de outros financiamentos. O imobiliário, que até meados de 2020 estava em cerca de 7%a.a devido aos juros baixos na economia,  já passou para mais de 10%a.a. Isso significa um aumento considerável no valor final no longo prazo. Portanto, se der para esperar é melhor. Se não der, negocie sempre!


CONFIRA NO VÍDEO: Mais dicas para considerar ao tomar dinheiro emprestado


Como juros altos podem ajudar quem quer investir sem risco

Agora vamos ao outro lado da moeda. Com juros de 13,75%, perde quem precisa de dinheiro, mas ganha quem tem dinheiro para investir e não quer correr riscos. Ou seja, tem um perfil mais conservador. É comum que muitas pessoas com esse perfil ainda deixem o dinheiro na poupança. Com os juros altos, porém, existem alternativas melhores com a mesma segurança. 

Se você tem dinheiro para investir, vale conferir algumas opções apontadas pelo assessor de investimentos da iHUB, Diogo Santos, para quem é conservador, mas quem ganhar com os juros altos:

Tesouro Direto Selic

O Tesouro Direto Selic rende 100% da taxa básica de juros. Isso significa que no início de 2021, o retorno era de 2% ao ano, mas agora é de 13,75% a.a. “Essa aplicação é considerada por muitos analistas o investimento mais seguro no Brasil. Além de trazer segurança, ele rende mais do que a poupança e caso o resgate seja solicitado até às 13h o recurso é liberado no mesmo dia, após este horário a liquidez é em D+1, ou seja, o dinheiro cai na sua conta no dia seguinte”, explica o assessor de investimentos da iHUB. Vale lembrar apenas de consultar taxas e IR. Para aplicar no Tesouro Selic é preciso abrir uma conta em uma corretora de valores. 

CDB – Certificado de Depósito Bancário

Os CDBs são outra opção para quem quer ganhar com a alta dos juros. Quando se investe em CDBs o investidor está realizando um empréstimo para o banco e, por isso, ele o remunera. Os CDBs contam com uma segurança adicional que é a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de até R$250 mil por CPF e por instituição, caso o banco emissor venha a falir.

De acordo com o assessor de investimentos, o destaque vai para os CDBs pós-fixados e atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanham a taxa de juros.

Diogo explica que para quem precisa de liquidez diária eventualmente há  oportunidades que pagam em média 103% do CDI, mas é importante saber que isso varia de acordo com a disponibilidade do produto. Para aqueles que não têm a necessidade de uma liquidez tão curta e podem deixar dinheiro investido, é possível encontrar opções que pagam 120% do CDI ou até mais, que também depende da disponibilidade.  

LCIs e LCAS – Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio

As LCIs e as LCAs são títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário e ao mercado do agronegócio. Também contam com a garantia do FGC e são muito parecidas com o CDB, porém, possuem um diferencial muito interessante que é o fato de serem isentas de imposto de renda.

“É comum encontrar LCIs que pagam 100% do CDI, mas vale lembrar que por ser isento de IR, uma LCI com vencimento para até 180 dias é equivalente a um CDB que paga 129% do CDI, por isso, vale a pena fazer essa conta e se tiver dúvidas converse com seu assessor” explica Santos. 

Fundos de Investimentos Referenciados DI

Os Fundos DI buscam obter retornos que acompanham o CDI. Suas características principais são: baixa volatilidade e baixas taxas de administração. Com frequência são utilizados como caixa ou reserva de emergência por possuírem retornos próximos ao CDI, aliado a liquidez imediata ou D+1. Mas, isso pode variar de fundo para fundo e, por isso, é muito importante ler o prospecto e conversar com um assessor de investimentos  para se assegurar de que a escolha está adequada a seu objetivo.

É importante entender que as melhores taxas para esses investimentos costumam estar nas prateleiras das corretoras de valores e não nos bancos, por isso o ideal é abrir uma conta para poder contar com mais opções. Também é possível conseguir alternativas melhores que a da poupança em bancos digitais, como PicPay, Inter e Nubank. Neles há CDBs com resgate diário também. 

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