Dois tomates e três porções de outras frutas, de preferência maçã. Esses ingredientes podem ajudar a desacelerar a perda progressiva da função pulmonar em adultos. Se forem ex-fumantes, esses alimentos chegam a recuperar os danos causados pelo cigarro nos pulmões.
O resultado do estudo de dez anos, elaborado pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, nos EUA, importa para quem já fumou, porque “mostra que a dieta pode ajudar a reparar os danos” causados pelo cigarro nos pulmões dessa população. Os efeitos de maçãs, tomates e chás herbais foram “particularmente fortes, independentemente do número de maços-ano consumidos no período da pesquisa”.
A análise faz diferença para quem nunca foi tabagista, porque indica que o consumo desses alimentos provoca uma redução no processo de envelhecimento do pulmão também para esse grupo. A partir dos 30 anos, dependendo da saúde do indivíduo, as funções do órgão começam a declinar.
Para os fumantes – 16% da amostra de 680 pessoas investigadas no estudo –, houve, como nos demais, desaceleração da perda de função pulmonar – mas não a recuperação dos danos causados pelo cigarro nos pulmões, como em ex-fumantes. O que não significa que o vício não comprometa outros órgãos, lembra o otorrinolaringologista Cícero Matsuyama, do Hospital Cema. “O tabagismo é a maior causa de câncer de boca, laringe e esôfago”, alerta.
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Na pesquisa, quem consumiu ao menos dois tomates e três porções de frutas todos os dias teve menor declínio, comparado com quem incluiu menos itens na dieta. É preciso ainda que esses alimentos sejam frescos.
Para avaliar o desempenho dos pulmões, a equipe recorreu a um teste de espirometria, que afere o volume e a velocidade da inspiração e da expiração. Feita pela equipe da Johns Hopkins, em parceria com o Imperial College de Londres, a pesquisa foi publicada no periódico científico “European Respiratory Journal”.
Bom para fumantes
O resultado da pesquisa pode ser uma arma nas mãos de fumantes que pretendem abandonar o vício. “A mudança verdadeira ocorre quando associadas a aspectos positivos e não negativos”, sinaliza a psicóloga Sharon Feder. O medo, completa ela, pode trazer resultados imediatos, mas não duradouros.
Como coach de saúde e bem-estar da Carevolution, Feder auxilia quem quer deixar o cigarro no passado. É difícil e, “quanto mais tempo instalado um hábito, maior o grau de dificuldade para mudar”. Mas, segundo ela, comprometer-se, comemorar as conquistas e determinar planos e estratégias para essa missão podem ajudar.