O debate sobre a saúde mental durante o envelhecimento ganha força no Brasil diante do crescimento da população idosa. Segundo o IBGE, o país já ultrapassa 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Muitas delas enfrentam perdas físicas, isolamento social e preconceitos que afetam a autoestima. Esses fatores tornam essencial discutir formas de manter o equilíbrio emocional nessa etapa da vida.
A psiquiatra Danieli Bulhosa, em entrevista à Agência Brasil, reforça a necessidade de estímulos e de convívio social para quem está na terceira idade. “Como fator de proteção é dar a esse idoso companhia, poder também dar autonomia para que ele continue desempenhando funções que ele gosta, que ele consegue ainda, não deixar o idoso isolado, sem fazer nada, né?”, explica.
A depressão está entre os transtornos mais frequentes dessa fase. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, idosos lideram os índices do problema no Brasil. Dados do Ministério da Saúde também revelam taxa elevada de suicídios entre pessoas com mais de 70 anos. O cenário exige atenção especial por parte de familiares, profissionais da saúde e da sociedade em geral.
Solidão e saúde mental durante o envelhecimento
O isolamento é um dos principais inimigos da saúde mental durante o envelhecimento. Bulhosa alerta sobre os riscos desse quadro. “O isolamento é um fator de risco muito grande, principalmente nessa fase. E quando a gente pode propiciar convivência, socialização, conversar, poder ter uma atividade física ou outros tipos de atividades, outros tipos de socialização, a gente está garantindo que esse idoso tenha menos propensão a ansiedade, depressão, síndrome do pânico”, informa.
Manter o idoso ativo em diferentes áreas é fundamental. Participar de grupos de convivência, praticar atividades físicas leves e desenvolver hobbies são alternativas que ajudam no controle da ansiedade e da depressão. O estímulo à autonomia, quando possível, também fortalece a autoestima.
Especialistas defendem que a saúde mental durante o envelhecimento precisa ser tratada como prioridade. Não se trata apenas de prevenir doenças, mas de oferecer condições para uma vida mais plena. O respeito aos desejos, a escuta ativa e a valorização da história de cada idoso fazem parte desse processo.
Crédito: wavebreakmedia/Shutterstock
Hábitos que fortalecem a saúde emocional
A promoção da saúde mental durante o envelhecimento passa por cuidados simples do dia a dia. A alimentação equilibrada é apontada como um dos pilares para o bem-estar. O sono de qualidade também desempenha papel essencial na regulação do humor e na prevenção de transtornos.
Outro fator é a prática de exercícios físicos, que contribui tanto para a saúde do corpo quanto da mente. Atividades como caminhada, alongamento ou dança podem ser adaptadas às limitações de cada pessoa idosa.
O convívio social é igualmente indispensável. A troca de experiências com familiares, amigos e vizinhos ajuda a combater a solidão e a fortalecer vínculos afetivos. O apoio da comunidade e de políticas públicas voltadas para a terceira idade também desempenham papel central.
A importância da autonomia
Preservar a autonomia é um dos maiores desafios relacionados à saúde mental durante o envelhecimento. Permitir que a pessoa continue participando de decisões sobre a própria vida ajuda a manter a motivação. Pequenas escolhas, como decidir o cardápio das refeições ou organizar a rotina, podem ter grande impacto no bem-estar.
O estímulo ao protagonismo do idoso deve vir acompanhado de atenção às limitações físicas ou cognitivas. O equilíbrio entre apoio e independência é fundamental para que ele se sinta valorizado e respeitado.
Profissionais de saúde ressaltam que a família tem papel essencial nesse processo. O diálogo aberto e o incentivo a atividades prazerosas fortalecem a rede de proteção emocional. Assim, é possível reduzir os riscos de depressão e ansiedade, ampliando a qualidade de vida.
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