Você já ouviu falar em estelionato amoroso? O tema ficou em alta por conta do documentário “O golpista do Tinder", disponível na Netflix. Ele conta a história de Shimon Hayut, um israelense que se disfarçava de magnata no aplicativo. Sua tática era conquistar a confiança das mulheres para convencê-las a transferir altas quantias para sua conta através de empréstimos milionários. O dinheiro era usado em festas, viagens e bens luxuosos. Você acha que cairia em algo assim?
Boa parte das pessoas considera improvável cair em golpes como esse. O fato, porém, é que quem usa aplicativos de relacionamento ou namora unicamente à distância precisa tomar alguns cuidados para evitar ser vítima de um estelionato amoroso ou outros golpes.
“Pode acontecer não apenas no mundo digital e com pessoas mais maduras que não usam muito tecnologia. Hoje em dia até alunos meus de mentoria, que têm 35, 40 anos, caem em golpes. O importante é que, quanto mais informação, mais prevenido você fica”, explica Aline Bak, especialista em comportamento na web e em marketing digital.
Crédito: tartanparty/shutterstock
Estelionato amoroso é apenas um dos possíveis golpes
“Se alguém está te pressionando e pedindo dinheiro tem que desconfiar. Deu para ver no documentário que as vítimas eram mulheres empreendedoras que até fizeram o trabalho de checar, mas ainda assim foram enganadas.”
Aline acredita que pessoas com mais dificuldade de mexer nos aplicativos e plataformas podem estar mais suscetíveis a golpes virtuais. Ainda assim, qualquer um pode cair se não prestar atenção. “Os principais riscos das pessoas estarem na web hoje é caírem em golpes. Entre eles, estelionato amoroso, clonagem de celular com pessoas se passando por familiar e pedindo dinheiro ou, ainda, a realização de compra indevida em site não idôneo.”
Relacionamento com segundas intenções
Um caso de estelionato amoroso que se tornou conhecido ao aparecer na mídia foi o do atleta italiano Roberto Cazzaniga. Ele passou 15 anos acreditando que namorava à distância a modelo brasileira Alessandra Ambrosio. Na verdade, ele falava com alguém de nome de “Maya”. E ela teria recebido mais de 700 mil euros do jogador de vôlei com a desculpa de que precisava do dinheiro para tratamentos médicos.
De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional e fundador da Toledo e Associados, essa mesma situação pode se aplicar a pessoas que querem morar nos Estados Unidos e veem um relacionamento como a solução mais acessível. “Quando você está em um país em que a moeda é mais valorizada, algumas pessoas começam a se aproveitar de uma forma muito discreta. Elas utilizam de meios que muitas vezes quem está envolvido não nota, porque se envolveu emocionalmente”, relata.
Ele explica que, em muitos casos, assim como aconteceu com o atleta italiano, a pessoa acaba criando uma esperança de um relacionamento de verdade, aceitando praticamente tudo o que lhe é proposto. “O americano ou até mesmo o brasileiro que mora nos Estados Unidos, que se apega a essa fantasia, é capaz de ajudar financeiramente, seja com aluguel, contas ou passagens aéreas, levando a pessoa para passar alguns dias no seu país”, declara.
Cuidados extras
Como se vê, há muitos riscos relacionados aos relacionamentos virtuais e é preciso estar atento para se prevenir de possíveis golpes.
Aline sugere que a pessoa se proteja verificando o perfil em várias mídias do indivíduo com quem se relaciona. Além disso, ela recomenda a verificação em duas etapas no whatsapp e a verificação do Tinder com selfie, entre outras coisas.
“E se algo acontecer, o principal a fazer é levantar todos os dados relacionados ao golpe, registrar um boletim de ocorrência (BO) e procurar um advogado especializado em crimes digitais.”, explica.
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