A rotina moderna impõe um ritmo acelerado, mas o movimento slow surge como um contraponto essencial. A ideia de desacelerar está se espalhando por diversas áreas da vida, proporcionando benefícios para a saúde mental e física. Inspirado pelo conceito do "slow food", que surgiu na Itália como reação ao avanço do fast food, o movimento propõe mais consciência no dia a dia.
O ritmo frenético do cotidiano muitas vezes nos impede de viver plenamente. O psicólogo e filósofo Malone Rodrigues, especialista em Psicologia Positiva, destaca a importância desse novo olhar para a vida. Em entrevista ao Globo, ele conta que “muitas pessoas encaram como ser lento, preguiçoso, mas é sobre ter respeito a si mesmo e, ao desacelerar, conseguir viver o prazer das coisas simples”.
Origens e evolução
O movimento slow teve início em 1986, quando um grupo protestou contra a abertura de um restaurante McDonald's na Piazza di Spagna, em Roma. O ato resultou na criação do conceito "slow food", que valorizava a alimentação feita com mais calma e qualidade. A partir disso, a desaceleração se expandiu para diversas áreas, como o turismo e a medicina.
A slow medicine, por exemplo, propõe uma abordagem mais cuidadosa no atendimento aos pacientes. O geriatra José Carlos Campos Velho, coordenador do Slow Medicine Brasil, explica que “a ‘slow medicine’ propõe uma medicina sóbria, em que fazer mais não significa necessariamente fazer melhor. Ela questiona o uso abusivo de tecnologias quando ele deixa de lado as relações humanas”.
Crédito: SeventyFour/Shutterstock
Movimento slow no dia a dia
A psicóloga Sylvia Mello Baptista aponta que a busca pela desaceleração está ligada ao aumento dos casos de ansiedade e estresse. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior índice de transtornos de ansiedade no mundo. Sylvia conta que “esses movimentos são quase uma gangorra, quando estamos muito no extremo, como fomos acelerando, a outra ponta acaba aparecendo como uma forma de compensar o excesso”.
Em Portugal, Sofia Pereira, presidente do Movimento Slow Portugal, observa que essa filosofia tem ganhado espaço no ambiente corporativo. “Vivemos numa sociedade da aceleração, do cansaço, e no modo automático quase nunca paramos para agir, nós reagimos. O movimento slow propõe entendermos a importância de parar e respeitar nossos ritmos individuais, para vivermos com mais satisfação. ”, comenta.
5 passos para aderir ao movimento slow
Praticar a desaceleração não exige mudanças radicais. Pequenas atitudes podem trazer mais equilíbrio e qualidade de vida. Algumas sugestões incluem:
- Desligar o piloto automático: prestar atenção em cada atividade, sem pressa ou distrações.
- Desconectar-se por alguns minutos: separar um tempo do dia para não fazer nada e permitir que a mente descanse.
- Refletir sobre as atividades diárias: pausar para avaliar se o ritmo imposto é realmente necessário.
- Evitar o multitarefa: focar em uma tarefa por vez melhora a concentração e o resultado final.
- Fazer caminhadas conscientes: observar o ambiente ao redor ajuda a desacelerar e a reduzir a ansiedade.
O movimento slow continua a crescer, influenciando diversas áreas da vida e promovendo um estilo mais saudável. Em meio a um mundo acelerado, desacelerar pode ser a chave para uma vida mais equilibrada e satisfatória.
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