Nos últimos anos podemos observar que a expectativa de vida do ser humano tem crescido de forma considerável. No ano passado, a expectativa de vida no Brasil ao nascer era de 77 anos, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as mulheres, a esperança de vida ao nascer é de 80,5 anos. Já os homens têm uma expectativa de 73,6 anos. Segundo o Instituto, ao longo de 10 anos, a esperança de vida ao nascer aumentou 2,4 anos. Fato esse ainda mais percebido por quem trabalha com previdência e recebe isso como uma boa notícia, mas não podemos deixar de considerar que isso também implica cuidados e mudanças de comportamento em diversas áreas como saúde e o mercado de trabalho, por exemplo.

Com o aumento dessa expectativa, as pessoas podem ter períodos de aposentadoria mais extensos, e muitas vezes, o financiamento apropriado depende do prolongamento da atividade laboral. Além disso, pessoas mais maduras tendem a enfrentar a questão do etarismo, discriminação contra pessoas com base na faixa etária, uma realidade que se faz presente em vários países, e interfere diretamente na sustentabilidade dos sistemas previdenciários e na qualidade de vida e bem-estar das pessoas de idade avançada.

O etarismo é um preconceito que pode ocorrer também com os mais jovens, por exemplo quando o profissional é considerado inapropriado para ocupar cargos de liderança, por uma questão de idade. Porém, o termo é geralmente voltado à adultos em idade mais avançada, onde o preconceito é mais acentuado. Seja em questões financeiras ou emocionais, o etarismo está diretamente ligado à redução de oportunidades profissionais. No país o tema ainda é pouco debatido apesar das estatísticas mostrarem mudanças nítidas na grade etária do Brasil, que passa por um processo de envelhecimento rápido. Dados do IBGE também mostraram que 55 milhões de brasileiros têm idade acima de 50 anos, ou seja, 25% da população brasileira, e este público movimenta, aproximadamente, R$ 2 trilhões na economia do Brasil. 

O etarismo no mercado de trabalho e suas consequências para o público 50+

Crédito: BearFotos/shutterstock

O aumento da expectativa de vida da população tem impacto sobre o quadro de funcionários das organizações, e já observamos o aumento da idade média nas empresas. Por outro lado, este estereótipo também afeta gradativamente a saúde do idoso, resultando em comportamentos de riscos, como comer mal, fumar e beber em excesso, reduzindo sua qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente nos Estados Unidos 1 em cada 7 dólares são gastos em assistência à saúde com as doenças de tratamentos com maior custo é atribuído ao etarismo. Além disso, indivíduos com idades mais avançadas estão sujeitos a limites etários, penalidades mais rígidas, maior recusa dos planos de saúde e instituições financeiras.

Essa mudança estrutural da Tábua de Mortalidade também implica consequências para a economia, pois contribuí para a pobreza e a insegurança financeira em idades mais avançadas, limitando o consumo dessas pessoas, trazendo sérias consequências financeiras para o idoso e para a sociedade em geral.

Com este cenário, muitos países têm aumentado as idades mínimas para aposentadoria com intuito de prolongar a vida profissional, como é o exemplo do Brasil. Apesar disso, as iniciativas não são bem vistas entre todos os especialistas, isso porque alguns consideram que não existe uma fórmula única que sirva para todos os países e que atenda às necessidades de todos os tipos de trabalhadores, o que deve ser levado em consideração no mercado de trabalho ou até mesmo no momento de se aposentar.

Isso reforça a necessidade e importância do planejamento previdenciário, para todas as idades, de forma a garantir uma segurança na longevidade.  Do lado corporativo, as organizações devem estar mais receptivas e atentas às vantagens de manter um funcionário com idade mais avançada, afinal estes profissionais podem agregar de forma muito positiva para o crescimento da empresa, bem como trazer uma variedade de benefícios resultantes da promoção da diversidade corporativa. Essa escala geracional só tem a agregar ao mercado de trabalho, somando a experiência de profissionais mais velhos e ambição dos mais jovens é possível construir uma equipe capaz desenvolver soluções e produtos alinhados às demandas e conquistar novos clientes.


Se tem dúvidas sobre como construir seu planejamento previdenciário, podemos ajudar. Nosso Guia da Longevidade Financeira mostra os primeiros passos para ter qualidade de vida e segurança financeira após os 50 anos.

O etarismo no mercado de trabalho e suas consequências para o público 50+

Compartilhe com seus amigos

Receba os conteúdos do Instituto de Longevidade em seu e-mail. Inscreva-se: