Pessoas com mais de 60 anos poderão ter um novo modelo de atenção à saúde no sistema privado. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) propôs a planos e operadoras um projeto-piloto que inclua a reorganização de serviços e a adoção de novas ideias de pagamento dos prestadores de serviço para promover a melhoria da qualidade do atendimento.
A agência convocou prestadores e operadoras para apresentarem propostas voluntariamente. Serão selecionadas 15, que devem entrar em vigor em até um ano e que podem ser aplicadas inicialmente a um grupo. Os modelos que se mostrarem viáveis poderão ser replicados.
Na prática, uma das mudanças que a agência busca é a criação da figura de um “navegador” – profissional de saúde que conduz o paciente pela rede assistencial. Ele será o ponto de apoio para evitar redundâncias de exames e prescrições, interrupções na trajetória do usuário e complicações e efeitos adversos gerados pela desarticulação das intervenções em saúde.
Está em estudo uma forma de registro – não se sabe ainda se aplicativo ou papel – para que o paciente tenha sempre em mãos dados essenciais sobre sua saúde e para que a informação possa circular entre prestadores e operadoras.
Nesse novo sistema, o hospital e a emergência deixariam de ser a base do atendimento. Eles ficariam reservados aos momentos da agudização da doença crônica, por exemplo. A proposta também contempla e valoriza as estruturas de apoio ao cuidado integral, como os cuidados paliativos e a atenção domiciliar.
Hoje, dos 50 milhões de vínculos a planos de saúde de assistência médica no Brasil, 12,5% são de pessoas com 60 anos ou mais
São cinco níveis de cuidados: acolhimento, núcleo integrado de cuidado, ambulatório geriátrico, cuidados complexos de curta duração e de longa duração. O foco será o reconhecimento precoce do risco, a fim de monitorar a saúde e não a doença. Isso faz com que os pilares do atendimento se centrem nos três primeiros níveis.
Segundo a ANS, o aumento da expectativa de vida, a transição epidemiológica (com prevalência de doenças crônicas como diabetes, câncer, obesidade e hipertensão) e a evolução tecnológica motivaram a proposta. Hoje, dos 50 milhões de vínculos a planos de saúde de assistência médica no Brasil, 12,5% são de pessoas com mais de 60 anos.