Doar sangue é uma atitude de cidadania e de responsabilidade. No entanto, saber se pessoas com diabetes podem ser doadoras é uma dúvida comum e precisa ser esclarecida.
A condição para ser doador de sangue é regulada internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo desse controle é reduzir as possibilidades de disseminação de doenças por meio da transfusão sanguínea.
Por sua vez, existem condições e restrições para ser um doador, em razão da segurança da saúde de quem doa e de quem recebe. Se a saúde geral do doador não estiver boa, o receptor poderá apresentar complicações.
Nesse sentido, para qualquer pessoa doar sangue, é preciso que esteja em uma boa condição geral de saúde.
E quem tem diabetes, pode doar sangue?
No caso da pessoa com diabetes, significa que não pode estar com a condição descuidada nem apresentar alguma infecção ativa. Se a pessoa tem uma alimentação balanceada, pratica atividades físicas e faz uso de medicação oral, não há restrição para que seja doadora.
No entanto, duas situações devem ser consideradas:
Pacientes que utilizam insulina
Pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina ou de outras terapias injetáveis não poderão ser doadoras de sangue porque geralmente apresentam alterações cardiovasculares e existe o risco de manifestação de alguma reação durante ou logo após a doação de sangue.
Pacientes com complicações da diabetes
A OMS costuma agrupar as complicações resultantes da diabetes em microvasculares e macrovasculares. As principais ocorrências podem ser assim relacionadas:
Complicações microvasculares - são aquelas cujos danos estão localizados em pequenos vasos sanguíneos dos olhos, rins e nervos:
- distúrbios oculares: glaucoma, catarata, retinopatia diabética;
- nefropatia diabética: doença renal;
- neuropatia diabética: danos no sistema nervoso, dependente da fibra nervosa afetada.
Complicações macrovasculares - são aquelas que resultam principalmente sobre o sistema cardíaco e no fluxo insuficiente de sangue para as extremidades do corpo:
- aterosclerose: acúmulo de placas de gordura nas artérias;
- doença arterial periférica: endurecimento dos vasos sanguíneos das pernas e pés; feridas nos pés: principalmente pelo ressecamento e formação de calos.
Condições gerais para o doador de sangue
- estar boas condições de saúde;
- pesar ao menos 50kg;
- ter entre 16 e 69 anos de idade;
- fazer a primeira doação a idade de 60 anos;
- estar descansado (no mínimo 6 horas de sono);
- estar bem alimentado;
- evitar alimentos gordurosos 4 horas antes da doação;
- apresentar documentação pessoal com foto.
Quem não pode doar?
De maneira geral, existe um elenco grande e variado de situações de saúde que constituem impeditivos para a doação de sangue. Essas condições envolvem desde a ocorrência de hepatite e malária até o uso de drogas injetáveis.
Essas situações são separadas em impedimentos temporários e impedimentos definitivos. Os temporários são referentes ao período em que a pessoa não poderá doar sangue, podendo fazê-lo uma vez passado o prazo referido.
Exemplo:
-
48 horas após vacinação contra gripe;
-
7 dias após diarreia;
-
2 semanas após uso de antibiótico;
-
3 semanas após a cura de caxumba;
-
4 semanas após a cura de dengue;
-
8 semanas após doação de sangue comum;
-
3 meses após cirurgia de ressecção de varizes;
-
6 a 12 meses após endoscopia;
-
12 meses após recebimento de transfusão de sangue;
-
5 anos após cura de tuberculose pulmonar.
Já o impedimento definitivo é orientado por uma grande lista de doenças e agravos. No caso específico da pessoa com diabetes, existe o impedimento definitivo para doação de sangue nas seguintes situações:
- pacientes que façam uso de insulina;
- pessoas com complicações da diabetes;
- pessoas com histórico de pressão baixa.