Estresse, sedentarismo e tabagismo. Some isso a alimentação não saudável, anticoncepcionais e ritmo de vida cada vez mais acelerado, além de diabetes, colesterol e pressão alta. O resultado é que o infarto cresce entre as mulheres.

“Houve uma subida significativa entre elas”, reforça o cardiologista Marcelo Sampaio, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O médico afirma que, há 50 anos, elas representavam 10% dos casos. Hoje são 48%. “Mas a doença ainda ataca mais os homens.”

Quase metade dos casos de infarto não apresenta sintomas, segundo estudo da American Heart Association. São detectados apenas quando é realizado um eletrocardiograma. Mas, quando aparecem, as mulheres apresentam sinais da doença classificados como atípicos.

Podem ser cansaço súbito, dor no estômago, sudorese, dor nas costas, palpitação e tontura. “Os outros sintomas, tais como dor no peito, irradiada para o braço esquerdo, são semelhantes em ambos”, explica o cardiologista Otavio Gebara, diretor-médico do Hospital Santa Paula.

Também é preciso dar atenção à falta de ar, à queimação no estômago sem relação com alimentos e ao desconforto no peito após atividades físicas.

Idades 

Nos homens, o infarto ataca mais até os 60 a 70 anos, sinaliza Gebara. Sampaio acrescenta que, ao longo dos anos, a idade vem diminuindo.

A mulheres, por sua vez. contam com um aliado protetivo – o sistema hormonal. “Tem a ver com a proteção estrogênica, que é produzida pelos ovários. Quando ocorre a menopausa, por volta dos 50 anos e cessa a produção de estrogênio, a incidência em mulheres aumenta”, afirma Gebara.

Prevenção

Para prevenir, não há como fugir das orientações tradicionais, como alimentação balanceada, cessação do tabagismo, exercícios físicos e controle de diabetes, hipertensão, obesidade e colesterol.

Os exames de colesterol e pressão, para quem tem histórico na família, devem começar entre os 15 e 20 anos, destaca Sampaio. Para os demais casos, o monitoramento pode começar entre 30 e 40 anos.

E, segundo o cardiologista da BP, é preciso que as mulheres deem mais atenção aos exames do coração. Tradicionalmente, elas vão a ginecologistas e até acompanham companheiros no cardiologista. Mas não “têm foco no infarto”.

Tratamento

Mas, se a pessoa já foi vítima de infarto, o primeiro remédio será correr para o hospital. Lá podem ser feitos uso de medicamentos ou procedimentos cirúrgicos que restabeleçam o fluxo de sangue para o coração.

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