O que é saúde para você? Quando proponho uma reflexão sobre o tema, muitas vezes as respostas que chegam estão relacionadas ao bem-estar e, principalmente, ao estar livre de problemas físicos. Entretanto, o conceito deve ir muito além da simples ausência de doenças ou enfermidades.

A definição do termo, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948, estabelece que saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Isso implica que estar saudável não significa apenas não estar doente, mas sim alcançar o equilíbrio e o pleno funcionamento em várias esferas da vida. E o cuidado preventivo é crucial dentro desse entendimento mais amplo de saúde.

Cuidado contínuo e proativo

Prevenir significa agir, cuidar e dar atenção a determinados aspectos de modo ininterrupto. A prevenção envolve tomar medidas antecipadas para evitar que algo indesejável ou prejudicial aconteça. No caso da saúde, é agir de forma proativa para reduzir ou eliminar riscos e problemas futuros, justamente para evitar a ocorrência de doenças, lesões e outros danos, promovendo um estado de bem-estar contínuo.

E existem várias formas de cuidado preventivo, que incluem a vacinação, a realização de exames periódicos, o monitoramento de fatores de risco, a adoção de hábitos e um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, a prática regular de atividades físicas e a promoção da saúde mental por meio de técnicas para controle do estresse e a busca por apoio psicológico quando necessário.

Sabe aquele papo de “é melhor prevenir do que remediar”?  

Exames regulares podem, por exemplo, identificar enfermidades – ou a tendência a elas - em estágios iniciais, quando são mais tratáveis e controláveis e ainda não provocaram consequências e danos sérios. Quando o caso é de uma condição sem cura, antecipar o acompanhamento pode ser determinante para a evolução do quadro.

Assim, um dos principais benefícios do cuidado preventivo é a detecção antecipada de possíveis complicações. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e aumenta suas chances de sucesso. Intervenções preventivas são capazes de reduzir significativamente a incidência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, além de outras questões que envolvem a saúde cardiovascular, uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo.

O fato é que não é preciso esperar o corpo dar sinais de que algo não vai bem para realizar uma consulta, buscar um especialista ou fazer exames. Algumas doenças são descobertas sem querer, mas em tempo de serem resolvidas com tratamento, recuperação rápida, sem sequelas ou complicações.

Táticas para uma vida saudável

O cuidado preventivo também deve levar em conta uma maior conscientização sobre hábitos saudáveis. Ao adotar práticas como a atividade física regular, uma alimentação nutritiva e equilibrada, o sono adequado e a redução do consumo de substâncias nocivas, como álcool e tabaco, contribui-se para a manutenção de um estado de saúde otimizado. Essas práticas não apenas previnem doenças, mas melhoram a qualidade de vida.

A importância dos cuidados preventivos para o coração

Boa parte das doenças cardiovasculares poderia ser evitada ou minimizada com medidas preventivas ou o diagnóstico precoce. Esperar que um sintoma se manifeste pode ser tarde quando falamos do coração. Isso porque eventos graves e até fatais muitas vezes não dão qualquer indício até que efetivamente aconteçam, como o infarto do miocárdio.

De acordo com a OMS, aproximadamente 80% das mortes por doenças cardíacas no mundo seriam evitadas com mudanças de comportamento, a adoção de um estilo de vida mais saudável e o monitoramento de fatores de risco. Para saber se há ameaças é necessário investigar, acompanhar e manter os cuidados ao longo da vida. Agir proativamente quando o assunto é o sistema cardiovascular pode ser determinante para o surgimento ou agravamento de doenças.
Médico segurando um formato de coração vermelho. Imagem para ilustrar a matéria sobre o conceito de saúde.Crédito: Pawika Tongtavee/Shutterstock

Qual foi sua última visita ao cardiologista?

Portanto, fazer um check-up cardiológico é importante em qualquer fase da vida. Dependendo do potencial de risco, as avaliações são feitas até mesmo antes do nascimento. Com os recursos atuais é possível realizar, ainda durante a gestação, testes não apenas da mãe, mas também da criança.

O ecofetal ajuda a diagnosticar cardiopatias muito graves e em algumas situações é possível tratar o bebê no útero ou nos primeiros dias de vida, realizando procedimentos sob o coração para corrigir ou melhorar o prognóstico da doença. E veja, isso pode acontecer com qualquer um, mesmo sem histórico familiar. A recomendação é que a gestante faça esse exame com cerca de 20 semanas, quando o feto já está mais formado.

Ainda sobre a gestação, em casos de gravidez planejada, especialmente para aquelas que nunca passaram por uma avaliação cardiológica na vida, a recomendação é que, até mesmo antes de engravidar, procurem um cardiologista. Em um simples exame clínico, por exemplo, é possível detectar algum problema, principalmente de válvula ou sopro no coração.

Quanto mais cedo, melhor!

Quando pensamos na população de modo geral, a orientação para as mulheres sem fatores de risco, sintomas e histórico familiar é iniciar esse acompanhamento cardiológico entre 35 e 40 anos; entre os homens, a partir dos 35 anos. E tal qual a idade de início, alguns fatores podem influenciar na periodicidade com que essas consultas devem acontecer.

Por exemplo, indivíduos que já têm o diagnóstico de alguma cardiopatia, a recomendação é uma visita ao especialista de 6 em 6 meses (ou menos, conforme indicação do médico que está acompanhando o caso). Outro grupo que precisa de acompanhamento semestral é daqueles com síndromes metabólicas e questões associadas, como hipertensos, diabéticos, obesos e pessoas que têm o colesterol elevado.

Já quem apresenta fatores de risco, mas não tem nenhum sintoma e está dentro da faixa de idade mencionada anteriormente, pode realizar essa avaliação anualmente. Por último, os jovens (menos de 30 anos), que têm o hábito de fazer check-ups, com colesterol normal, sem hipertensão, que praticam atividades físicas e não apresentam nenhum fator de risco, é possível estender essa frequência e realizar o check-up preventivo em média a cada dois anos.

Cuidados com o corpo e a mente

Não podemos esquecer o cuidado preventivo com a saúde mental, que de alguma forma afeta a maneira como pensamos, sentimos, agimos, fazemos escolhas e nos relacionamos com os outros. A depressão, por exemplo, é uma doença grave e incapacitante, que interfere no cotidiano e está frequentemente associada ao isolamento e sentimento de tristeza profunda e prolongada, ansiedade, impotência, fadiga, alterações no sono e perda de interesse em coisas antes prazerosas.

Quando sentimos depressão, ansiedade ou estresse constante, o ritmo cardíaco e pressão aumentam, há um fluxo sanguíneo reduzido para o coração e o corpo produz níveis mais altos de adrenalina e cortisol. Tudo isso acaba obrigando o coração a trabalhar mais.

Se mantido por um período longo e constante, o cenário pode gerar efeitos capazes de desencadear uma crise hipertensiva, arritmias, doença arterial coronária e até um infarto. Portanto, reconhecer a importância da saúde mental e agir preventivamente nesse sentido também é um passo fundamental para alcançar um estado de bem-estar completo.

Uma aliada da longevidade

Medidas preventivas para as doenças cardiovasculares têm de ser pilar fundamental para todos. Os cuidados devem começar antes do nascimento e se estender durante toda a vida. Como vimos, muitos fatores podem ser controlados com acompanhamento médico, mudanças de hábitos e estilo de vida. A prevenção ainda é a melhor forma de enfrentar complicações cardíacas. Investir em prevenção é, portanto, investir em uma vida mais longa e saudável.


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