Acidentes domésticos podem acontecer todos os dias com qualquer pessoa. Afinal de contas, o ambiente domiciliar é um local consideravelmente propício a incidentes que geralmente poderiam ser evitados com a adoção de medidas simples.
Tomadas ou fios expostos, escadas e degraus, desníveis, móveis fora do lugar, tapetes e chãos escorregadios. Esses são apenas alguns dos muitos elementos que colaboram para as estatísticas que assustam.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacam que, entre 2000 e 2019, as quedas causaram a morte de 18,8 mil pessoas no Brasil. Dessas, 15,1 mil tinham idade igual ou superior a 60 anos.
Em nota enviada, em 2021, ao portal do Instituto de Longevidade, o Ministério da Saúde informou que 5.683 procedimentos ambulatoriais por acidentes domésticos – sem necessidade de internação – foram registrados em 2020, em pessoas entre 60 e 80 anos. No mesmo período, foram registradas 17.071 internações relacionadas ao mesmo motivo, nesta faixa-etária. A pasta esclareceu ainda que um mesmo paciente pode ter passado por mais de um procedimento.
O que são acidentes domésticos?
De acordo com a OMS, acidentes domésticos são todos os acontecimentos causais independentes da vontade humana que se dão nas imediações das residências.
O principal motivo apontado pelo órgão é o descuido das pessoas em relação a detalhes que poderiam evitar tais ocorrências. Estatísticas mostram que crianças e e pessoas idosas são os grupos mais suscetíveis, por apresentarem uma sensibilidade maior à traumas causados por quedas, por exemplo.
O fisioterapeuta Bernardo Sampaio é responsável pela Unidade de Guarulhos do ITC Vertebral e do Instituto Trata. Segundo ele, os acidentes domésticos acontecem por diversos motivos que não apenas a desatenção. Além dos fatores externos, Sampaio aponta outros fatores internos, como a falta de força muscular, de equilíbrio e de coordenação, a osteoporose e as alterações neurológicas.
Qual a importância da prevenção de acidentes domésticos?
Manter a funcionalidade e as atividades do dia a dia com independência é uma das principais metas quando o assunto é envelhecer com qualidade de vida. Neste sentido, é importante estar atento não somente à prevenção de doenças com a adoção de hábitos saudáveis, mas também à prevenção de pequenos acidentes domésticos. Isso porque eles podem levar a danos irreversíveis e com grande impacto nas atividades do cotidiano de uma pessoa idosa.
Por isso, identificar os pontos críticos na sua residência e corrigi-los para evitar problemas se faz tão importante. E para isso, você pode até contar com a ajuda de profissionais especializados.
Em 2018, durante a edição do CasaCor, considerada a maior e mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, a arquiteta e gerontóloga Flávia Ranieri apresentou o projeto de uma casa totalmente adaptada para o envelhecimento de seus moradores.
“É um apartamento funcional voltado para a independência das pessoas mais velhas”, disse Flávia, que se preocupou nos mínimos detalhes em incorporar itens de segurança para minimizar as estatísticas de acidentes domésticos com pessoas idosas. “Mas tudo sem deixar o espaço com cara de hospital. Espaços inclusivos são aqueles que entendem as limitações naturais desta fase e transformam suas peculiaridades em detalhes que fazem a diferença”, ressaltou.
Um prejuízo físico e financeiro
É importante destacar que todos os tipo de acidentes também pensam no bolso. Idas ao hospital, compra de remédios e a manutenção da saúde são fatores que encarecem o cotidiano. Principalmente quando o assunto é o cuidado com a saúde e a vida de pessoas idosas.
Além de toda a questão da prevenção de problemas físicos, evitar acidentes também protege o dinheiro e as finanças das famílias. Imagine a seguinte situação: uma família sem plano de saúde ou seguro de vida precisou aplicar todo o dinheiro da reserva de emergência nos cuidados com uma pessoa idosa após um acidente doméstico.
E se essa família também não tivesse uma reserva de emergência?
Planejar a Longevidade Financeira vai além dos cuidados com a saúde física. É preciso cuidar das finanças para que, em situações de emergência, seja possível ter um bom plano que garanta a qualidade de vida.
Quais são os acidentes domésticos mais comuns e como evitá-los?
De acordo com o arquiteto Paulo Ferrante, os três cômodos das residências mais propícios a acidentes domésticos são a cozinha, a área de serviço e o banheiro. “É uma área em que o piso pode estar molhado com sabão ou sujo de gordura, podendo tornar o ambiente bem mais escorregadio e causando quedas”, relata o especialista.
Os mesmos ambientes também oferecem um risco maior de choques elétricos, justamente pela maior exposição à água.
Uma das formas de evitar acidentes domésticos é não deixar fios soltos pelo caminho que possam causar tropeços. Foto: Andrey_Popov / Shutterstock.
Para mitigar possíveis problemas, Ferrante indica alguns cuidados importantes, principalmente em casas com crianças e pessoas idosas. São eles:
- Reavalie os móveis para entender sua posição, condição e utilidade;
- Observe se existem fios soltos que possam causar tropeços;
- Fixe quadros, tapetes e objetos decorativos;
- Revise as instalações elétricas;
- Instale protetores para cantos de mobília.
Com o objetivo de ajudar a identificar pontos críticos dentro das residências, o Instituto preparou uma lista de acidentes domésticos possíveis de acontecer. Veja abaixo como evitá-los.
Queimaduras no fogão
Esse tipo de lesão pode ser particularmente grave no caso de pessoas mais velhas, podendo gerar complicações que vão além da queimadura em si, como infecções. Em pessoas acima de 60 anos, a pele é mais fina e menos hidratada, aumentando o risco de lesões mais graves e dificuldade na cicatrização. Por isso, os cuidados pós-queimadura não podem ser negligenciados.
Além disso, os riscos de sofrer queimaduras aumentam à medida em que avançamos na idade. Isso ocorre porque os pessoas idosas têm menor tempo de reação, mobilidade mais restrita, além de menor capacidade de avaliação de riscos. Outros fatores que influenciam nesse cenário são doenças crônicas, uso de medicações, alcoolismo e desordens psiquiátricas e neurológicas.
Veja algumas dicas para evitar queimaduras no fogão:
- Coloque as panelas com os cabos sempre virados para dentro do fogão;
- Abra as embalagens dos alimentos antes de esquentar no fogão ou no micro-ondas;
- Líquidos como óleo e vinagre são muito inflamáveis. Evite mexer muito nas panelas enquanto estiver preparando alimentos com esses ingredientes;
- Nunca abaixe a tampa de vidro do seu fogão enquanto estiver com uma das chamas acesas, inclusive o forno;
- Utilize sempre luvas térmicas para manipular recipientes no forno;
- Evite panelas com a base côncava ou convexa, porque elas correm o risco de tombar.
Inalação de gás
Os vazamentos de gás são sempre um grande risco dentro de residências. Além de altamente inflamável, ele é tóxico e pode levar à morte. Quando inalado, o gás de cozinha pode causar perda de consciência e asfixia. Em menores quantidades, poderá causar enjoos, dores de cabeça e tontura.
Para evitar acidentes domésticos com inalação de gás, siga as dicas abaixo:
- Mantenha a válvula do botijão ou da saída de gás (que fica na parede da cozinha) sempre fechada quando não estiver usando o fogão;
- Faça uma vistoria na tubulação de gás com certa frequência para procurar pontos de oxidação;
- Preste atenção na posição da mangueira de gás. Se for de PVC, evite que ela passe por trás do fogão, pois o calor excessivo pode causar seu rompimento;
- Substitua a mangueira de borracha pelo tubo de cobre, que oferece maior segurança;
- De tempos em tempos, faça o teste para identificar possíveis vazamentos, colocando espuma de detergente na válvula do botijão. Caso apareçam bolhas, é sinal de que o gás está vazando.
Intoxicação com produtos de limpeza
Em seu blog, o médico Drauzio Varella chama a atenção para a quantidade de substâncias químicas que temos contato todos os dias. Se somarmos as que estão presentes nos alimentos que consumimos, nos cosméticos, nos produtos de limpeza e nos medicamentos, serão para mais de 100 mil substâncias.
A intoxicação por esses produtos é um grave problema de saúde pública. Só o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo atende por ano a cerca de 8 mil casos somente na capital, o que dá 650 atendimentos por mês e 20 por dia.
Para casos de intoxicação com produtos químicos, o ideal é fazer contato com o fabricante por meio do telefone informado no rótulo do produto. Outra opção é ligar para o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), criado em 2005 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Dicas para evitar intoxicação com produtos de limpeza:
- Mantenha os produtos de limpeza longe do alcance de crianças e de pessoas idosas com algum tipo de demência;
- Não deixe detergentes nem produtos de limpeza no chão ou embaixo da pia;
- Evite substituir a embalagem dos produtos por novos recipientes, que podem não oferecer a mesma segurança;
- Leia atentamente as instruções no rótulo antes de utilizar cada produto;
- Não misture produtos sem a orientação de um profissional qualificado;
- Não compre produtos piratas;
- Evite manusear produtos de limpeza em ambientes fechados;
- Após o término dos produtos, descarte as embalagens corretamente, evitando sua reutilização.
Quedas
Qualquer pessoa pode sofrer uma queda, independentemente de sua idade. No entanto, a queda de uma pessoa idosa pode trazer consequências significativas devido aos fatores de risco, como a debilidade motora e algumas doenças que podem deixá-la fragilizada. Esses são chamados fatores intrínsecos.
Por sua vez, os fatores extrínsecos estão relacionados ao tipo de ambiente em que a pessoa idosa vive, que também pode contribuir fortemente para o aumento de acidentes domésticos, como quedas.
Veja abaixo algumas dicas para evitar o problema:
- Instale barras de segurança nas escadas e nos banheiros;
- Instale redes de proteção nas janelas;
- Retire os tapetes e móveis que estejam no caminho. Quanto menos obstáculos, melhor;
- Utilize pisos antiderrapantes em áreas molhadas, como cozinha e banheiro;
- Não deixe fios expostos pelos cantos da casa, muito menos pelo meio do caminho.
Choques elétricos
De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2021, publicado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), o total de acidentes de origem elétrica em 2020 foi de 1.502 casos, sendo que 764 resultaram em óbito. Já o número de incêndios por sobrecarga elétrica no mesmo período foi de 583 casos, com o óbito de 26 pessoas.
O documento identifica como prováveis causas a “carência ou ignorância das informações em relação aos riscos”. Também cita o uso de produtos de má qualidade, como condutores sem certificação, ou produzidos com menor quantidade de cobre do que a necessária, aliado à contratação de profissionais desqualificados.
Evite acidentes domésticos com choques elétricos desligando a chave geral de energia antes de fazer pequenos reparos. Foto: Andrey-Sha74 / Shutterstock.
Abaixo, algumas dicas para evitar acidentes domésticos com eletricidade:
- Desligue a chave de energia antes de fazer qualquer reparo em uma rede elétrica;
- Verifique sempre a voltagem dos equipamentos antes de ligá-los na tomada;
- Nunca deixe fios e cabos desprotegidos ou desencapados;
- Não sobrecarregue as tomadas com usos de adaptadores e benjamins (“T”);
- Antes de mudar a temperatura do chuveiro, desligue-o;
- Antes de fazer reparos na rede elétrica, utilize calçados de borracha que funcionam como isolantes;
- Conte sempre com a ajuda de um profissional devidamente qualificado.
Afogamentos
Os afogamentos podem ocorrer em praias, rios, lagos, piscinas e até mesmo em banheiras e tanques. Mesmo as pessoas que estão acostumadas a nadar podem ter problemas, como câimbras, vertigens e cansaço extremo.
Um levantamento da Secretaria de Saúde de São Paulo apontou que, em 2019, duas pessoas morreram por dia em todo o estado. Metade das ocorrências foram com pessoas entre 20 e 49 anos.
Veja algumas dicas para evitar acidentes domésticos com afogamento:
- Antes de mergulhar de cabeça numa piscina, verifique o nível da água e a profundidade;
- Evite entrar na água com o corpo muito quente para não correr o risco de sofrer um choque térmico;
- Não entre na água se estiver alcoolizado ou logo após as refeições;
- Nunca deixe crianças ou pessoas idosas sozinhas na piscina ou em praias e rios.
Quais são os cômodos da casa onde os acidentes acontecem com mais frequência?
Estima-se que 60% das quedas de pessoas idosas acontecem dentro de casa. Uma pesquisa realizada pela TeleHelp, empresa de monitoramento emergencial, analisou os dados de 600 atendimentos ao longo de 2019. Com a pesquisa, se descobriu que a maioria desse tipo de quedas (34%) acontece no quarto.
De acordo com a gerente de atendimento Eliane Davanço, em geral, os usuários do serviço relatam quedas ao se levantarem da cama após um cochilo ou de madrugada para ir ao banheiro. E os motivos são quase sempre os mesmos: escorregões ou tropeços em tapetes próximos à cama ou desequilíbrio ao se desviarem de objetos e móveis pelo caminho.
Na sequência, os cômodos com mais registros de quedas foram sala (16%), banheiro (12%), cozinha (9%) corredores (3%) e áreas externas (3%). O período com maior ocorrência desses acidentes domésticos foi entre 11h e 19h.
A arquiteta Flavia Ranieri listou algumas dicas para evitar quedas de pessoas idosas dentro de casa. Confira abaixo!
No quarto
- Assegure-se da densidade e da firmeza do colchão;
- Instale barras de proteção e apoio na cama;
- Retire da cabeceira qualquer objeto que possa cair e quebrar;
- Instale iluminação de leitura;
- Você também pode optar por sensores de movimento para acendimento automático de luzes secundárias, apenas para iluminar o caminho;
- Instale iluminação interna nos armários para a fácil localização de roupas e utensílios;
- Remova os tapetes ou fixe-os no piso;
- Evite deixar fios e extensões pelo caminho.
Na sala
- Opte por um sofá com altura adequada e assento firme, de preferência com apoio para se levantar;
- Fixe estantes nas paredes ou no chão para evitar que caiam sobre pessoas idosas e crianças;
- Evite colocar objetos de uso contínuo em prateleiras muito altas, deixando tudo sempre à mão;
- Evite tapetes, fios, porta-revistas, objetos e móveis soltos;
- Posicione os móveis nem muito juntos (dando mais espaço para a circulação), nem muito separados (para que eles possam se apoiar no caso de desequilíbrio).
Nos banheiros
- Opte sempre por pisos antiderrapantes (caso o seu não seja, você poderá aplicar um revestimento específico sobre o piso);
- Utilize tapetes antiderrapantes, com maior aderência ao chão;
- Ajuste a altura do vaso sanitário e do porta-papel higiênico;
- Instale barras de apoio ao lado do vaso sanitário e dentro do box;
- No box, opte preferencialmente pela cortina;
- Cadeiras ou bancos podem ser usados dentro do box para auxiliar que pessoas idosas lavem com maior facilidade os membros inferiores;
- Instale dispositivos de sinalização de emergência próximos ao chão para o caso de quedas.
Na cozinha
- Opte sempre por pisos antiderrapantes (caso o seu não seja, você poderá aplicar um revestimento específico sobre o piso);
- Ajuste a bancada e a pia na altura adequada;
- Instale torneiras do tipo monocomando e alavanca;
- Posicione os objetos sempre em altura adequada;
- Instale prateleiras giratórias nos armários de canto para facilitar o manuseio;
- Reorganize os itens da bancada, facilitando o acesso aos mais usados.
Quais são os fatores de risco ou causas mais frequentes de acidentes domésticos com pessoas idosas?
“São aqueles pequenos detalhes que usamos para dar um toque a mais nos ambientes da nossa casa que acabam se tornando uma armadilha para crianças e pessoas idosas”, explica a arquiteta especializada em projetos para ambientes inclusivos Fernanda Ramos.
“Uma sala grande com vários níveis e muitos objetos de arte, tapetes, degraus separando os ambientes, porcelanato pelo chão e escadas com design moderno que não utilizam corrimão. Todas essas coisas são muito bonitas, mas muito pouco funcionais em residências onde moram pessoas de mais idade ou crianças.”
Segundo a especialista, são essas escolhas as principais responsáveis por acidentes domésticos. Para solucionar o problema, muitos clientes já buscam seu escritório em busca de projetos que adaptem as residências para que ofereçam menos riscos.
“Nos últimos 5 anos, tivemos um considerável aumento de projetos para ambientes inclusivos no nosso escritório, o que demonstra uma maior preocupação das pessoas em proteger seus familiares”, explica.
Fernanda prefere não divulgar os valores dos projetos, pois, segundo ela, variam muito de acordo com as adaptações que precisam ser feitas. Mas garante que há margem para todas as possibilidades financeiras.
Prevenção de acidentes domésticos com pessoas idosas: confira algumas dicas!
Pratique exercício físico regularmente
Com o avançar da idade, é comum que o corpo humano apresente uma perda gradativa de massa muscular. Alguns estudos chegam a afirmar que, a partir dos 40 anos, começamos a perder 8% dela a cada década, e que, por volta dos 70 anos, esse índice pode chegar a 15%.
A prática de exercícios físicos fortalece a musculatura e ajuda a prevenir acidentes domésticos. Foto: NDAB Creativity / Shutterstock.
As consequências disso são fraqueza física, desequilíbrio e prejuízos para a mobilidade e a funcionalidade do corpo, o que aumenta consideravelmente a probabilidade de acidentes domésticos.
De acordo com especialistas, os melhores exercícios para pessoas idosas são aqueles de baixo impacto, como natação, hidroginástica, caminhada (com tênis adequado), pilates, yoga, andar de bicicleta e musculação.
Seja cuidadoso
Ninguém gosta de perder a funcionalidade, principalmente após anos de uma vida muito ativa e dedicada a cuidar dos familiares. Mas para cuidar do outro, primeiro é preciso cuidar de você e se precaver de acidentes domésticos. Uma alimentação adequada e muito bem balanceada, além da prática diária de exercícios ajudam a evitar quedas.
E que tal marcar aquele check-up médico?
Não beba álcool em excesso
De acordo com a especialista em dependências químicas e comportamentais Mariane Caiado, o consumo excessivo de álcool pode causar declínio cognitivo acelerado e demência, além de câncer de boca, do sistema digestivo, do fígado e de mama (nas mulheres).
Mariane também chama a atenção para o aumento de acidentes domésticos, como quedas.
“O consumo de álcool é um dos principais fatores de risco para mortalidade e incapacidade em todo o mundo. Nas pessoas idosas, o consumo de álcool está associado a muitas doenças clínicas e transtornos mentais”, destaca a especialista.
Use sapatos bem ajustados
De acordo com o ortopedista Alexandre Penna, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a escolha do calçado para uma pessoa idosa deve passar por algumas prerrogativas.
"Se é uma pessoa idosa que tem dificuldade de mobilização, que tem rigidez de articulação, o sapato deve ser fácil de calçar, principalmente, e fácil de ser removido e que ao mesmo tempo dê firmeza na hora de pisar", explica.
Para evitar acidentes domésticos, como quedas, o indicado é que os sapatos sejam confortáveis, bem fixos nos pés e do tamanho exato: nem grande demais para não ficar saindo do pé, nem pequeno demais para não causar desconforto.
Ilumine a casa adequadamente
Um dos problemas do envelhecimento é o enfraquecimento da visão. Por isso, manter os ambientes bem iluminados é fundamental para evitar acidentes domésticos.
Especialistas indicam que, em casas com pessoas idosas, luzes de sinalização devem permanecer acesas durante toda a noite para indicar o caminho, evitando assim tropeços, esbarros em móveis e quedas.
Não use pequenos tapetes no chão
O ideal é que o tapete fique com suas extremidades protegidas sob os móveis, para evitar que pessoas idosas tropecem e caiam. Pequenos tapetes geralmente ficam com suas extremidades expostas, aumentando o risco de acidentes domésticos.
Para evitar problemas, o ideal é que eles sejam retirados do ambiente ou que, pelo menos, não sejam posicionados no meio do caminho.
Não deixe fios soltos pelo chão
Canaletas e protetores plásticos são muito indicados para proteger e esconder a fiação que fica por fora da parede. Além de tornar o ambiente mais bonito e organizado, esconder os fios evita que pessoas idosas possam tropeçar e sofrer quedas, que podem levar a problemas mais sérios.
Sempre que precisar utilizar algum eletrodoméstico ligado na tomada, certifique-se de que seu fio esteja protegido e longe do caminho de todos.
Esteja atento a movimentos inesperados de animais e crianças
Crianças e animais costumam ter reações rápidas que, por vezes, podem apresentar riscos de acidentes domésticos. No entanto, a reação inesperada de um adulto para tentar resolver aquela situação também pode acarretar quedas, torções musculares e até mesmo fraturas.
Nesses casos, o ideal é estar sempre atento para não ser pego de surpresa.
Use bengala, se o seu médico concordar
Um artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) explica que a bengala tem sido um dos meios mais simples e baratos de prevenir acidentes domésticos. Sua função, de acordo com o texto, é contribuir para a mobilidade mais segura e facilitar a vida cotidiana
Membro da Comissão de Osteoartrite, o reumatologista Ricardo Fuller conta que o uso da bengala ajuda a diminuir o peso sobre os membros inferiores em até 20% do peso do indivíduo, além de aumentar a base de apoio e de servir como um rastreador do ambiente.
Homem anda com a ajuda de uma bengala para evitar acidentes domésticos, como escorregões e quedas. Foto: Sergey Furtaev / Shutterstock.
“Esses dispositivos melhoram o equilíbrio e fornecem uma forma de compensar as deficiências de força e agilidade, melhorando a segurança ao caminhar, reduzindo o risco de quedas e o agravamento das condições de saúde que estão dificultando a locomoção”, destaca o especialista.
Mas o momento de aderir a uma bengala deve ser definido por um médico ou fisioterapeuta. Em caso de dificuldade de locomoção e perda de equilíbrio, consulte um especialista sobre a possibilidade de incluir uma bengala no seu dia a dia. O acessório, além de chique, com certeza será muito útil.
Não encere o piso
Pisos encerados aumentam as chances de escorregões e quedas, principalmente de pessoas idosas e crianças. O risco é ainda maior quando são usados tapetes sobre esses pisos.
Se você tem uma pessoas idosas ou uma criança em casa e deseja evitar acidentes domésticos, o ideal é optar por um pano úmido na limpeza do ambiente, que será eficiente e oferecerá menos riscos.
Instale corrimão nas escadas
Quedas, tropeços e escorregões em escadas são acidentes domésticos comuns em qualquer idade. Por isso, a importância de contar com a proteção de um corrimão é tão grande e justificável.
A queda de uma escada pode provocar sérios danos à saúde do acidentado e até mesmo levar à morte. Por isso, não abra mão de um guarda-corpo na sua escada.
Instale redes de proteção nas janelas
Vamos imaginar uma situação. Você está andando dentro de casa distraidamente e de repente tropeça ou escorrega e à sua frente, muito próxima a você, está uma janela aberta. Melhor parar por aqui e nem imaginar qual poderia ser o desfecho dessa história.
Por isso, para evitar esse tipo de acidente, o ideal é que você conte com a proteção de redes nas janelas, em casas ou apartamentos com crianças ou pessoas idosas.
Conclusão
São muitos os fatores que podem ocasionar acidentes domésticos. Mas também são muitas as formas de se prevenir e evitar que eles aconteçam. Por isso, o ideal é que você comece a olhar os ambientes da sua casa com um olhar mais criterioso. Buscando, principalmente, gatilhos que possam trazer problemas para você e para os demais moradores.
Agindo sozinho ou contando com a ajuda de profissionais especializados no assunto, o importante é cuidar da segurança de quem você ama.
A prevenção da saúde e o cuidado financeiro devem andar lado a lado. M uitas são as formas de evitar acidentes, porém, elas podem ter um custo acima do planejado durante o envelhecimento. Por isso, faça o teste abaixo e descubra se você boicata as suas finanças.
Saiba, então, como ter um maior controle do seu dinheiro para aprender a da saúde e de outros aspectos da sua longevidade.
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