É fato: basta dizer a palavra networking para muita gente ter arrepios. O desafio vai além de se apresentar para outro profissional, mas de manter um laço que seja, principalmente, duradouro e prazeroso. Não algo que se assemelhe a uma obrigação.
O problema é que, para alguns, apresentar o que faz é difícil – quase um processo de marketing de si mesmo. Muita gente ainda entende a criação e a manutenção desses contatos como “pedir um favor ou tentar vender algo”, destaca Camila Mendes, da Evolve DHE, empresa de desenvolvimento humano e empresarial.
É por olhar mecanicamente para essa construção e esse fortalecimento da rede de contatos que muitos profissionais erram. “É preciso criar relações, não apenas ficar focado em trabalho e emprego”, considera. E isso pode ser feito com prazer.
Os jogos no clube e as aulas de pintura, por exemplo, são locais que promovem essa aproximação – e vêm com interesses semelhantes embutidos. Torná-los ponto de apoio para ampliar a rede de contato é possível.
Os papos nesses encontros até podem começar com algo em comum. Mas devem combinar assuntos profissionais, sinaliza Maria Candida Baumer de Azevedo, diretora da consultoria People & Results. “As pessoas confundem networking com jogar conversa fora”, pondera.
Claro que a carreira deve estar nos papos de uma forma natural. Como contar um desafio que tenha enfrentado recentemente ou comentar sobre um projeto importante. “A pergunta que é preciso ser feita é: como quero ser lembrado?”, ensina Maria Candida. “As interações precisam mostrar o valor do profissional.”
Vale mandar e-mail com um texto que tenha uma novidade sobre a área de atuação do profissional, dar um telefonema para parabenizar o contato por uma promoção ou uma mudança de área ou marcar um encontro em um evento da área em que atuam.
Não há um número mágico de contatos na rede, sinaliza Maria Candida. Mas as relações devem ser fortes a ponto de o profissional ter a liberdade de telefonar para pedir ajuda. “Não é o tamanho, mas a qualidade dos relacionamentos”, finaliza.