Talvez você nunca tenha pensado no assunto, mas um beijo vai muito além das carícias entre duas pessoas. Aquele monte de sensações gostosas que sentimos não são à toa: beijar provoca uma série de reações no organismo, desencadeando benefícios para a saúde que extrapolam o bem-estar instantâneo.

"O beijo provoca uma reação muito grande no corpo, pois mexe com sensações. Ele ativa o ritmo cardíaco, altera a pressão e a respiração, queima calorias, ativa músculos e, quando bem dado, aumenta a ocitocina, que é um hormônio relaxante, antiestresse", explica Amaury Mendes Júnior, médico sexólogo e terapeuta de casais. Além disso, eleva os índices de dopamina, serotonina e vasopressina, também relacionados ao bem-estar.

A verdade é que o beijo envolve uma questão psicossomática, porque ativa tanto o físico como a mente. "Aproxima o indivíduo de uma proteção para dentro dele mesmo. Está ligado à sucção, que é o primeiro ato da vida de uma pessoa. E não é só a coisa do alimento, da sobrevivência...é o sentimento de acolhimento, de proteção, de calor do colo", pontua.

"O beijo fala mais sobre quem beija do que do beijo em si"

Ou seja, desde sempre associamos o beijo a uma situação prazerosa, mas muito pessoal. Mesmo tendo alguém a mais envolvido, revela-se uma experiência particular. "O beijo fala mais sobre quem beija do que do beijo em si", observa o especialista. É só observar o estilo _ se é agressivo, delicado, provocador, explorador _ para conhecer um pouquinho mais sobre a personalidade da pessoa.

Como o médico lembra, o contato labial deveria ser algo bem íntimo, pois é um sinal de que estamos dispostos a nos integrar ao parceiro. "É uma porta que se abre para uma pequena participação na vida do outro", diz. Não à toa, um dos primeiros sinais de desarmonia no casal é a ausência de beijos.

Na opinião do médico, o ato de beijar na boca está muito desvalorizado e, de certa forma, até banalizado. Há a turma que só quer aumentar a lista de conquistas, assim como o grupo mais exigente, que quer distância do papel de beijoqueiro.

"Além disso, tem várias doenças: herpes; doença do beijo, que é a mononucleose [infecção causada por vírus]; tem infecções, tem saliva com bactérias…", observa. Ou seja, isso acaba desestimulando outra quantidade de gente nas carícias.

Quer saber o que mais a ciência diz sobre o beijo? Olha só:

80 milhões de bactérias pra lá e pra cá

Não, você não leu errado. Após avaliarem beijos apaixonados, cientistas holandeses identificaram que essa absurda quantidade de bactérias salivares é trocada por um casal durante (só!) 10 segundos de contato. Mas isso é bom, já que os microrganismos servem para reforçar nossa imunidade. Por conta desse vaivém, casais fixos tendem a apresentar sistemas de defesa muito parecidos. Clique aqui e saiba mais.

Entre 5 e 26 calorias são queimadas por minuto

No jogo do estica e puxa, um beijo bem dado movimenta de 23 a 24 músculos faciais e outros 112 posturais, levando a um consumo entre 5 e 26 calorias por minuto. Mas tem que ser beijão, viu? Uma bitoca usa só 2 músculos e queima de 2 a 3 calorias. Ou seja, beijar ajuda a emagrecer e é uma bela ginástica facial. Clique aqui e saiba mais.

Hormônio provoca onda de euforia e desejo

Um beijo libera ocitocina, o chamado "hormônio do amor", e eleva os níveis de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer, um tipo de droga natural que nos faz sentir uma onda de euforia e desejo, atesta a pesquisadora Sheril Kirshenbaum, no livro “A Ciência do Beijo – O Que Nossos Lábios Nos Dizem” (editora Martins Fontes).

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