Profissionais com mais de 50 anos de idade têm uma bagagem que os diferencia no mercado de trabalho, mas é fato que muitos deixam de lado os cursos, confiando que as décadas de experiência garantam o suficiente para permanecerem em seus empregos.

“O que temos visto são pessoas que se acostumam a uma mesma forma de executar determinada tarefa sem se atualizar sobre as novas práticas e ferramentas existentes”, sinaliza Aurea Imai, sócia da empresa de recrutamento e seleção de executivos Boyden. “A busca por aperfeiçoamento cai nessa faixa etária”, corrobora o consultor e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Luciano Salamacha.

Não que a trajetória não seja valiosa, mas, diz ele, “é impossível admitir que uma pessoa domine todo o conhecimento para melhor desempenho de uma atividade, porque todos os dias as coisas evoluem”.  Há novas regulamentações, tecnologias e padrões que impactam o dia a dia de qualquer trabalhador. E só há uma saída: conhecê-las. Como? Uma das principais formas é investir em educação.

“A geração mais velha tem interesse em aprender – e tem uma resiliência e uma estabilidade emocional que não existe na mais jovem”, compara Claudia Lemoine, sócia-fundadora da consultoria de gestão de pessoas e processos Dromos Consult. A combinação desses fatores, resume ela, pode ser um grande diferencial competitivo no mercado de trabalho.

Para escolher a área de formação, os consultores recomendam dois tipos de análise. Um é o próprio profissional identificar as lacunas. “É fundamental verificar se há coerência com suas expectativas de vida e plano de carreira”, ensina Imai. Segundo ela, o aconselhamento de carreira junto a profissionais de RH ajudaria a definir as matérias mais úteis. Falar com colegas e chefia, orienta Salamacha, ajuda a verificar se o mapeamento feito sobre as próprias necessidades vai ao encontro da avaliação deles.

“Uma vez definida a área de interesse, buscar informações de cursos e recomendações de amigos é muito importante na escolha da escola. Saber mais sobre o ambiente, a dinâmica de curso, a qualificação dos professores e o conteúdo programático são necessários para investir corretamente”, considera Imai.

Não importa se for de curta ou longa duração, desde que tenha qualidade. “No mundo empresarial, o que valoriza não é a quantidade de cursos, mas a capacidade do profissional aplicar na prática o que estudou”, destaca Salamacha. Lemoine complementa que também não há restrição em relação a valores – gratuitos ou pagos, eles sempre são bons “no sentido de reciclar conhecimentos e interagir com pessoas diferentes”.

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Quem cogita fazer um MBA, que busca aliar teoria e prática em gestão, tem de avaliar o tempo e o investimento demandados. Imai diz que esse tipo de pós-graduação vale para o profissional que busca melhorar seu desempenho, mas, “sem um histórico profissional interessante ou um perfil adequado, não será suficiente para conquistar uma vaga ou promoção”.  Para Salamacha, o curso oferece boa possibilidade de networking – “e isso jovializa qualquer profissional de qualquer setor”.

Se a ideia for mudar de carreira ou abrir uma empresa, a recomendação é a mesma: voltar para os bancos escolares. Na nova área, as técnicas e a tecnologia também estão em constante evolução. “Até para empreender é necessário se preparar”, finaliza Lemoine.

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