Pela primeira vez em nossa história, o Brasil tem mais pessoas com 60 anos ou mais do que jovens. Os dados do IBGE confirmam o que já se sentia no ar: nossa população está envelhecendo, e rápido. Pessoas com mais de 60 anos já representam 15,6% dos brasileiros, superando a faixa de 15 a 24 anos. E a tendência é que esse número só cresça, chegando a 37,8% em 2070. Mais de um em cada três brasileiros será idoso.

Essa transformação, que vem com o aumento da expectativa de vida – projetada para quase 84 anos em 2070 –, tem gerado burburinho, principalmente sobre o futuro da Previdência Social. O velho dilema entre quem sustenta e quem é sustentado. Mas, será que o envelhecimento da população se resume a essa conta?

O envelhecimento não é cor-de-rosa para todos

A ideia de uma “economia prateada”, de que o envelhecimento é um processo tranquilo e financeiramente confortável, é uma ilusão para a maioria dos brasileiros. Embora a população 60+ consuma e movimente a economia, muitos vivem com um salário mínimo, e a realidade é bem mais dura. A pandemia escancarou essa verdade: a morte de um idoso, muitas vezes, significava a ruína financeira de toda a família.

O Brasil está envelhecendo, e isso é um avanço, um sinal de que vivemos mais. Mas, a questão fundamental é: quem tem o direito de envelhecer?

Infelizmente, a “loteria do envelhecimento” não é justa. Estatísticas de violência e saúde pública mostram que homens negros têm menos chances de chegar à velhice. E para quem consegue, as barreiras não acabam. O desafio é envelhecer com dignidade e respeito. Não se trata apenas de sobreviver, mas de viver bem.

Um casal de idosos sentado em uma praça. Imagem para ilustrar a matéria sobe loteraria do envelhecimento. Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock

Um futuro que é agora

A nossa tarefa é grande e urgente. Ela vai muito além de reformas previdenciárias que prometem resolver problemas futuros. O futuro já está aqui. O envelhecimento da população é um fenômeno presente, e não podemos mais olhar para frente sem olhar para os lados.

É preciso enfrentar a pobreza e a desigualdade. É preciso garantir que o direito de envelhecer seja para todos, com saúde, segurança e dignidade. A loteria da vida não deveria ser um jogo de sorte, mas um direito de todos.


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