As sequelas da Covid-19 estão preocupando a comunidade médica e científica. Um estudo inédito apontou que 80% dos pacientes com a doença apresentam alguma disfunção cognitiva. A pesquisa foi feita no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Dentre as sequelas cognitivas que apareceram nos pacientes estão:

  • perda de memória
  • déficit de atenção
  • dificuldade de compreensão
  • dificuldade de raciocínio

Conforme os resultados do estudo, 62,7% dos participantes tiveram a memória de curto prazo afetada. Já a memória de longo prazo foi alterada em 26,8% dos voluntários. No quesito "percepção visual", o número é ainda maior: impactou 92,4% dos pacientes.

Os dados preocupam, pois as sequelas impactam na execução de tarefas simples do dia a dia. Com isso, podem interferir nas reações sociais ou no trabalho das pessoas que tiveram Covid-19.


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Conforme o estudo, os sintomas acontecem por causa do impacto do vírus na oxigenação. Entenda a seguir no esquema:

  1. O vírus entra pelas vias áreas;
  2. Chega ao pulmão, que fica comprometido;
  3. Com isso, fica prejudicada a respiração e, consequentemente, a oxigenação (ou saturação);
  4. Com menos oxigenação no cérebro, o sistema nervoso central é comprometido.

“Por causa dos problemas que a covid-19 acarreta nos lobos parietais e occipitais; estes lobos são responsáveis pelo planejamento; organização visuoperceptiva e visuoconstrutiva; pelas sensações corporais; pelos movimentos primários entre outras funções importantes do ser humano”, explicou  a neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentim, condutora do estudo.

Ela também esclareceu que o impacto das sequelas da Covid-19 independe do grau de gravidade da doença. Ou seja, mesmo quem teve apenas sintomas leves ou mesmo foi assintomático, pode ter sequelas. Além disso, as sequelas também foram verificadas em todas as faixas etárias.

“Isso deixa clara a importância de se incluir na avaliação clínica dos pacientes pós-covid-19 de qualquer gravidade sintomas de problemas cognitivos como sonolência diurna excessiva, fadiga, torpor e lapsos de memória para que, com o diagnóstico precoce, possa haver uma rápida intervenção terapêutica”, explicou a médica à Agência Brasil.

Ela afirmou também que, apesar de preocupantes, as sequelas podem ser tratadas. Dentre as melhores opções de tratamento, a médica citou exercícios aeróbicos e de concentração. A prática de atividades como yoga e pilates também podem ser uma estratégia de reabilitação para tratar as sequelas da Covid-19.

Estudo do InCor avaliou sequelas da Covid-19

Como funcionou a pesquisa que avaliou impacto das sequelas da Covid-19

Para chegar à conclusão, a pesquisa usou um jogo digital chamado “Mantalplus”. O jogo foi criado pela pesquisadora em 2010. O objetivo da ferramenta era analisar os efeitos do uso de anestesias profundas nos pacientes. Com a pandemia, o jogo foi usado na avaliação dos pacientes com Covid-19.

Com ela, é possível analisar funções cognitivas para ajudar no tratamento de problemas neurológicos e psiquiátricos. Além disso, o jogo é usado como reabilitação para os pacientes.

Os resultados divulgados representam ainda a primeira fase da pesquisa. A primeira etapa ocorreu entre março e setembro de 2020. Nela, foram analisados 185 participantes com idades entre 8 e 80 anos.

O estudo ainda está sendo realizado para aprofundar as descobertas. Ao todo, são 430 pacientes em acompanhamento atualmente. Quem já teve Covid-19 e se curou pode se inscrever como voluntário da pesquisa por meio de formulário.

Importância da prevenção e tratamento de doenças para a longevidade

A descoberta reforça ainda mais a importância da prevenção da Covid-19. O estudo mostra que, ainda que não pertença ao grupo de risco e tenha desenvolvido a forma leve da doença, é possível que tenha impactos muito negativos na saúde.

Por outro lado, se você já teve a Covid-19, é importante investir em tratamentos de reabilitação que garantam sua completa recuperação. Manter-se saudável é uma das estratégias para uma vida longeva, tanto no quesito saúde, quanto no quesito financeiro. Afinal, quem fica menos doente, tem menos gastos com médicos, remédios, procedimentos clínicos ou cirúrgicos no futuro. Cuide-se!


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