Imagine uma academia um pouco diferente. Em vez de halteres, ábacos (instrumento milenar oriental utilizado para cálculos). Aulas de aeróbica? Melhor, de neuróbica (atividades que fazem você sair da zona de conforto, como andar de costas). Do que estamos falando? Ginástica para o cérebro!

“O cérebro, apesar de ser um órgão requisitado o tempo todo, tem tendência a ser preguiçoso, a funcionar no piloto automático. Por isso, é importante fazer exercícios que exigem pensamento, raciocínio”, defende Antonio Carlos Guarini Perpétuo, 58 anos, engenheiro aeronáutico e fundador do Método Supera.

“A base da ginástica cerebral está na novidade, na variedade e nos desafios crescentes”, diz. Nas aulas semanais e presenciais de duas horas, os alunos, divididos por faixas etárias, “são incentivados a vencer desafios, encontrar soluções criativas para seus problemas e a pensar de forma diferente”.

ginástica para o cérebro

Para desenvolver as habilidades do cérebro, o Supera reúne seis ferramentas que estimulam o órgão: além do ábaco e das atividades neuróbicas (veja abaixo), há apostilas com exercícios cognitivos, jogos de tabuleiro, jogos online e dinâmicas em grupo. 

Juntas, pontua Perpétuo, “elas desenvolvem as funções cognitivas (memória, concentração, raciocínio e criatividade), socioemocionais (relacionamento inter e intrapessoal e autoestima) e éticas, fazendo com que os alunos de todas as idades melhorem sua performance na vida acadêmica, pessoal e profissional”.

Ginástica para o cérebro: 10 atividades neuróbicas

Mas, afinal, para que servem essas aeróbicas dos neurônios? “Esse tipo de exercício visa tornar o cérebro mais ágil e flexível, no sentido de ampliar as possibilidades na busca de novos caminhos para a realização das ações cotidianas”, explica.

Assim como as demais modalidades de ginástica para o cérebro, as neuróbicas envolvem desde exercícios simples, que podem ser baseados em situações diárias, até desafios mais complexos, que proporcionam situações não prováveis em nosso dia a dia.

Quer tentar algumas?

  • Ande pela casa de trás para frente (na China, há muitas pessoas que treinam isso em parques);
  • Vista-se de olhos fechados;
  • Use o relógio no pulso contrário ao habitual;
  • Escove os dentes também com a mão contrária da de costume;
  • Veja as horas num espelho;
  • Troque o mouse de lado;
  • Em vez de elaborar uma lista, experimente memorizar o que tem de comprar no supermercado;
  • Faça um novo caminho para ir ao trabalho;
  • Ao ler uma palavra, pense em outras cinco que comecem com a mesma letra;
  • Selecione uma frase de um livro e tente formar, com as mesmas palavras, uma frase diferente.

Resultados começam a aparecer em 6 meses

Professora de educação infantil, Ozana das Graças Paccola Blanco, 59 anos, matriculou-se nas aulas de ginástica para o cérebro em setembro de 2018, porque notou que “estava esquecendo algumas coisas” e decidiu fazer um investimento nela mesma.

“Me faz bem, melhora a autoestima e a socialização”, enumera. E diz que já colhe alguns primeiros resultados: “Percebo uma leve melhora na memória, mas o resultado, acredito, é a longo prazo”. 


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Perpétuo corrobora e diz que, entre os seus 9.500 alunos 50+ matriculados nas 350 unidades da rede Supera em todos os Estados brasileiros, os resultados “começam a aparecer e a serem comprovados a partir dos seis primeiros meses”. Além dos benefícios pontuados por Ozana, ele acrescenta mais um, a partir de relatos colhidos em sala de aula: a autoconfiança.

ginástica para o cérebro

Também há seis meses, o corretor de imóveis Ocimar Nunes de Mattos, 60 anos, começou a fazer ginástica para o cérebro. Foi matricular a mãe, que, aos 83 anos, estava com problemas cognitivos, e resolveu fazer uma aula experimental. “Gostei do método”, diz ele, que já percebe no seu dia a dia uma “melhora na atenção e na concentração”.

Mas tem algumas ressalvas quanto ao conteúdo. “Às vezes, o instrutor coloca um tema em debate, que exige um aprofundamento maior, e acaba tratando-o superficialmente, para caber nos 120 minutos de aula”, explica.

E acrescenta: “A apostila de exercícios deveria trazer os resultados. Muitas vezes, me deparo com alguns que não consigo resolver, e esperar para consultar o professor, uma semana depois, é muito chato”.

Ginástica para o cérebro: 5 exercícios

Bom, a essa altura, você deve estar curioso em colocar o seu cérebro para funcionar, não? Então, prepare-se para cinco desafios – com as respostas ao final.

Ginástica para o cérebro


Ginástica para o cérebro


Ginástica para o cérebro


Ginástica para o cérebro

Ginástica para o cérebro

RESPOSTAS - Desafio 1: A regra que determina a sequência é a posição da letra C; a resposta correta é a alternativa C, marisco, pois é a única palavra na qual C é a sexta letra; Desafio 2: O casal tem 4 filhas e 3 filhos; Desafio 3: Você pode encher a caixa de buracos; Desafio 4: São 15 para as duas; Desafio 5: Cada grupo de três números somam 30.

Por seus resultados surpreendentes, a ginástica para o cérebro vem sendo considerada tão necessária para manter a saúde mental quanto as atividades físicas são para a saúde do corpo. “Sabe-se que, com a prática disciplinada e adequada, é possível, entre tantas outras coisas, tornar-se mais ágil, criativo e produtivo”, pontua Perpétuo.


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"Para ter uma vida saudável, não se pode deixar o cérebro nem o corpo de lado. É preciso praticar atividades físicas regularmente, dormir bem, beber muita água, ter uma alimentação balanceada e não se esquecer do órgão mais importante do nosso corpo. Exercitá-lo com desafios na medida certa é o grande segredo para a longevidade", finaliza.

ginástica para o cérebro

O papel do ábaco na ginástica para o cérebro

O  ábaco, explica Perpétuo, “é importante para a realização de cálculos e faz com que a pessoa pense sobre seus processos mentais, desenvolvendo, assim, a memória e o raciocínio lógico-matemático, exercitando sua capacidade de observar, perceber, sentir, concentrar, memorizar, seriar, comparar, classificar, relacionar, deduzir, criticar, julgar, transferir e generalizar. Enfim, todas as operações mentais que promovem moderação, contenção, disciplina, segurança e, sobretudo, equilíbrio entre o pensamento e a ação”.

Através do trabalho com o ábaco, o aluno amplia sua capacidade de aprendizado e desenvolve competências fundamentais para os dias atuais, como concentração, coordenação motora, agilidade de raciocínio, raciocínio lógico, pensamento lateral, percepção e compreensão das semelhanças entre a linguagem e o registro em matemática.

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