Pequenos acidentes domésticos muitas vezes podem ser os responsáveis por um grande trauma, principalmente para pessoas com mais de 60 anos. Uma queda, dependendo da altura ou do impacto, pode provocar lesões sérias no corpo e até comprometer os movimentos. Em alguns casos, dependendo da gravidade do tombo, os ferimentos podem levar ao óbito.

São situações que, por vezes, não podem ser evitadas. Por isso, a reabilitação e o tratamento adequado são essenciais para que a pessoa acidentada consiga se recuperar e manter o curso da vida. Ter uma assistência médica disponível a qualquer momento e pronta para socorrer pode ser o diferencial a fim de evitar que algo mais grave aconteça.

Outra ideia a se levar em conta é a contratação de um seguro que ofereça cobertura médica e compensação financeira. O Master Acidentes Domiciliares, além desses dois pontos positivos, ainda oferece assistência para evitar imprevistos domésticos, como revisão das instalações elétricas, reorganização dos móveis, fixação de quadros e tapetes, entre outros. 

Além disso, o apoio da família é essencial para que superar os problemas físicos e até mesmo os traumas emocionais advindos da queda. Essas lesões (físicas e emocionais) podem ser temporárias ou permanentes, e é importante aprender a lidar com elas — algo que pode se mostrar bastante difícil.

É preciso ficar atento às quedas

A queda é considerada um dos acidentes domésticos mais comuns entre a população com mais idade. Pode ser causada pela falta de um calçado adequado na hora de subir a escada, por um piso escorregadio ou pelo desequilíbrio ao tentar alcançar algo em cima de uma prateleira localizada no alto.

Muitas pessoas caem porque tropeçam nos móveis da casa devido a problemas de visão, ou porque escorregam enquanto tomam banho por não terem muita firmeza nos movimentos.

De acordo com o Bepa (Boletim Epidemiológico Paulista), estudo divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde em 2019, o número de mortes por queda quadruplicou no Estado de São Paulo nos últimos 16 anos, quase igualando o número de homicídios. Essa pesquisa também mostra que essa já é a terceira principal razão de mortes por causas externas, ou seja, que não estão relacionadas com o organismo humano.

Em 2000, foram 644 óbitos resultantes de quedas fatais. Em 2010, esse número saltou para 2.520. Já em 2016, o número de mortes passou para 3.361, sendo que mais da metade (1.809) foi de pessoas com mais de 75 anos.

O resultado da queda

Os principais ferimentos em decorrência dessas quedas são fraturas no punho ou no quadril. No entanto, as lesões mais sérias ocorrem na cabeça, podendo resultar em um traumatismo cranioencefálico, que pode ser leve, moderado ou grave.

De acordo com Marcella Bianca Neves, neuropsicóloga do Instituto do Cérebro e integrante da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNP), o trauma cranioencefálico é uma lesão física no cérebro provocada por uma força externa e que pode ocasionar sangramentos ou coágulos. 

“Esse traumatismo provoca diversas lesões, desde a incapacidade temporária até a permanente das funções cerebrais atingidas”, explica a médica. “Os traumas em grau leve às vezes nem geram alterações estruturais. Já nas lesões graves, a tendência é que exista alteração de consciência e déficits cognitivos, como de linguagem, atenção, memória e até motores”.

Reabilitação e tratamento pós-trauma

O tratamento para alguém com traumatismo cranioencefálico sempre depende da região cerebral afetada, porém é fundamental fazer o atendimento emergencial em qualquer que seja o caso. 

Marcella reforça que é também necessário fazer a avaliação do nível do quadro (como checagem do nível de consciência, exposição do trauma, espiração e frequência respiratória) e a remoção para o hospital a fim de realizar o diagnóstico. “A partir disso, verifica-se a necessidade de intervenções clínicas e/ou neurocirúrgicas”, afirma a neuropsicóloga.


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Após a avaliação do quadro, é possível pensar na reabilitação e planejar o tratamento da melhor forma possível de acordo com as regiões lesionadas e a gravidade das mesmas, visando sanar ou minimizar os impactos do trauma. “Os tratamentos pós lesão cerebral contam sempre com uma equipe multidisciplinar que busca combinar reabilitação cognitiva e emocional, neurológica, psicoterápica, fonoaudiológica, fisioterápica e nutricional”, diz Marcella.

É importante lembrar que a família tem um papel fundamental em todo esse processo. Ela deve ser orientada pelos profissionais sobre como ajudar na reabilitação do paciente. 

“Juntos, família e médicos precisam pensar nos métodos de assistência e acolhimento da pessoa acidentada”, afirma Marcella. Assim, será possível planejar e definir os papéis que cada um deverá assumir no tratamento e como vão auxiliar na reestruturação da autonomia mínima do paciente. 

Como evitar as quedas

"O trauma cranioencefálico pode ser evitado a partir do momento em que as atividades são realizadas com segurança", aponta a médica. Esses cuidados incluem o uso de equipamentos adequados e seguros para a execução das tarefas, como sapatos fechados. Também é importante checar a qualidade dos materiais utilizados.

Outras medidas que podem ajudar a evitar quedas e acidentes domésticos incluem o uso de itens antiderrapantes e a retirada de tapetes soltos na casa. É interessante instalar barras de apoio pela casa, principalmente no banheiro, além de incentivar o uso de corrimão nas escadas.

A prática de exercícios físicos pode ser fundamental na previsão desses acidentes, pois ajuda a fortalecer os músculos e a melhorar o equilíbrio. A hidratação e a alimentação também devem ser observadas, pois podem evitar a tontura e a fraqueza.

Traumas emocionais

Outro agravante desse tipo de acidente é o choque emocional gerado pela ferida, conhecido como transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). 

De acordo com Marcella, esse trauma está relacionado à ansiedade e caracterizado por sintomas físicos, emocionais e psíquicos em decorrência da vivência de um episódio ameaçador — como uma queda. “Ao ser lembrado, esse trauma evoca de forma intensa emoções e sensações iguais às vividas durante o episódio ameaçador”, comenta. 

O transtorno não tem um tempo certo de duração e pode não desaparecer completamente. Algumas pessoas podem ficar gravemente incapacitadas, mesmo que alguns anos tenham se passado desde o evento.  

Geralmente, aqueles que possuem o transtorno do estresse pós-traumático apresentam um (ou mais) dos seguintes sintomas: 

  • re-experiência traumática: quando memórias involuntárias ou indesejadas e pesadelos recorrentes revivem o evento traumático.

  • esquiva: quando o indivíduo se afasta de qualquer tipo de estímulo que possa evocar lembranças do acidente.

  • sentimentos negativos: quando sentimentos como culpa, medo, raiva ou constrangimento se tornam predominantes, impedindo que o indivíduo sinta felicidade ou amor.

  • distanciamento emocional: quando o indivíduo se sente emocionalmente desligado de outras pessoas e se afasta de atividades que antes considerava prazerosas. 

  • reações alteradas: quando o indivíduo tem dificuldade em controlar suas reações, o que pode resultar em comportamentos imprudentes.

Marcella explica que o tratamento para quem tem transtorno do estresse pós-traumático deve ser realizado através de psicoterapia, sendo que a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é a abordagem com maior comprovação científica. “Medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos também devem ser usados quando necessário”, acrescenta.

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