A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última segunda-feira (27) que irá incluir a síndrome de burnout na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças). Descrita como resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito, a síndrome é caracterizada por três elementos: sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida.

A inclusão foi adotada pelos estados membros da OMS, reunidos desde 20 de maio em Genebra para a assembleia mundial da organização, mas só entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022. "É a primeira vez que o esgotamento profissional entra na classificação", anunciou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.


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Segundo pesquisa da Isma-BR (representante da International Stress Management Association), 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofreriam de burnout. E 92% das pessoas com a síndrome continuariam trabalhando.

O burnout foi incluído no capítulo de “problemas associados” ao emprego ou ao desemprego e recebeu o código QD85. De acordo com a OMS, o esgotamento "se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida".

Ao estabelecer uma linguagem comum, a CID facilita a troca de informações entre profissionais da área da saúde de todo o mundo.

Diferença entre burnout, estresse e depressão

Burnout

Burnout é um transtorno necessariamente relacionado ao trabalho. Ele se desenvolve gradualmente em homens e mulheres devido a situações de estresse constante ou prolongado no trabalho. Pode ser tratado com um período de descanso ou férias.

Fatores como excesso de trabalho e de responsabilidade, pouca autonomia para a tomada de decisões, injustiças no ambiente de trabalho e conflitos de valor podem levar ao desenvolvimento da síndrome, que causa cansaço extremo físico e emocional, alterações repentinas de humor e de apetite, dor de cabeça frequentes, irritabilidade, insônia e dificuldade de concentração.

Assim como outros problemas psicológicos, o burnout precisa ser tratado por um psiquiatra e acompanhado por um psicólogo.

Estresse

É a maneira como o corpo reage frente a diferentes situações de grande carga emocional. Pode atingir homens e mulheres de todas as idades, causando sensações de irritação, medo, desconforto, preocupação, frustração, indignação ou nervoso.

Suas causas podem ser as mais diversas possíveis ou até desconhecidas. Entre seus sintomas mais comuns estão dores de cabeça, dores musculares, nas costas e na mandíbula, além de azia, diarreia, palpitações, aumento de pressão arterial e sudorese nas mãos.

Psicólogos e médicos de qualquer especialidade estão aptos a diagnosticar o estresse, informando se o tratamento deverá ser medicamentoso ou se há alternativas naturais.

Depressão

Considerada uma doença psiquiátrica crônica, pode ser classificada como uma condição de saúde leve, moderada, grave ou severa, podendo, em alguns casos, levar ao suicídio do paciente. O problema é a segunda maior causa de morte em jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo, número que cresce a cada ano e preocupa as autoridades de saúde.

Os sintomas são semelhantes aos demais problemas: perda de prazer e do sono, irritabilidade, cansaço excessivo, choro fácil ou apatia, dificuldade de concentração e falta de memória.


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Seu tratamento é dividido em níveis. Para os casos leves são recomendados tratamentos psicossociais (terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal). Já os casos de depressão moderada ou grave são tratados com antidepressivos, devendo os pacientes ficarem atentos aos efeitos adversos, como náuseas tonturas, disfunção sexual e aumento de peso. No caso das crianças e adolescentes, o cuidado deve ser ainda maior.

O tratamento medicamentoso da depressão também serve para combater o desequilíbrio químico no cérebro, restabelecendo a produção de serotonina.

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