Entre os dias 28 e 29 de outubro, durante o Fórum da Longevidade 2025, em São Paulo, acontece o evento Diálogos Estratégicos de Negócios da Longevidade, sob curadoria e condução do consultor e escritor Ricardo Oliveira Neves. Brasileiro radicado em Berlim, Ricardo é mestre de cerimônias do encontro e referência internacional em inovação e transformação de negócios ligados às Ciências da Vida.
Autor de dez livros sobre inovação e mudanças sistêmicas, entre eles "Viver Mais, Pensar Diferente", Ricardo também é curador do tema Economia da Longevidade na Casa de Inovação Social de Davos, realizada paralelamente ao Fórum Econômico Mundial.
Foto: Ricardo Neves, curador do Diálogos Estratégicos da Longevidade (Divulgação)
Um olhar global sobre o envelhecimento
“Nos últimos anos, morando fora do Brasil - já faz quase uma década -, fui percebendo uma diferença marcante na forma como a Europa encara o envelhecimento”, afirma Ricardo. “Aqui, a pirâmide demográfica já virou: mais de um terço da população tem mais de 60 anos, e a ideia de ‘ficar velho’ acontece muito mais tarde do que no Brasil. As pessoas vivem mais, trabalham mais tempo e continuam ativas de outras formas. Isso muda completamente o modo como a sociedade entende o valor da experiência e da longevidade produtiva".
O curador explica que, acompanhando os avanços das ciências da vida, percebeu o quanto estamos próximos de “um ponto de inflexão”. Segundo ele, “pesquisadores de diferentes áreas - biotecnologia, genética, longevidade celular - estão abrindo caminhos que prometem não apenas prolongar a vida, mas estender de forma real o período de saúde e vitalidade".
“A ideia de viver cem anos com qualidade já não é uma ficção futurista: é uma meta que pode ser alcançada em uma década, talvez menos”, completa.
Diálogos Estratégicos da Longevidade
Com uma carreira voltada à integração entre ciência e mercado, Ricardo destaca que sua atuação o levou “ao centro de um ecossistema internacional que reúne cientistas, investidores e empresas comprometidas com a construção de um novo paradigma: o da vida centenária como o novo normal”.
Esse olhar global o inspirou a voltar a atenção ao Brasil. “Nosso país está envelhecendo numa velocidade impressionante. Em apenas quatro décadas percorremos o mesmo caminho demográfico que a Europa levou cerca de duzentos anos para trilhar”, aponta. “Esse fenômeno não se explica apenas pelo aumento da expectativa de vida, mas também pela queda vertiginosa da taxa de fertilidade, que hoje já se aproxima dos níveis europeus".
Foi a partir dessa constatação que nasceram os Diálogos Estratégicos da Longevidade, dentro da Expo Longevidade. “O objetivo é sensibilizar o setor privado brasileiro para a urgência de se preparar para essa nova realidade. A longevidade não é apenas uma pauta social ou de saúde pública - é, sobretudo, um tema estratégico de negócios”, explica. “Empresas de todos os setores precisarão repensar produtos, serviços, modelos de trabalho e relacionamento com consumidores que viverão cem anos ou mais".
Conexões e inspiração para o futuro
Segundo Ricardo Neves, a programação foi pensada para gerar conexões reais entre lideranças empresariais, especialistas e gestores públicos. “Queremos promover conversas que inspirem e, ao mesmo tempo, apontem caminhos práticos para transformar ciência em estratégia, e envelhecimento em oportunidade de inovação”, afirma.
Os Diálogos Estratégicos da Longevidade reúnem painéis com temas diversos - das finanças à saúde, do trabalho com propósito à moradia urbana e à gestão de pessoas. Entre os convidados estão Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade MAG; Devanir Silva, presidente da Abrapp; Marcelo Farinha, presidente da Petros; Antonio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade MAG; Juliana Ramalho, da Talento Sênior; e Walter Feldman, curador do Fórum de Longevidade.
“Todos os debates convergem para a mesma ideia: preparar o Brasil para um futuro que já começou”, resume Ricardo.
O painel de encerramento, intitulado ‘São Paulo - Brasil: Longevidade Conexão Global’, sintetiza a proposta do evento. “Acreditamos que o Brasil tem tanto a aprender quanto a ensinar”, explica. “Podemos aprender com países que já enfrentaram o desafio de sociedades mais velhas e estruturaram políticas e negócios voltados à longevidade. Mas também podemos ensinar — principalmente no que diz respeito à capacidade de reinvenção, solidariedade e convivência entre gerações, algo muito característico da nossa cultura.”
Um convite à ação
Ricardo encerra com uma provocação que é também um convite: “Se a vida humana vai durar 100 anos, o que as empresas estão fazendo hoje para atender, empregar e inspirar pessoas que viverão tudo isso? Os Diálogos B2B são um convite para pensar - e agir - a partir dessa nova lógica da vida longa.”
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