A fila do INSS ultrapassou a marca de 3,9 milhões de pedidos em maio de 2025, segundo dados do próprio Instituto Nacional do Seguro Social. Considerando as solicitações internas, o número total de pendências chega a mais de 6,1 milhões.

De acordo com o levantamento divulgado pelo jornal O Globo, a fila inclui pedidos de aposentadoria, pensão, revisões, recursos administrativos e cumprimento de decisões judiciais. A maioria das solicitações (cerca de 2,6 milhões) são iniciais. Ou seja, a fila principal do INSS. Esse represamento afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros.

Por que a fila do INSS cresceu tanto?

A fila do INSS é causada por uma combinação de fatores. Queda no número de servidores, falhas nos sistemas da Dataprev e efeitos de greves que ocorreram em 2024, por exemplo. Além disso, há um número expressivo de pedidos duplicados, o que amplia ainda mais a sobrecarga do sistema.

Pedro Totti, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social em São Paulo, afirmou ao O Globo que o sistema está operando com capacidade reduzida. “O que está acontecendo é que você tem uma demanda alta que entra, e a resolução dessa demanda é menor, você vai criando estoque em cima de estoque”, explicou.

Hoje, o INSS conta com cerca de 18 mil servidores. Em anos anteriores, esse número já chegou a 35 mil. Para Totti, esse cenário é resultado de um processo de desmonte do órgão. “Quando você se reporta para 2015, 2014, nós não tínhamos fila”, disse ele.

Situação atual da fila do INSS

Além dos pedidos iniciais, o INSS acumula:

  • 715 mil pedidos de Seguro Defeso

  • 285 mil revisões

  • 208 mil recursos administrativos

  • 136 mil determinações judiciais a cumprir

Outros 2,2 milhões de processos estão relacionados a fluxos internos e monitoramento automático de benefícios. Quase 1 milhão desses casos são investigados pelo programa MOB (Monitoramento Operacional de Benefícios), que busca fraudes e inconsistências.

Fila do INSS pressiona Conselho de Recursos

Segundo o advogado Washington Barbosa, ouvido pelo Globo, a fila do INSS também reflete o enfraquecimento do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). “Era um modelo rápido e barato. Hoje está sendo sucateado”, criticou.

O especialista apontou que muitos servidores que deveriam analisar pedidos são deslocados para outras funções, o que piora os atrasos. Em abril, o número de requerimentos na fila oficial já tinha ultrapassado 2,6 milhões. Ou seja, um crescimento de 91% em relação ao mesmo mês de 2024.

Fachada do prédio do INSS ilustrando a matéria sobre a fila do INSS. Crédito: ettore chiereguini/Shutterstock

Como acelerar o processo na fila do INSS?

A fila do INSS pode ser enfrentada com planejamento e informação. A advogada Adriane Bramante, conselheira da OAB-SP e do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, aconselha que o segurado revise seu cadastro e documentos antes de fazer o pedido.

“O segurado precisa conferir se os vínculos empregatícios e salários de contribuição estão corretos”, explicou ao Globo. Um erro nesse momento pode fazer o processo travar e voltar para o início.

Ela recomenda ainda aguardar 90 dias após o pedido. Se não houver resposta, é possível fazer uma reclamação na ouvidoria do Meu INSS. Depois de seis meses sem resposta, o segurado pode entrar com mandado de segurança.

O advogado Rômulo Saraiva reforça esse caminho. “Se há lei que fixe o prazo para resposta administrativa, o trabalhador não deve ser responsabilizado pela desorganização do INSS”, disse em entrevista ao O Globo.

Washington Barbosa também alertou sobre pedidos mal instruídos. “Quando o pedido é mal instruído, o INSS emite uma carta de exigência e o segurado volta para o fim da fila. É como cair na casa ‘volte ao início’ do jogo de tabuleiro”, comparou.

Estratégias para evitar cair na fila do INSS

A melhor forma de evitar os atrasos da fila do INSS é buscar orientação especializada antes de iniciar o processo. Mesmo quando o pedido é feito online, contar com auxílio técnico pode evitar erros e aumentar a chance de aprovação rápida.

O INSS afirmou, em nota, que prioriza a análise dos pedidos iniciais, especialmente os que já ultrapassaram o prazo legal de 45 dias. No entanto, reconhece que há fluxos internos e demandas externas que impactam a agilidade do atendimento.


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