Tontura é um termo médico que possui vários sinônimos em consultórios e hospitais pelo país. Alguns desses sinônimos são atordoamento, cabeça ruim, tonteira, vertigem, zonzeira e “zonzura”. Mas como isso se manifesta? Dr. Tontura explica!

Todos esse nomes são comuns. Isso quando não é rotulado erroneamente como labirintite. A verdade, porém, é que trata-se de um sintoma que pode levar a diferentes diagnósticos e estar associado a situações bem distintas.

Saulo Nardy Nader, neurologista conhecido como Dr. Tontura, explica que a tontura pode estar relacionada ao desequilíbrio. Pode estar ligada a alguma condição clínica ou cardíaca descompensada, ou a sensações vagas na cabeça. Também pode ter a ver com sensação de vertigem, que é quando as coisas parecem girar ou balançar, e distorção do movimento”.

O médico, especialista na subárea de Vertigem, Tonturas e Desequilíbrio destaca que tontura e vertigem são frequentemente considerados sintomas semelhantes. Entretanto, esclarece que vertigem é um dos tipos possíveis de tontura. Além de ser reconhecido em área de atuação, ele é membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo.

“Vertigem é uma sensação anormal de um movimento que a pessoa faz. Tontura é um termo mais amplo", explica. O médico lista que ela pode estar ligada a:

  • Mal-estar na cabeça, decorrente de uma desidratação; 
  • Vista escurecendo, por queda de pressão;
  • Sensação de náusea e enjoo, por causa de uma gastrite; 
  • Sensação de desânimo, corpo ruim e cabeça atordoada, por uma anemia. 

Até doenças psiquiátricas, como depressão e quadro bipolar, podem gera tontura.

Outra situação bastante comum, segundo o Dr. Tontura, é o fato de praticamente todo tipo de tontura ser considerado labirintite. “No Brasil, labirintite virou um rótulo, um apelido que os médicos dão para qualquer tipo de tontura. É um erro, pois, se não for tratado o problema por trás disso, a pessoa não será atendida de forma adequada”, adverte.

O médico, Dr. Tontura, posando para uma foto.O neurologista Saulo Nardy Nader, conhecido como Dr. Tontura. Crédito: Divulgação

8 possíveis causas, segundo o Dr. Tontura

Gastrite, úlcera, intolerância ao leite e glúten

Problemas gastrointestinais. "Machucados no estômago e no começo do intestino podem gerar situações que têm correlação direta com a tontura", diz o neurologista. Além de gastrite e úlcera, causas mais comuns, qualquer outra adversidade estomacal mais grave tende a gerar o sintoma. 

O mesmo pode-se dizer de transtornos intestinais, entre os quais intolerância à lactose e ao glúten. Segundo ele, essas situações fazem parte da categoria de Tonturas de Origem Clínica Sistêmica. Isso ocorre quando há um distúrbio em alguma parte do organismo. Nesse caso, o órgão envia um sinal de alerta para o cérebro, iniciando o episódio de tontura.

Enxaqueca

Dores de cabeça também podem ser associadas à tontura. Neste caso, trata-se de um quadro identificado como migrânea vestibular. Também é chamado de enxaqueca vestibular, que gera dor de cabeça e crises fortes de vertigem. 

A tontura ocorre porque as crises da enxaqueca irritam a área do cérebro que controla o labirinto. Geralmente, os dois sintomas aparecem juntos, mas também podem aparecer em tempos diferentes e isolados. Com o tratamento e controle da enxaqueca, a tontura tende a desaparecer.

Queda de pressão

Quando a pessoa tem um problema pressórico, a pressão não tem autocontrole e cai em alguns momentos, provocando tontura. “É chamada lipotimia. Normalmente acontece através da sensação de escurecimento visual. É como se a vista fosse embaçando, escurecendo, quase um túnel fechando, uma sensação de quase desmaio", esclarece o Dr. Tontura. 

Pode ser verificada quando alguém levanta rapidamente, faz força ou se existe sensibilidade dos vasos do pescoço. A queda de pressão que leva à tontura pode ser problema no reflexo neurológico, que controla a pressão sanguínea. “Nosso sistema neurológico fica ajustando o calibre dos vasos para a pressão não cair o tempo todo. Se ele está desequilibrado, os vasos demoram pra responder o comando e a pressão cai por um momento, provocando a tontura”, relata.

Ansiedade ou estresse

O emocional é outra causa possível. Nesse cenário, temos o que é chamado de tontura perceptual, vertigem fóbica ou, ainda, tontura emocional. “Trata-se de um desequilíbrio químico da parte do cérebro que controla o labirinto. Ele leva a pessoa a ter uma tontura contínua – todos os dias e quase a todo momento", detalha o médico. 

Quem sofre com isso costuma sentir uma tontura "estranha". Quer dizer que, em geral, não é possível ser verbalizada. Como uma sensação de cabeça leve e oca, de pressão na cabeça, de atordoamento ou formigamento na cabeça, por exemplo. A vítima também sente desequilíbrio ou insegurança para caminhar. 

"Os sintomas costumam piorar em locais com muita informação, como shoppings e mercados lotados. O quadro se agrava quando o lado emocional da pessoa está fragilizado. Quanto mais ansiedade a pessoa sentir, mais intensa será a tontura, criando-se um círculo vicioso", comenta o especialista. O tratamento geralmente inclui medicações antidepressivas, definidas caso a caso.

Arritmia

Com sintomas parecidos com a queda de pressão, enquadra-se no grupo de tontura de origem cardiológica. Ela traz a sensação de escurecimento, vista apagando e um quase desmaio. Nesse caso, o problema da queda de pressão afeta o coração e provoca situações, tais como arritmia ou coração inchado.

Diabetes, alterações na tireoide, pressão alta, carência de vitaminas, anemias

Tais doenças metabólicas, quando muito descompensadas, provocam uma tontura incômoda. "O metabolismo muito desequilibrado leva à intoxicação do cérebro. A forma dele avisar que algo está errado é através da tontura", assinala o Dr. Tontura. O sintoma vai desaparecer a partir do momento que a causa dele for tratada adequadamente.

Acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla e tumor

Essas, entre outras lesões na área do cérebro que controla o labirinto, também entram na lista de possíveis problemas ligados à tontura. Tais transtornos são enquadrados no grupo vertigem de origem central. O tratamento adotado vai mudar conforme cada caso.

Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB)

Chamada também de labirintite dos cristais soltos, tem um nome complexo, mas sintomas bem comuns. Além de ser a principal vertigem em estatística, afetando muita gente. Nesse quadro, a pessoa sente uma rápida e intensa vertigem, quando vira a cabeça de forma veloz. 

Parece que tudo à volta gira ou balança. O mesmo acontece ao deitar, ao virar na cama, ao olhar para o alto ou para os lados. É bem possível que venha acompanhada de enjoo. 

“O problema ocorre devido à soltura anormal de cristais que temos dentro do labirinto. Esses cristais soltos arranham o labirinto, fazendo com que ele se irrite e gere a vertigem”, explica o Dr. Tontura. A situação pode ser resolvida com manobras no próprio consultório médico, sem necessidade de medicação.


Para melhorar a qualidade de vida das pessoas com 60 anos ou mais, o Instituto de Longevidade lançou o Programa de Benefícios ViverMais. Com a iniciativa, associados possuem benefícios como descontos em medicamentos, tele saúde, cursos de requalificação, seguro de vida, entre outros serviços.

Faça parte do Programa ViverMais e veja como ter uma aposentadoria mais plena!

Leia também:

Telemedicina: como os brasileiros utilizam esse serviço e quais são os seus direitos?

Tele saúde e segunda opinião médica: benefícios do ViverMais

Teleconsulta: o que é, como funciona e quais os benefícios para você?

Compartilhe com seus amigos