Deixar o cartão salvo em sites e aplicativos se tornou comum entre consumidores que buscam praticidade. A função acelera pagamentos e reduz etapas. Porém, especialistas alertam que essa conveniência pode abrir portas para golpes, vazamentos e fraudes que afetam diretamente a segurança financeira. Muitos usuários acreditam que o recurso é seguro. Essa confiança, porém, não acompanha o nível real de proteção oferecido por vários serviços digitais.

Aplicativos de compras e delivery acumulam milhões de cadastros e esse volume atrai grupos especializados em ataques. Quando uma falha ocorre, criminosos conseguem acessar dados sensíveis com rapidez. O impacto cresce quando o cartão salvo está ativo. Isso porque os dados ficam armazenados em servidores externos que podem ser invadidos sem que o consumidor perceba.

Sadami Ikegami, CRO do PagBank, afirma que o risco é amplo. Em entrevista ao Terra, ele lista roubo de dados, compras indevidas e vazamentos como ameaças reais. Dispositivos infectados também preocupam. Segundo ele, softwares maliciosos capturam informações sem qualquer aviso. A especialista Paulie Amaral, embaixadora do Safer Internet Day, reforça o alerta. Ela destaca o valor das informações pessoais para grupos criminosos. Dados como CPF, nome completo, e-mail e endereço circulam em mercados ilegais.

Sistema de proteção e suas fragilidades

Amaral explica que muitos sites usam proteção defasada. Segundo a especialista, "muitos sites ainda utilizam criptografias atrasadas que deixam os dados extremamente vulneráveis em caso de invasões de hackers". Ela também observa falhas comuns em políticas de privacidade. Amaral alerta que "a ausência de protocolos de segurança, políticas de privacidade honestas ou sistemas de criptografia robustos pode significar que os dados inseridos ali estão expostos a interceptações, vazamentos ou até mesmo comercialização indevida".

Essas fragilidades preocupam ainda mais quando empresas conhecidas passam por incidentes. Um caso recente envolvendo a Centauro mostrou isso. Usuários relataram acesso irregular a contas apenas com e-mail, CPF ou CNPJ e qualquer senha. Muitos clientes afirmaram que era possível visualizar informações financeiras sensíveis. O episódio reacendeu discussões sobre a responsabilidade das plataformas e também fortaleceu o debate sobre o impacto do cartão salvo em ambientes pouco protegidos.

Criminosos buscam combinações de falhas para acessar dados. Quando o cartão salvo está ativo, o prejuízo ocorre de imediato. Compras não autorizadas surgem antes mesmo da detecção do usuário. Esse cenário reforça a importância de medidas simples e práticas.

Os riscos mais comuns do cartão salvo em sites e apps

O armazenamento de dados financeiros amplia o impacto de invasões. Com o cartão salvo, criminosos encontram numeração, validade e código sensível já cadastrados. Isso facilita golpes rápidos. A situação piora quando o dispositivo do usuário está vulnerável. Malware captura informações sem esforço e registra telas, teclas e dados inseridos em formulários. Muitos ataques ocorrem sem sinais visíveis.

Diante desses riscos, especialistas recomendam ações diretas. São medidas acessíveis e eficazes para reduzir danos, mesmo quando plataformas falham. As orientações a seguir ajudam usuários a lidar com ameaças sem abandonar a praticidade das compras online.

Uma mulher segurando um cartão de crédito enquanto mexe em um computador. Imagem para ilustrar a matéria sobre cartão salvo. Crédito: Krakenimages.com/Shutterstock

Como proteger o seu cartão salvo de golpes

É fato que manter o cartão salvo pode facilitar a vida e deixar o processo de compra mais simples. Para isso acontecer com segurança, algumas práticas simples podem facilitar e proteger seus dados financeiros. Confira abaixo!

1. Mantenha o dispositivo e os aplicativos sempre atualizados

Atualizações corrigem falhas exploradas por criminosos. Ignorar essas atualizações deixa brechas abertas por longos períodos. Aplicativos de compra exigem versões seguras. e dispositivos desatualizados permitem invasões remotas. Atualizar reduz a chance de ataques silenciosos.

2. Use autenticação de dois fatores em todas as contas

A autenticação de dois fatores cria uma barreira importante. Mesmo que a senha vaze, o acesso ainda depende de outra etapa. Sadami Ikegami reforça esse ponto. Ele afirma que "mesmo que a senha seja comprometida, o acesso ao aplicativo ainda requer a segunda forma de autenticação". O recurso impede compras não autorizadas e também dificulta movimentações sem aprovação.

3. Crie senhas fortes e diferentes para cada serviço

Senhas fracas facilitam ataques. Senhas repetidas ampliam o estrago após um vazamento. Aplicativos com cartão salvo exigem combinações mais robustas. Misture letras, números e símbolos. Evite sequências previsíveis. Uma senha forte reduz o impacto de tentativas automatizadas.

4. Use cartões virtuais, cartões temporários e bloqueios preventivos

Cartões virtuais têm numeração diferente do cartão físico. Muitos bancos renovam o código de segurança com frequência. Alguns oferecem cartões temporários de uso único. Isso reduz o impacto em caso de vazamento. Paulie Amaral recomenda monitorar transações e ativar bloqueios preventivos. Ela destaca que cartões temporários diminuem riscos em compras digitais.

5. Evite redes Wi-Fi públicas e desative o preenchimento automático

Redes públicas permitem interceptação de dados. Em muitas situações, terceiros conseguem ver informações do cartão. Usar cartão salvo em Wi-Fi aberto amplia o risco. Navegadores também guardam dados automaticamente e desativar essa função evita exposição em caso de roubo do dispositivo. É um ajuste simples e decisivo.


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