Um novo estudo indica que alguns cuidados com o corpo podem ir além da estética. Segunda a pesquisa, perder barriga é bom para o cérebro e pode ajudar a manter as funções cognitivas por mais tempo. O estudo reuniu dados que mostram como a relação entre massa muscular e gordura visceral influencia o envelhecimento cerebral. Os pesquisadores observaram que mais músculos e menos gordura abdominal oculta estão associados a um cérebro com aparência mais jovem. Esse achado reforça a ligação entre saúde física e saúde neurológica.
O estudo foi apresentado na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte. Os autores avaliaram como a massa muscular e a gordura visceral se relacionam com a idade cerebral estimada por ressonância magnética. A idade cerebral não depende apenas da idade cronológica. Ela reflete a condição do tecido cerebral em cada fase da vida. Assim, o exame mostra se o cérebro parece mais novo ou mais envelhecido do que o esperado.
O trabalho reuniu 1.164 pessoas saudáveis. Todas passaram por ressonância magnética de corpo inteiro. A idade média dos participantes era de 55,17 anos. Os pesquisadores analisaram a massa muscular total, a gordura visceral e a gordura subcutânea. Eles também estimaram a idade cerebral com apoio de um algoritmo de inteligência artificial. A técnica utilizada produziu imagens que diferenciam gordura, músculos e tecido cerebral de forma detalhada.
Como os exames identificaram os efeitos no cérebro
Os resultados mostraram que maior proporção de gordura visceral em relação à massa muscular está ligada a um cérebro mais envelhecido. A gordura subcutânea não apresentou relação significativa com a idade cerebral. A massa muscular, por outro lado, mostrou relação positiva com um cérebro mais jovem. Os dados revelaram que pessoas com mais músculos tendiam a apresentar melhor preservação cerebral, por isso perder barriga é bom para o cérebro. Já quem acumulava mais gordura visceral tinha maior tendência ao envelhecimento cerebral acelerado.
O pesquisador Cyrus Raji comentou os achados. “Embora seja sabido que o envelhecimento cronológico se traduz em perda de massa muscular e aumento da gordura abdominal oculta, este estudo demonstra que esses indicadores de saúde estão relacionados ao próprio envelhecimento cerebral”, afirmou o professor no Departamento de Radiologia do Instituto de Radiologia Mallinckrodt da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri. Ele também destacou a importância da avaliação corporal. “Ele mostra que a massa muscular e a massa gorda, quantificadas no corpo, são indicadores-chave da saúde cerebral, acompanhando o processo de envelhecimento do cérebro”, completou.
Crédito: Andrey_Popov/Shutterstock
Por que perder barriga é bom para o cérebro?
A análise mostrou que a gordura visceral tem impacto direto na idade cerebral, então perder barriga é bom para o cérebro. Essa gordura é mais inflamatória e interfere em vários processos metabólicos. Ela se acumula ao redor de órgãos internos. Por isso, está ligada a maior risco de doenças crônicas. Quando combinada com baixa massa muscular, sua ação parece acelerar o desgaste do cérebro.
O estudo também ganha relevância por causa do uso crescente de medicamentos para obesidade. Drogas como Wegovy e Mounjaro ajudam na perda de peso, além de serem seguras e eficazes. Por outro lado, podem provocar redução de massa muscular durante o processo. Esse efeito preocupa pesquisadores que buscam formas de preservar músculos enquanto estimulam a perda de gordura visceral.
O Dr. Raji comentou esse ponto. Ele afirmou que as descobertas podem orientar futuras terapias com foco na gordura visceral. Segundo ele, isso pode minimizar a perda muscular e proteger o cérebro. “A perda de gordura — especialmente a gordura visceral — preservando o volume muscular traria os melhores benefícios para o envelhecimento e a saúde cerebral, com base nas informações obtidas em nosso trabalho”, afirmou.
Os autores defendem mais pesquisas sobre ressonância magnética corporal. A técnica permite medir gordura, músculos e idade cerebral com precisão. Esses dados podem ajudar a ajustar tratamentos e definir doses ideais de medicamentos para obesidade. O objetivo é alcançar melhores resultados para a saúde do corpo e do cérebro ao mesmo tempo.
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