Quem nunca ouviu dizer que é preciso tomar pelo menos dois litros de água por dia para que nosso corpo funcione bem? Mas será que essa é a dose certa para todos e a garantia de uma boa saúde dos rins? “A quantidade depende de cada organismo”, afirma Luciana Cardon, nefrologista da Fundação Pró-Renal. Mas, segundo ela, para um adulto sadio, “é calculado em torno de 30 ml/kg de peso”.

“Num dia em que você tenha muita sudorese por excesso de esforço ou num clima muito quente ou muito seco, seu organismo vai necessitar de mais água do que num dia em que a temperatura esteja amena ou que você não faça muita atividade física”, observa Sandra Maria Rodrigues Laranja, diretora do Serviço de Nefrologia do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira (HSPE-FMO).


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Além disso, “a necessidade de água muda se a pessoa tem alguma doença”, diz o nefrologista Rafael Weissheimer, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E exemplifica: “Quem tem pedra no rim deve ingerir de 2,5 a 3 litros por dia, enquanto quem tem insuficiência cardíaca ou doença renal avançada deve diminuir para 1 litro, dependendo de cada caso”.

Se o organismo estiver funcionando normalmente, beber muita água não faz mal, “pois os rins excretam o excesso com facilidade”, explica Luciana. Por outro lado, tomar pouca água traz consequências, uma vez que, do transporte de vitaminas, proteínas, carboidratos e sais minerais à eliminação de resíduos e outras substâncias filtradas pelos rins, ela é necessária para a saúde do organismo.

Beber pouca água pode causar:

  • alteração da função renal;
  • aumento de infecções urinárias;
  • cansaço, sonolência;
  • desregulação da temperatura corporal;
  • dificuldade de perder peso;
  • distúrbio no aproveitamento de nutrientes, levando a cãibras, dormências, perdas de força muscular e problemas ósseos;
  • dor de cabeça;
  • dores articulares;
  • intestino lento, constipação;
  • mau hálito;
  • olhos ressecados;
  • pele, cabelos e unhas ressecados;
  • pressão arterial alta ou baixa por alteração renal;
  • problemas respiratórios devido ao ressecamento das mucosas que protegem as vias aérea.

A dose certa de água é aquela que seu organismo solicita e, por isso, o mecanismo de sede é fundamental para o controle da ingestão líquida adequada, dizem os especialistas. Na verdade, a quantidade não é uma regra, mas sim uma dependência de diversos fatores. Confira:

Atividade física 

Quanto maior a intensidade da atividade física, maior será a quantidade de água necessária, em função da transpiração, pontua o professor da PUC. “É importante tomar água sempre antes, durante e após o exercício físico”, diz.

Clima

O cuidado com a hidratação deve ser redobrado na época de seca e em dias quentes, para manter o controle da temperatura corporal. E esqueça aquela máxima de que precisamos de mais água no verão do que no inverno. “Com o frio, também ocorre uma inibição de um hormônio chamado antidiurético e, assim, urinamos mais e podemos, então, necessitar da mesma quantidade de líquidos tanto num dia frio como num dia quente”, explica a nefrologista do HSPE-FMO.

Consumo de bebidas alcoólicas

“O etanol atrapalha a função do hormônio diurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que os rins deixem de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual”, explica a nefrologista da Fundação Pró-Renal. Então, para quem consome bebidas alcoólicas, ela recomenda beber a mesma quantidade de água. “Além de diminuir a ressaca – dor de cabeça pela desidratação – ela hidrata e ajuda no processamento do álcool pelo fígado.”

Dieta

Se sua alimentação inclui muitos alimentos ricos em sódio, você vai precisar de mais água do quem come mais frutas e verduras, que são ricas em água. “A ingestão de abacaxi, melancia e melão, entre outros, pode substituir algum volume líquido que seria ingerido ao longo do dia, mantendo o estado de hidratação”, diz a nefrologista do HSPE-FMO.

rins

Crédito: Tarasyuk Igor/Shutterstock 

Estado geral

Algumas condições físicas interferem na necessidade de água, como diarreia, febre ou vômito. Nesses três casos, deve-se aumentar o consumo de água ou líquidos para manter o estado de hidratação. “A febre aumenta a perda de água em torno de 200 a 400 ml ao dia. E, em cada episódio de diarreia e de vômito, perde-se em média 200 ml de água”, exemplifica o professor da PUC.

Peso

“Pessoas mais pesadas precisam de mais água, já que temos 70% do corpo constituído de água, além de ter mais reações metabólicas acontecendo”, justifica a nefrologista da Fundação Pró-Renal.


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