A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela algumas tendências demográficas no Brasil. Entre as principais conclusões, enquanto a população brasileira envelhece, cada vez mais pessoas vivem sozinhas e em residências alugadas.
A pesquisa contou com a amostragem de 168 mil domicílios, uma série histórica iniciada em 2016. Porém, sua última divulgação foi em 2019 devido à ausência de coleta nos dois anos seguintes por conta da pandemia.
População brasileira envelhece e é maioria feminina
Os dados apontam que, em 2022, as mulheres representavam 51,1% da população do país, enquanto os homens correspondiam a 48,9%. Além disso, nos últimos 10 anos, houve um aumento significativo no número de idosos. A população brasileira envelhece com a proporção de pessoas com 60 anos ou mais saltando de 11,3% para 15,1%. Ao mesmo tempo, o percentual de indivíduos com menos de 30 anos diminuiu de 49,9% em 2012 para 43,3% em 2022.
A pesquisa também pontua que as mulheres são as que vivem mais tempo. No ano passado, entre a população acima de 60 anos, havia 78,8 homens para cada 100 mulheres.
Um exemplo interessante é o caso de Maria do Socorro Barros, uma aposentada de 101 anos que reside em Maceió. Ela mantém uma rotina ativa, lendo, exercitando-se diariamente e apreciando boas conversas. A longevidade de Maria do Socorro é atribuída, em parte, aos seus hábitos alimentares saudáveis.
Essas informações revelam importantes mudanças na composição demográfica do Brasil, destacando o aumento da população idosa, a prevalência de mulheres entre os idosos e o crescente número de pessoas vivendo sozinhas e alugando suas moradias.
Enquanto a população brasileira envelhece, o lares passam a ser de apenas uma pessoa
Em 2022, o Brasil contava com um total de 74,1 milhões de domicílios, dos quais 85% eram casas e 14,9% eram apartamentos. Um dado que se destaca é o aumento do percentual de lares com apenas um morador. No ano passado, esses lares representaram 15,9% do total, em comparação com os 12,2% registrados há dez anos.
É interessante observar que os homens tendem a morar mais sozinhos do que as mulheres. Dos domicílios ocupados por apenas uma pessoa, 55,4% são ocupados por homens, enquanto as mulheres representam 44,6% dessa categoria.
De acordo com com o relatório da Pnad:
“Ao analisar o padrão etário das pessoas em arranjos unipessoais, observou-se que 12,3% tinham 15 a 29 anos; 45,9% situavam-se na faixa de 30 a 59 anos; e 41,8% eram pessoas de 60 anos ou mais de idade.”
Crédito: Photobyphotoboy/shutterstock
Casas alugadas se tornam mais comuns em todo país
No que diz respeito ao número de pessoas que precisam pagar aluguel no Brasil, houve aumento em relação a pesquisas anteriores. O percentual de domicílios alugados atingiu 21,1% do total de lares, em comparação com os 18,8% registrados em 2016.
Todas as regiões do país apresentaram crescimento no percentual de domicílios alugados em comparação a 2019, com destaque para o Centro-Oeste. Na região, esse número aumentou de 24,5% para 27,8%, e para a região Sul, que passou de 18,6% para 20,9%.
O relatório da Pnad aponta que “entre 2016 e 2022, observou-se uma contínua redução do percentual de domicílios próprios já pagos, que variaram de 66,7%, em 2016, para 64,8%, em 2019, e 63,8%, em 2022".
Um país mais velho e mais negro
Houve um aumento significativo na proporção de pessoas autodeclaradas pretas no Brasil. O número passou de 7,4% para 10,6% entre os anos de 2012 e 2022, seguindo uma tendência observada nos últimos 10 anos.
A maioria da população brasileira se autodeclara parda. Esse percentual tem se mantido estável ao longo dos anos, em torno de 45% do total. É importante destacar que houve um recorde de negros no país, considerando a soma dos autodeclarados pretos e pardos. O percentual chegou a representar 55,9% da população no ano passado.
A divisão racial no Brasil apresenta diferenças regionais marcantes: as proporções de negros são mais elevadas no Norte do país, onde correspondem a 78,4% da população autodeclarada negra. Já no Sul, essa proporção é de 26,3%.
Acesso aos serviços básicos segue como um desafio
De acordo com a Pnad, em 2022, cerca de 6,4 milhões de domicílios ligados à rede de fornecimento de água não recebiam esse serviço diariamente. A região Nordeste se destaca com o maior percentual nessa condição, onde 28,2% dos lares vivem com essa limitação.
A região Norte continua apresentando o menor percentual de domicílios ligados à rede geral de água, com apenas 60% dos lares conectados. Em todo o Brasil, a média é de 85,5%, um percentual que se mantém estável desde 2012.
Quanto ao esgotamento sanitário, a proporção de domicílios ligados à rede geral aumentou de 68,2% para 69,5% do total de domicílios do país entre 2019 e 2022. Essa taxa é maior, chegando a 78%, quando consideramos apenas os domicílios urbanos.
No entanto, as disparidades regionais se mostram enormes e, à medida que a população brasileira envelhece, se torna um grande desafio. Em São Paulo, por exemplo, o índice de acesso ao esgotamento sanitário alcança 93,6%. Já no Amapá esse percentual é de apenas 20,7% da população, evidenciando as desigualdades existentes.
Acesso crescente a bens de consumo no Brasil
Ao longo dos anos, os brasileiros têm desfrutado de um aumento no acesso a bens de consumo. Um exemplo disso são os veículos, que hoje estão presentes em três de cada quatro lares. Em relação aos automóveis, eles são encontrados em 49,8% dos domicílios brasileiros, enquanto as motos estão presentes em 25% dos lares. Essa soma era de 70% do total na primeira Pnad, realizada em 2016.
No que diz respeito ao fornecimento de energia elétrica, o país alcançou quase universalidade. A pesquisa mostra que 99,8% dos domicílios são atendidos pela rede elétrica ou por fontes alternativas em 2022.
Além disso, houve um aumento na proporção de domicílios em que o lixo é coletado diretamente por serviços de limpeza. O percentual subiu de 82,7% em 2016 para 86% em 2022.
Outro dado relevante é o aumento no percentual de domicílios que possuem máquina de lavar roupa, que passou de 62,9% em 2016 para 70,2% em 2022.
Esses números indicam um avanço no acesso a bens de consumo no país, proporcionando mais comodidade e qualidade de vida para os brasileiros.
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