Um novo estudo sobre terapia hormonal para câncer de próstata indica avanços significativos no controle da doença em estágio avançado. A pesquisa, publicada em outubro na revista Nature Medicine, analisou a combinação de niraparibe com abiraterona e prednisona em pacientes com mutações genéticas específicas. O tratamento conseguiu retardar a progressão do câncer metastático e prolongar o tempo de controle da doença, trazendo novas perspectivas para casos de maior agressividade.

O ensaio clínico de fase 3 envolveu quase 700 homens com câncer de próstata metastático sensível à castração (mCSPC). Todos os participantes apresentavam mutações em genes ligados à reparação do DNA, como BRCA1 e BRCA2. Essas alterações tornam o tumor mais agressivo, mas também o deixam mais vulnerável a medicamentos que bloqueiam os mecanismos de reparo celular, como o niraparibe, um inibidor de PARP.

Os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu a combinação niraparibe + abiraterona + prednisona; o segundo, apenas abiraterona + prednisona, considerado o tratamento padrão. O objetivo principal era medir o tempo até a progressão do câncer, conhecido como sobrevida livre de progressão radiográfica.

Mãos de uma médica mostrando um modelo anatômico de pênis e bexiga para mostrar mais detalhes sobre como a terapia hormonal para câncer de próstata funciona. Crédito: Korawat photo shoot/Shutterstock

Resultados promissores com a terapia hormonal para câncer de próstata

Os resultados mostraram que a combinação dos três medicamentos reduziu em 37% o risco de progressão ou morte em comparação ao tratamento tradicional. Entre os pacientes com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, o benefício foi ainda mais expressivo.

Na prática, isso significa que o uso de niraparibe associado à terapia hormonal para câncer de próstata conseguiu prolongar o controle da doença sem comprometer a qualidade de vida. Os pacientes mantiveram o bem-estar físico e emocional durante o tratamento, segundo os pesquisadores, mesmo com a ocorrência de efeitos colaterais controláveis.

Os efeitos adversos mais relatados foram anemia e aumento da pressão arterial. Apesar disso, o estudo indica que o equilíbrio entre riscos e benefícios é favorável, desde que haja acompanhamento médico constante. O resultado é visto como um marco, já que é a primeira vez que um inibidor de PARP mostra resultados positivos em pacientes com câncer de próstata ainda sensível à castração. Esta é a fase em que as terapias costumam ser mais eficazes.

Derrubando mitos sobre o tratamento

Ainda existem muitas dúvidas em torno da terapia hormonal para câncer de próstata, especialmente em relação aos impactos sobre a masculinidade e a vida sexual. Especialistas destacam alguns pontos importantes:

  • O tratamento não tira a masculinidade. 

Não há uso de hormônios femininos. A estratégia consiste em bloquear a produção natural de testosterona, que serve de combustível para o crescimento dos tumores.

  • A castração é reversível. 

O termo “castração química” pode causar receio, mas trata-se de uma medida temporária e reversível. É feita com bloqueadores hormonais em forma de comprimido, sem necessidade de cirurgia ou retirada dos testículos.

  • A vida sexual pode ser preservada. 

Embora alguns pacientes apresentem disfunção erétil ou incontinência urinária, esses efeitos são geralmente tratáveis e reversíveis com acompanhamento adequado.

Essas informações ajudam a combater estigmas. Além disso, podem incentivar o diagnóstico precoce, já que o medo do tratamento ainda afasta muitos homens dos consultórios médicos.

Novos rumos no tratamento do câncer de próstata

Os cientistas pretendem acompanhar os pacientes por mais tempo. A proposta é avaliar se a combinação com niraparibe também aumenta a sobrevida global. Caso os resultados se confirmem, o tratamento pode representar uma mudança importante nas diretrizes médicas para casos metastáticos com mutações genéticas.


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