O Instituto de Longevidade MAG esteve presente na Expo Longevidade. A feira voltada aos 50+ ocorreu nos últimos dias 29, 30 e 1. Além de um stand exclusivo, dois painéis trataram de temas de grande importância. Um deles, sobre transição de carreira após os 45 anos, reuniu o diretor do Instituto, Gleisson Rubin; a superintendente regional da MAG Seguros, Karina Castro; e Mórris Litvak, da Maturi. O outro painel tratou da Nova Aposentadoria. O debate se deu entre Nilton Molina, idealizador do Instituto; e Renato Neves, consultor em estratégia empresarial e co-autor do livro “A nova Longevidade: reinventando a aposentadoria”. A intermediação foi de Gleisson Rubin.
De acordo com o diretor do Instituto de Longevidade MAG, a faixa etária de 50 ou 60 anos pode ser o início de um novo momento na carreira e de oportunidades profissionais. Ele lembrou que nos anos 60 e 70 aposentava-se aos 50, 55 anos, de forma que aos 45 as pessoas já começavam a lidar com a perda da saúde e capacidade laboral. “Hoje há cada vez mais pessoas com 50, 60 anos e excelente saúde física e capacidade cognitiva. Um professor universitário de 50 anos tem muito mais a compartilhar nesse momento da vida”, disse.
Gleisson também ressaltou, com base em dados da pesquisa sobre transição de carreira realizada pela Maturi em conjunto com a NOZ Inteligência, que a aposentadoria costuma ser uma fase de perda relevante de rendimento. Ou seja, há necessidade de busca por novas alternativas, algo que se tornou mais simples com o trabalho híbrido e remoto.
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Pesquisa sobre transição de carreira dá luz às mudanças na era da nova aposentadoria
Para Mórris Litvak, a pesquisa sobre transição de carreira após os 45 ajudou a entender melhor que a vontade ou necessidade de transição de carreira é cada vez maior para esse público. “Quase 93% dos entrevistados concordam que a vida de trabalho está mais longa que antes. A pandemia acelerou o trabalho remoto e a busca por flexibilidade, tornando mais palpável algumas mudanças, inclusive para os mais velhos”, afirmou.
Ele lembrou que nessa faixa etária existe maior busca por deixar um legado. “Mas proposito sozinho não paga as contas, então as pessoas precisam entender que a transição de carreira não é tão simples e requer planejamento”, alertou.
Já a superintendente regional da MAG Seguros falou da importância do seguro de vida. Ela afirmou que, apesar das crianças não sonharem em ser corretoras de seguros, o papel deste profissional é importante e pode ajudar a transformar vidas. Ela acredita que uma pessoa 50+ pode se tornar planejador de seguros desde que esteja aberta a novos conhecimentos e tenha humildade para aprender.
“Se a pessoa achar que sabe tudo, não terá sucesso. E é importante também contar com o acompanhamento da empresa que a contrata”, disse. Karina explicou que o planejamento financeiro é importante para qualquer um em qualquer fase da vida. “Você pode até ganhar um salário mínimo, mas ter um funeral digno se planejar direito”, exemplificou.
Nova aposentadoria em debate na Expo Longevidade
O outro painel que contou com a participação do Instituto de Longevidade MAG trouxe à tona os desafios e possibilidades relacionadas à nova aposentadoria em um mundo que está envelhecendo.
Gleisson Rubin lembrou que a Previdência Social consome cerca de 40% de todos os recursos que o governo tem para as necessidades da população. “ Já foram seis reformas da previdência de 1998 até agora. E os custos passaram de 15% para 46% das receitas”, alertou.
Em sua participação, Nilton Molina alertou que o sistema de seguro social não pode mais ser promovido pela folha de salários. “Só 40 milhões pagam, 30 milhões recebem e todo PEA brasileiro tem direito a receber algum benefício em algum momento. Ou seja, 120 milhões de pessoas. A previdência terá que ser sustentada por seguros gerais e não pela folha de pagamentos”, disse.
Molina ressaltou que um homem de 50+ está na plenitude de sua capacidade laboral e intelectual e fica fora do mercado por preconceito das empresas. “Se tenho autonomia física e intelectual, o que vou ficar fazendo em casa? Pode até ser que não possa fazer mais o que fazia antes, mas neste caso trata-se de requalificação apenas”, opinou.
O fundador do Instituto de Longevidade também lembrou que a cada ano a expectativa de vida do brasileiro aumenta três anos. “Quem vai pagar a conta? O INSS de hoje não. A questão é que o velho não quer mais morrer e o jovem não quer mais fazer criança. A quebra do pacto intergeracional nos mostra que o sistema atual não funciona mais”, alertou.
Modelo tradicional da aposentadoria já não serve
Em sua participação, Renato Neves também citou que o modelo tradicional da aposentadoria precisa mudar. “Hoje sabemos que há perda de conexões sociais, midiatização excessiva, perda de propósito. Na visão emergente, a idade importa, mas a saúde do cérebro importa mais. Ele é flexível e adaptativo ao longo da vida”, disse.
Renato levou a visão das quatro fases da aposentadoria, baseada em um estudo de Riley Moyno. “Na fase 1 há liberdade e férias. Na fase 2 já começa a haver perdas e danos, pois as pessoas passam a se perguntar o que vão fazer hoje. A fase 3, para quem permite, é de experimentação, ou seja, a pessoa começa a adquirir novos hobbies, voluntariado, aprendizados. A fase 4, por sua vez, é de reinvenção e propósito”, citou. Segundo Renato Neves, quando se reencontra um propósito em alguma atividade, isso ajuda a recapear o cérebro, recuperar a autoestima e também na reinserção social.
O especialista acredita que o mercado terá que se adaptar à fase da nova aposentadoria. “Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma indústria comportamental de coaching para aposentados. As empresas terão que pensar em soluções e benefícios, articular um sistema de parcerias e influenciar na conscientização de uma nova visão da longevidade. A aposentadoria não é mais o último capítulo, mas o segundo tempo da vida adulta”, argumentou.
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