De acordo com novo estudo, comendo mais alimentos da lista de quatro padrões alimentares saudáveis, é possível reduzir o risco de morte prematura em quase 20%. Aqueles que participaram da pesquisa também apresentaram menos probabilidade de morrer de câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias e neurodegenerativas. Entenda o que comer para viver mais.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista JAMA Internal Medicine. Eles mostram que “há mais de uma maneira de comer bem e obter os benefícios de saúde correspondentes”, conta David Katz. Davida é especialista em medicina do estilo de vida que não esteve envolvido no estudo.

De acordo com o coautor do estudo, Frank Hu, as pessoas costumam ficar entediadas com uma única maneira de comer. Logo, ter uma boa variedade alimentar é algo positivo. “Isso significa que temos muita flexibilidade em termos de criar nossos próprios padrões alimentares saudáveis. Eles podem ser adaptados para alimentos e preferências individuais, condições de saúde e culturas”, comenta.

O que comer para viver mais?

Na lista do que comer para viver mais estão quatro padrões de alimentação saudável. Entre os alimentos, grãos integrais, frutas, vegetais, nozes e legumes ganham destaque.

A pesquisa foi desenvolvida acompanhando os hábitos alimentares de 75 mil mulheres participantes do Nurses’ Health Study. Também teve a participação de mais de 44 mil homens do Health Professionals Follow-up Study.

Nenhum dos participantes tinham doenças cardiovasculares no início do estudo e poucos eram fumantes. Todos preencheram questionários alimentares a cada quatro anos.

No desenvolvimento do estudo, eles foram orientados a seguir estilos de alimentação dentro das diretrizes dietéticas atuais dos EUA.

Uma delas é a dieta mediterrânea. Ela tem como principais alimentos frutas, vegetais, grãos integrais, nozes, legumes, peixe e uma grande quantidade de azeite. Essa dieta enfatiza a ingestão de gorduras saudáveis, alimentos à base de plantas e álcool moderado.

Outra é a dieta saudável à base de plantas. Ela também tem um grande consumo de produtos vegetais. Porém, não tem ingestão de alimentos de origem animal e qualquer álcool.

Outra abordagem usada foi o Índice de Alimentação Saudável, que acompanha o cumprimento das diretrizes nutricionais básicas dos Estados Unidos. Essas diretrizes enfatizam o consumo de alimentos saudáveis à base de plantas, desaprovam o consumo de carne vermelha e processada, e desencorajam o consumo de açúcar adicionado, gorduras não saudáveis e álcool.

O estudo também introduz o Índice Alternativo de Alimentação Saudável, desenvolvido em Harvard, que se baseia na "melhor evidência disponível" para incluir alimentos e nutrientes associados de forma mais forte a um menor risco de doenças crônicas.
Uma mulher de meia idade fazendo feira no mercado. Imagem para ilustrar a matéria sobre o que comer para viver mais. Crédito: BGStock72/Shutterstock

Conclusão da pesquisa que indica o que comer para viver mais

Após avaliar o padrão alimentar de cada participante, eles foram divididos em cinco grupos. Aqueles com a dieta de maior qualidade, em comparação com a de menor qualidade, apresentaram uma redução de cerca de 20% na mortalidade por todas as causas.

A pesquisa também descobriu que melhorar a qualidade da dieta ao longo do tempo estava associado a reduções no risco de morte por algumas doenças crônicas. Os participantes que melhoraram em 25% a saúde de sua dieta puderam reduzir o risco de morte por doença cardiovascular em 6% a 13% e por câncer em 7% a 18%.

Além disso, houve uma redução de até 7% no risco de morte por doenças neurodegenerativas, como a demência. Surpreendentemente, o estudo também encontrou uma redução significativa, de 35% a 46%, no risco de morte por doenças respiratórias.

De acordo com Hu, “nunca é tarde demais para adotar padrões alimentares saudáveis, e os benefícios de uma dieta saudável podem ser substanciais em termos de redução do total de mortes prematuras e diferentes causas de morte prematura”.

“As pessoas também têm muita flexibilidade em termos de criar seu próprio padrão alimentar saudável. Mas os princípios comuns – comer mais alimentos à base de plantas e menos porções de carne vermelha, carnes processadas, açúcar adicionado e sódio – devem estar lá, não importa que tipo de dieta você deseja criar”.


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