A medicina preventiva para longevidade vem se consolidando ao longo dos anos. A área tem sido vista como para promover vida longa com qualidade, prevenção e bem-estar. Em artigo publicado na Veja Rio, os médicos Dr. Fabiano M. Serfaty e Dra. Eveline Bischof destacaram iniciativas que buscam reduzir a distância entre expectativa de vida e tempo de saúde, por meio de educação científica e prática clínica baseada em evidências.

À medida que a população envelhece, cresce a lacuna entre o tempo vivido e os anos com saúde. A medicina preventiva para longevidade atua para diminuir essa diferença com estratificação de risco validada, cuidados cardiometabólicos e avaliação do envelhecimento biológico.

Segundo Dr. Serfaty, a criação do primeiro currículo acreditado em medicina preventiva para longevidade representa um marco histórico. Desenvolvido por pesquisadores como Dr. Alex Zhavoronkov e Dra. Evelyne Yehudit Bischof, o programa recebeu acreditação CME (Educação Médica Continuada) e está disponível em vários idiomas, incluindo português.

Medicina preventiva para longevidade e o papel da educação

A iniciativa reúne médicos, PhDs e especialistas biomédicos em uma rede internacional. O objetivo é traduzir avanços da gerociência em protocolos clínicos seguros e acessíveis. O programa, oferecido pelo Longevity Education Hub, é gratuito e sem fins lucrativos. Ele é voltado para países que falam português, como Brasil, Portugal e Angola.

“Ensinamos que o envelhecimento é um fator de risco modificável em múltiplos níveis: cardiometabólico, musculoesquelético e neurocognitivo. O curso aborda fundamentos essenciais, diagnósticos críticos e intervenções eficazes. Mostramos aos médicos como triar biomarcadores, interpretar medidas de envelhecimento e conectá-las a desfechos clínicos relevantes. Não incluímos terapias ou diagnósticos controversos ou sem base científica”, disse a Dra. Evelyne Bischof.

O reconhecimento CME garante padrões internacionais de qualidade e amplia a legitimidade da área. “A acreditação exige objetivos de aprendizagem claros, divulgação de conflitos de interesse dos docentes, revisão independente por conselhos médicos e avaliação de resultados”, afirmou Bischof.

Expansão global da medicina preventiva para longevidade

A expansão do currículo para diferentes idiomas também reflete a preocupação com equidade e validade externa. De acordo com Bischof, a oferta em línguas como inglês, espanhol, chinês, russo e português cobre a maior parte da população mundial.

“As traduções incluem anotações clínicas locais, garantindo que os protocolos estejam alinhados com diretrizes regionais, fórmulas e padrões diagnósticos. Essa escala amplia o acesso e enriquece o banco de dados global de resultados, permitindo avaliar o que funciona em diferentes sistemas de saúde e contextos culturais”, reforça.

Ao oferecer o curso gratuitamente em português, a iniciativa busca democratizar o acesso e eliminar barreiras financeiras. “Nossa equipe trabalha voluntariamente. [...] Apoio filantrópico e sem fins lucrativos nos permite manter regras rígidas contra promoção comercial e publicar o currículo abertamente”, explicou a médica.

Um médico fazendo anotações em um caderno e computador. Imagem para ilustrar a matéria sobre medicina preventiva para longevidade. Crédito: TippaPatt/Shutterstock

Marcos e princípios que sustentam a prática

Na avaliação de Bischof, a obtenção da acreditação CME, a integração ao sistema público britânico (NHS) e parcerias com universidades foram decisivos. O fortalecimento da rede global de especialistas e a revisão constante de protocolos também aumentaram a credibilidade da iniciativa.

Além disso, a médica destacou dois princípios fundamentais que ajudam médicos e pacientes a repensar escolhas. “Primeiro, compreender que as ferramentas de medição da idade biológica não são tratamentos por si só, mas recursos de apoio. [...] Segundo, adotar a filosofia do ‘não causar dano’, garantindo que todos os serviços estejam alinhados com valores respaldados por diretrizes e evidências sólidas, para que cada intervenção traga benefício real e seguro", discorre.

Outro pilar importante é o combate a informações falsas. O curso adota uma classificação em três níveis: conteúdos sustentados por diretrizes, diagnósticos em validação e intervenções não recomendadas por falta de eficácia.

“Cada recomendação é ancorada em fontes primárias e declara potenciais conflitos de interesse. As avaliações utilizam vinhetas clínicas para treinar decisões do mundo real, evitando avaliações meramente teóricas”, reforça.

Como identificar práticas seguras na medicina preventiva para longevidade

Para o público, alguns sinais positivos indicam práticas confiáveis. Médicos com acreditação CME, transparência em protocolos, uso de ferramentas respaldadas por diretrizes e relatórios regulares de segurança estão entre eles. Em contrapartida, pacotes padronizados de alto custo, laboratórios sem transparência financeira, promessas de rejuvenescimento imediato e ausência de métricas sistemáticas são sinais de alerta.

Nas palavras de Bischof, “o objetivo não é eliminar o envelhecimento, mas incorporar a prevenção fundamentada em evidências e a manutenção da função plena ao cuidado cotidiano”.


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