Desconforto ao fazer sexo na menopausa é uma queixa comum nos consultórios médicos. O problema – que muitas vezes começa antes, na perimenopausa, entre os 40 e 52 anos – “é resultante da falência ovariana”, que gera uma alteração hormonal conhecida como hipoestrogenismo “e provoca transformações no organismo, principalmente no sistema geniturinário”, explica a dermatologista Elizabeth Senra, especialista em rejuvenescimento íntimo.

“A baixa de estradiol leva à diminuição da hidratação da mucosa vaginal, bem como do tecido subcutâneo e da sua capacidade de se regenerar. O resultado desse processo é a atrofia do tecido vulvar, que passa a incomodar a mulher, com sintomas como ressecamento vaginal, irritação e dispareunia [dor no ato da relação sexual] e, consequentemente, diminuição da libido e do prazer.”

Soma-se a isso a síndrome do relaxamento vaginal, “provocada por alterações fisiológicas que o corpo passa ao longo da vida – como gestações e mudanças hormonais” –, que leva à diminuição do tônus do órgão. Além de leve incontinência urinária, essa flacidez, muitas vezes, provoca uma perda do prazer tanto da mulher quanto do seu parceiro.

A boa notícia é que um tratamento íntimo “rápido e praticamente indolor”, o laser vaginal, passou a oferecer à mulher “resultados próximos da funcionalidade normal antes da menopausa”, segundo a médica. E, com outras técnicas associadas, “pode corrigir sinais de envelhecimento ou alterações de pequenos ou grandes lábios murchos, além do escurecimento da região e redução do monte de Vênus”.

Como é o tratamento com laser vaginal?

O laser é introduzido no canal vaginal, promovendo um efeito de contração instantânea na musculatura, o que aumenta o tônus basal e estimula a produção de colágeno. Com a temperatura local mais alta, ocorre um maior aporte sanguíneo para a região, aumentando a umidade, melhorando a lubrificação e restaurando a mucosa e a elasticidade.

Para quem é indicado e contraindicado?

Suas maiores indicações são para as mulheres menopausadas que não podem fazer reposição hormonal e sofrem com a baixa do estrogênio; as com diagnóstico de síndrome do relaxamento genital e/ou com sintomas de incontinência urinária, atrofia e secura vaginal. É contraindicado para gestantes, mulheres em período de menstruação, imunocomprometidas ou com doenças autoimunes.


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Em quanto tempo o resultado aparece?

“Os resultados já são visíveis nos primeiros 15 dias, com melhora progressiva nos meses seguintes”, diz Elizabeth. O procedimento possui baixo grau de complexidade, sendo realizado no consultório médico, num processo “rápido e praticamente indolor”, podendo a paciente retornar as suas atividades diárias logo após a aplicação.

Qual o valor do procedimento?

“O protocolo consiste de três a quatro aplicações, dependendo da queixa da paciente, com intervalos mensais”, afirma a especialista. O custo médio por sessão é de R$ 1.500 a R$ 2.000.

 “Elas sentem-se mais seguras, mais poderosas, mais bonitas e, consequentemente, mais atraentes e interessantes para seus parceiros”

Para a antropóloga Mirian Goldenberg, autora de "Por que os homens preferem as mulheres mais velhas?” e de pesquisas sobre envelhecimento, a procura por tratamentos desse tipo “reflete tanto o pânico feminino diante do desejo de ser sempre jovem e linda como um investimento que elas querem e podem fazer dentro de um determinado modelo de corpo”.

“São mulheres que não querem envelhecer ‘naturalmente’. Elas se sentem no direito – e, muitas vezes, na obrigação – de permanecer jovens para sempre. Elas dizem que fazem [tratamentos de rejuvenescimento] para elas, mas, ao fazer, sentem-se mais seguras, mais poderosas, mais bonitas e, consequentemente, mais atraentes e interessantes para seus parceiros.”

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