Um estudo recente da Universidade de Nagoya, no Japão, trouxe novas interpretações sobre a relação entre álcool e envelhecimento. Pesquisadores descobriram que um substâncias químicas produzidas durante o metabolismo do álcool pode acelerar o envelhecimento. O que também pode causar danos significativos ao DNA.
Essas substâncias são os aldeídos, compostos químicos altamente reativos que interagem com o DNA e proteínas no corpo humano. Eles são gerados não só durante o metabolismo do álcool. Também podem estar presente na produção de resinas, plásticos, solventes, tintas, perfumes e certos cosméticos. Segundo o estudo publicado na revista "Nature Cell Biology", esses compostos podem provocar doenças relacionadas ao envelhecimento precoce.
Yasuyoshi Oka, um dos autores do estudo, destacou que é a primeira vez que se propõe uma relação direta entre os danos ao DNA causados pelos aldeídos e o envelhecimento prematuro. Oka explica que os aldeídos formam ligações cruzadas DNA-proteína (DPCs). Tais ligações bloqueiam enzimas vitais para a proliferação e manutenção celular, comprometendo esses processos e acelerando o envelhecimento.
Relação entre álcool e envelhecimento está relacionada a efeitos nocivos
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que indivíduos com distúrbios de envelhecimento prematuro, como a síndrome de AMeD, apresentam um mau funcionamento da enzima aldeído desidrogenase. Em particular, da ALDH2, responsável por degradar os aldeídos.
Em pessoas saudáveis, a ALDH2 também desempenha um papel crucial na resposta ao consumo de álcool. O fígado metaboliza o álcool em aldeídos, que são posteriormente convertidos em substâncias não tóxicas pela ALDH2.
A deficiência ou mau funcionamento dessa enzima pode, portanto, aumentar os níveis de aldeídos no corpo, exacerbando os danos ao DNA e acelerando o envelhecimento.
Crédito: aijiro/Shutterstock
Como prevenir o envelhecimento precoce
A pesquisa da Universidade de Nagoya sugere que os danos ao DNA induzidos por aldeídos podem desempenhar um papel significativo no envelhecimento. O que pode acontecer mesmo em pessoas sem predisposições genéticas. Isso expõe uma conexão crítica entre fatores ambientais e o envelhecimento celular.
Os cientistas enfatizam a importância de reduzir a exposição a substâncias que geram aldeídos, como álcool, tabaco e poluição ambiental, para minimizar os efeitos nocivos no DNA. Adotar essas precauções pode ser essencial para prevenir danos celulares e promover uma vida mais longa e saudável.
De acordo com a pesquisa, a relação entre álcool e envelhecimento é clara: a redução do consumo de álcool e a exposição a outros aldeídos pode ser uma estratégia eficaz para retardar o envelhecimento e melhorar a saúde geral. Este estudo fornece uma base sólida para futuras pesquisas e políticas de saúde pública voltadas para a promoção da longevidade.
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