O sistema de aposentadoria brasileiro enfrenta um desafio crescente. Segundo projeções baseadas nos dados do IBGE divulgados no fim de agosto, em 2070, a proporção entre contribuintes e beneficiários deverá cair para 1,3. Esse dado coloca em evidência a necessidade de reformulações urgente. Além de destacar a urgência ne adaptações para garantir a sustentabilidade do sistema a longo prazo.
Atualmente, a proporção é de quatro contribuintes para cada beneficiário. No entanto, essa relação vem diminuindo ao longo das décadas e deverá continuar caindo. Em 1980, eram nove pagantes para cada aposentado. Porém, essa proporção deve chegar a três em 2034 e dois em 2048. A previsão é que, em 2070, haja quase um beneficiário para cada contribuinte do sistema de aposentadoria, conforme indicam os dados do IBGE.
Essa mudança se deve ao envelhecimento acelerado da população brasileira, combinado com uma redução na quantidade de pessoas em idade ativa para trabalhar. Em 2054, por exemplo, a população idosa deverá dobrar, enquanto a base de potenciais contribuintes cairá 13%. O impacto dessas mudanças será profundo nas finanças públicas e na economia do país.
Sustentabilidade do sistema de aposentadoria brasileiro
O sistema de aposentadoria brasileiro opera em um regime de repartição. Nele, os trabalhadores ativos contribuem para um fundo comum, que é utilizado para pagar os benefícios dos aposentados. Entretanto, com o número crescente de aposentados e a diminuição dos contribuintes, o equilíbrio financeiro desse sistema está em risco.
Especialistas alertam que, sem reformas significativas, o sistema de aposentadoria poderá se tornar insustentável. Rogério Nagamine, ex-secretário do Regime Geral da Previdência, em entrevista ao Globo, destaca a necessidade de novas reformas em 2027, quando os efeitos da reforma de 2019 já estarão consolidados.
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O futuro do sistema de aposentadoria brasileiro
As projeções demográficas indicam que o Brasil enfrentará uma crescente pressão sobre o sistema de aposentadoria, bem como sobre outros serviços públicos como saúde e educação. A questão é ainda mais complexa. Isso porque 81,8% dos aposentados e pensionistas têm menos de 60 anos, o que aumenta a demanda por recursos.
Diante desse cenário, o sistema de aposentadoria brasileiro precisará de ajustes constantes para se adaptar às mudanças demográficas e econômicas. O debate sobre a sustentabilidade do sistema já começou, mas as soluções devem ser implementadas antes que o equilíbrio financeiro seja comprometido de forma irreversível.
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