Bem-vindos ao início de novembro, uma época que nos convida a uma pausa reflexiva em meio ao ritmo acelerado da vida moderna. No Brasil, o Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, transforma cemitérios em espaços de memória coletiva, com flores, velas e histórias compartilhadas. Em outras culturas, como o Dia de los Muertos no México, com seus altares vibrantes e caveiras açucaradas, ou o Obon no Japão, que evoca lanternas flutuantes para guiar os espíritos, vemos um tema universal: a celebração aos antepassados como ponte entre o efêmero e o eterno. Essa tradição não é mero ritual; é um lembrete de que o tempo, esse fluxo inexorável, molda nossa jornada rumo à longevidade.
Pense no passar do tempo não como um inimigo, mas como um arquiteto sábio. Cada novembro nos recorda que a vida é uma tapeçaria tecida por gerações. Nossos antepassados não são apenas nomes em árvores genealógicas; são as lições vivas de resiliência. Estudos em epigenética, por exemplo, mostram como experiências de estresse ou abundância em uma geração podem influenciar a saúde das seguintes – um “legado biológico” que transcende o DNA puro. Honrá-los é, de forma prática, adotar hábitos que prolongam nossa própria existência: dietas equilibradas, como as mediterrâneas que ecoam as de avós centenárias em Okinawa; exercícios regulares, inspirados na vitalidade de quem enfrentou guerras e fome; e conexões sociais, o verdadeiro elixir da longevidade, comprovado por pesquisas como as da Blue Zones, onde comunidades centenárias florescem em laços familiares profundos.
	
Crédito: Pintau Studio/Shutterstock
Neste mês, experimente um exercício simples para integrar essa sabedoria ao dia a dia. Dedique 10 minutos a uma “meditação genealógica”: sente-se com uma foto antiga ou um objeto herdado, respire fundo e visualize as escolhas que permitiram sua existência. Pergunte-se: o que eles fariam para navegar o estresse moderno? Essa prática não só reduz cortisol – hormônio ligado ao envelhecimento acelerado –, mas fortalece o senso de propósito, um fator chave para vidas mais longas e plenas, segundo meta-análises em psicologia positiva.
O tempo passa, sim, mas não nos apaga; ele nos refina. Ao celebrar os antepassados em novembro, cultivamos gratidão pelo presente e otimismo pelo futuro. Que essa reflexão nos impulse a viver com intenção, transformando o efêmero em legado duradouro. Até a próxima coluna – e que seus dias sejam longos e cheios de histórias para contar.
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