Você já deve ter reparado que algumas pessoas envelhecem cada vez mais felizes e satisfeitas com a vida. Já muitas se tornam mais pesadas e rabugentas, reclamando de tudo.
O que está por trás dessa diferença?
As respostas mais comuns só atingem a superfície, girando em torno de que “algumas pessoas são mais positivas e outras negativas”.
OK, mas o que está por trás disso?
Alguns vão dizer que é a genética _ e não deixam de ter razão. Estima-se que cerca de 50% da felicidade seja herdada dos nossos pais, mas isso não é algo que podemos mudar.
Outros vão acusar o ambiente, já que certas pessoas tiveram a sorte de estar em um favorável, embora a ciência diga que não é um fator relevante.
Todos nós passamos por muitas adversidades na vida. Perdas repentinas, atritos pessoais, acidentes... O que realmente faz diferença é como essas adversidades ficam em nós. Elas podem nos traumatizar, colocar para baixo, afetar a autoestima. Ou podem nos fortalecer, gerar sabedoria e mais capacidade de valorizar o que temos.
“Forçar o pensamento para algo do tipo ‘passou, não quero mais pensar nisso’ não limpa o organismo, só deixa a sujeira embaixo do tapete”
O que faz as pessoas transformarem adversidades em sofrimento ou aprendizado é a capacidade de lidar com essas experiências adversas. Para isso, em vez de evitar os sentimentos negativos, o caminho é permitir com que se expressem e façam o seu trabalho interno em nós, o que é um processo automático, que não devemos bloquear.
Forçar o pensamento para algo do tipo “passou, não quero mais pensar nisso” não limpa o organismo, só deixa a sujeira embaixo do tapete. Drogas, Facebook, seriados e videogames também só oferecem alento momentâneo, seguidos de rebote.
Nos últimos anos, houve grandes avanços na psicologia para acelerar e aprofundar a faxina emocional.
Quem guarda tralhas das adversidades (mágoas, tristeza, angústia, raiva, nojo, medos) pode escolher procurar um terapeuta que faça EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing; Dessensibilização e Reprocessamento Por Meio dos Movimentos Oculares, em tradução livre), Brainspotting (método de tratamento que identifica, processa e libera as fontes neuropsicológicas de dor física ou emocional) ou Experiência Somática. Ou ainda usar por conta própria a ferramenta de autoterapia PREP (Processamento e Recodificação das Emoções e Pensamentos).
Os resultados são, na maioria das vezes, surpreendentes.
Como costumam dizer aqueles que se aliviaram ao usar tais técnicas para dissolver memórias traumáticas, é ruim, mas faz bem.