Atividades criativas podem retardar o envelhecimento do cérebro, segundo um estudo realizado em dez países. A pesquisa analisou dançarinos, músicos, artistas e jogadores de videogame. O objetivo foi entender como atividades culturais influenciam o funcionamento neural. O trabalho foi publicado na revista britânica Naturee contou com a participação de um pesquisador brasileiro da USP.
O estudo avaliou mais de 1.200 pessoas que praticam atividades criativas de forma contínua. Os pesquisadores observaram que esses indivíduos apresentaram conexões neurais mais intensas e diversificadas.
Os pesquisadores destacaram a relação direta entre criatividade e vitalidade cerebral. Eles observaram que atividades culturais exigem atenção, memória, raciocínio e coordenação. Esses comandos dependem de várias regiões cerebrais. O engajamento frequente dessas áreas pode ajudar na manutenção da chamada “juventude neurológica”. Essa expressão ganhou destaque por indicar que o cérebro pode parecer mais jovem do que a idade cronológica.
Crédito: Monkey Business Images/Shutterstock
Envelhecimento do cérebro no centro das discussões científicas
Os dados sobre envelhecimento do cérebro apontaram também diferenças marcantes entre os grupos analisados. Os dançarinos apresentaram o maior desvio positivo entre idade real e idade cerebral. O cérebro dos participantes desse grupo era, em média, sete anos mais jovem do que o esperado.
O neurologista e professor Renato Anghinah, da Faculdade de Medicina da USP, é um dos autores do estudo. Ele reforça a importância da cultura para a saúde. Seu relato destaca o impacto social das atividades criativas.
“Porque ele traz à tona uma coisa que, geralmente, em muitos países não é valorizada, que é a cultura. Ele mostra que a cultura tem um efeito tão importante quanto essa saúde física e alimentar, quanto a saúde educacional. Por isso, a gente precisa publicizar isso pelo mundo — no mundo científico, no nosso mundo — para que as pessoas entendam que ter uma atividade criativa é tão importante quanto ficar numa academia de ginástica uma hora por dia", disse o especialista.
O estudo também levanta debates sobre acesso à cultura. Nem todas as populações têm oportunidades iguais. A falta de espaços culturais pode limitar o impacto das atividades criativas. Os autores defendem políticas que ampliem o acesso. A inclusão cultural pode favorecer a saúde cognitiva em grupos diversos. A pesquisa indica que o cérebro responde melhor quando recebe estímulos variados e constantes.
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