Golpes financeiros: eles já ocorreram com 22% dos brasileiros, segundo pesquisa recente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). E as vítimas mais frequentes, que respondem por 30% do total, têm mais de 60 anos. A instituição chegou até a realizar uma campanha no último ano para que a população ficasse mais atenta com relação a possíveis fraudes. O nome da campanha: “Pare & Pense”.  Será que dá para prevenir?

Sim. Mas para prevenir é preciso, inicialmente, conhecer os golpes. Desta forma, fica mais fácil identificá-los e até diminuir os riscos com um pouco mais de atenção. Segundo a FEBRABAN, o golpe mais comum é o da clonagem de cartão de crédito, quando os criminosos usam dados do cartão da vítima para realizar compras. 

Outro é o golpe da falsa central de atendimento, quando os criminosos pedem dados por telefone para utilizá-los em fraudes. Já o golpe do whatsapp vem na sequência. Nele, um criminoso finge ser um conhecido da vítima para pedir dinheiro. 

Ah, e também tem a história do falso leilão. Ou seja, você acha que está comprando algo em um leilão on-line, mas esse bem não existe e nem a empresa que o ofereceu. Ufa, como agir? Você já passou por uma situação assim?

pessoa checando um dos golpes financeiros comuns, com whatsapp

Crédito: Antonio Salaverry/shutterstock

Cuidado com o que compartilha

Segundo Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital e Presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e Do Consumidor), não existe segurança absoluta no mundo digital, mas sim maneiras de diminuir os riscos que corremos. “O modo de vida atual provoca uma exposição de nossos dados pessoais em diversos locais e muitas vezes nem nos atentamos para como esses atos aumentam as chances de sermos vítimas de golpes”.

Ele explica que é preciso um certo auto policiamento sobre quais informações podem ser públicas e quais você quer que sejam exibidas limitadamente. “Também é necessário cuidado com brincadeiras do tipo poste uma selfie atual, bem como com aqueles desafios dos 10 ou 20 anos. Certos programas de software estão sendo desenvolvidos para transformar uma foto plana em uma imagem 3 D, ou seja, uma selfie sua pode ser utilizada como Face ID para acessar sua conta bancária” destaca o advogado.

Além disso, ele dá outras sugestões. “Eu diria que, além do já dito sobre dados nas redes, não pagar com cartão em locais duvidosos, não emprestar seu celular para alguém fazer uma ligação, não deixar nem fornecer fotos do seu rosto e não fornecer dados por telefone ou e-mail, sobretudo bancários. Tente também pagar algumas contas em dinheiro, muitos dizem estar em desuso, mas pode ser uma alternativa até que os meios eletrônicos de pagamento como o PIX se mostrem totalmente seguros” finaliza Gomes Júnior.

Com relação ao PIX, o advogado criminalista Renato Farah explica que vale ter cuidado com valores de produtos muito abaixo do comum. “Certifique-se também que a pessoa com quem você está negociando é realmente quem diz ser e confirme todos os dados da conta antes de realizar a transferência”, aconselha, afirmando que as vítimas já têm mecanismos de pedir o ressarcimento dos valores perdidos por meio de golpes.

A instituição que realizou o pagamento fica responsável por analisar o processo e realizar a restituição, caso seja confirmado o golpe ou fraude. Quando é confirmada a fraude, a vítima então tem o seu dinheiro devolvido e a conta que recebeu o valor é congelada. 

Lista de golpes financeiros e como evitar

Separamos alguns golpes financeiros que estão no alerta do Febraban e a Federação dá dicas para evitá-los. Confira!

Crédito:Campanha Pare &Pense/Febraban em> 

Troca do cartão 

Um dos golpes financeiros mais comuns ocorre quando a pessoa vai passar o cartão em um estabelecimento e o “vendedor”, que na verdade é um golpista, presta atenção na sua senha e troca o cartão na hora de devolvê-lo. Também pode acontecer em caixas eletrônicos, quando alguém se oferece para ajudar e pega seu cartão rapidamente. Para evitar, tenha muita atenção na hora das compras e procure passar você mesmo o cartão na maquininha. Já nos caixas eletrônicos, não aceite ajuda de estranhos, chame um funcionário do banco. 

Falsa Central de Atendimento e Falso Motoboy

Acontece quando um fraudador entra em contato com a vítima fingindo que é funcionário do banco ou de uma empresa. Ele diz que houve problemas e que, para serem resolvidos, precisa de dados pessoais e financeiros dela, até mesmo senhas. Também pode dizer que haverá troca de cartão e pede para que ele seja cortado, sem que o chip seja danificado. Neste caso, um falso motoboy iria até a casa da vítima “trocar” o cartão. Tudo é muito bem simulado e até parece real mesmo, por isso todo cuidado é pouco. Para evitar, desconfie de qualquer contato desse tipo. Desligue na hora e confirme com a instituição através de canais oficiais. Lembre-se que bancos nunca ligam para pedir senha e nem mandam portadores em casa para buscar cartões. 

WhatsApp

Neste golpe, os fraudadores mandam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser de alguma empresa na qual a vítima tem cadastro. Eles dizem que para atualizar o cadastro, precisam de um código de segurança que o WhatsApp envia por SMS. Com este código, conseguem clonar a conta de WhatsApp da pessoa e começam a pedir dinheiro para seus contatos se passando por ela. Para evitar, sempre desconfie de mensagens com esse teor e procure checar as informações antes de qualquer coisa. Também deixe sua foto pública apenas para seus contatos e, se achar que vale uma segurança a mais, ative a “confirmação em duas etapas” com uma senha. 

Link falso e falso leilão

A navegação na internet também pode abrir portas para uma série de golpes. Um deles, o do link falso, que acontece quando as vítimas clicam em mensagens falsas que chegam pelas redes e e-mails e informam dados por lá. Essas comunicações podem conter vírus que roubam informações. E no caso do falso leilão, são anunciados produtos por preços muito abaixo do mercado, mas que não existem. Dessa forma, a vítima acaba até fazendo depósitos para assegurar as compras e perde o dinheiro. Para evitar, desconfie quando a oferta é demais, fique atento a remetentes de e-mails e links de sites, confirmando sempre antes de clicar ou comprar algo. 

Furto de senhas

Finalmente, sabemos que atualmente as senhas são uma porta de entrada para uma série de transações e possibilitam muitos golpes financeiros. Guarde-as com todo cuidado, não deixe-as perto dos cartões nem no celular ou computador. 


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