Você já ouviu falar em endotélio? Apesar de pouco conhecido fora da medicina, esse tecido tem papel essencial para a saúde do coração e dos vasos sanguíneos. Trata-se de uma fina camada de células que reveste internamente as artérias e veias do corpo, funcionando como uma barreira protetora e, ao mesmo tempo, como um regulador da circulação do sangue.
Quando o endotélio está saudável, ajuda, por exemplo, a controlar a pressão arterial, evita a formação de coágulos e protege contra inflamações. Por outro lado, quando danificado, pode comprometer o bom funcionamento do sistema cardiovascular.
O problema começa quando essa estrutura tem sua função prejudicada, condição que recebe o nome de disfunção endotelial. Muitas vezes silenciosa, a alteração é um dos primeiros passos rumo a doenças graves que atingem esse sistema.
O que acontece no organismo
O endotélio saudável age como uma espécie de “órgão invisível” dentro dos vasos sanguíneos, liberando substâncias que mantêm a circulação do sangue em equilíbrio. O óxido nítrico é um dos principais protetores: ajuda os vasos a relaxarem, melhora a circulação e evita a formação de coágulos.
Quando há disfunção, a produção de óxido nítrico cai, os vasos ficam mais “duros” e menos capazes de se expandir. Há ainda um aumento de radicais livres que provocam estresse oxidativo, danificando as células. Diante desse cenário, o endotélio passa a liberar substâncias vasoconstritoras, como a endotelina-1, que deixam os vasos rígidos e estreitos.
O ambiente também se torna mais inflamatório e trombótico, isto quer dizer: moléculas de adesão atraem células de defesa que se grudam na parede dos vasos, favorecendo a formação de placas de gordura e coágulos. Em resumo, esse desequilíbrio entre menos substâncias protetoras e mais substâncias agressivas é o que caracteriza a disfunção endotelial. Um agravante é que a condição pode evoluir por anos sem sintomas.
Crédito: SORASIT SRIKHAM-ON/Shutterstock
Consequências a longo prazo
Assim, a disfunção endotelial não é uma doença em si, mas o gatilho inicial para várias condições cardiovasculares. Ela contribui para o aumento da pressão arterial (como vimos, quando o endotélio perde sua função, os vasos ficam mais rígidos e menos capazes de se dilatar) e abre caminho para a aterosclerose - a progressão de placas de gordura que se acumulam e podem prejudicar ou obstruir a circulação do sangue.
Com o tempo, essa combinação aumenta significativamente o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, a sobrecarga imposta ao coração pode levar à insuficiência cardíaca. Ou seja, uma alteração silenciosa no endotélio pode ser o ponto de partida para desfechos clínicos
sérios, que impactam diretamente a qualidade e a expectativa de vida. Por isso, os especialistas a consideram um marcador precoce e importante de risco cardiovascular.
Fatores de risco
A disfunção endotelial não aparece de forma isolada: ela costuma ser consequência de uma combinação de fatores. A hipertensão arterial, por exemplo, expõe os vasos a uma pressão elevada e constante. O diabetes também tem grande impacto, já que a glicose em excesso no sangue provoca estresse oxidativo e inflamação.
Já o colesterol elevado, especialmente o LDL, facilita o acúmulo de gordura na parede dos vasos, enquanto o tabagismo libera substâncias tóxicas que reduzem a proteção natural do endotélio e aumentam a inflamação.
O excesso de peso e o sedentarismo também estão intimamente ligados ao problema: a obesidade favorece um estado inflamatório crônico e resistência à insulina, enquanto a falta de atividade física reduz os estímulos que naturalmente estimulam a liberação de óxido nítrico.
Outros elementos menos lembrados, mas igualmente importantes, são o estresse crônico, a má qualidade do sono e a exposição contínua a poluentes, todos capazes de aumentar a produção de radicais livres e agravar a disfunção endotelial.
Como prevenir
A boa notícia é que a função endotelial pode ser preservada — e até melhorada — com certos cuidados e mudanças no estilo de vida. Praticar atividade física regular, adotar uma alimentação equilibrada, não fumar e moderar o consumo de álcool são atitudes fundamentais. Além disso, o acompanhamento médico com exames de rotina permite identificar precocemente fatores de risco e tratá-los antes que causem danos mais graves.
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