Você sabia que uma entre quatro empresas fecha no Brasil antes de completar dois anos de existência? Os dados são de um relatório divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em 2016 e que mostram que a taxa de sobrevivência de uma empresa com até dois anos é de 76,6%.
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De acordo com o autor do relatório, o economista Marco Aurélio Bede, os primeiros anos podem ser bem difíceis para um empreendimento e costumam registram a maior porcentagem de fechamentos. Ele explica que a sobrevivência ou a mortalidade de um negócio não é resultado apenas de um único fator, mas da combinação de vários elementos, os chamados fatores contribuintes.
“Estes podem ser agrupados em, pelo menos, quatro grandes conjuntos: planejamento insuficiente antes da abertura, problemas de gestão do negócio após sua abertura, capacitação insuficiente dos empreendedores e a situação prévia desses empreendedores”, afirma Bede.
Por que muitas empresas fecham no Brasil?
Planejamento insuficiente
Os dados apresentados pelo Sebrae indicam que muitos empreendedores não se planejam antes de criar um novo negócio. Isso significa que não levantam informações importantes sobre o mercado (como hábitos de consumo do público-alvo, número de concorrentes, melhores fornecedores e até mesmo aspectos legais) ou não traçam estratégias financeiras para manter a empresa viva (como calcular custos fixos, definir lucro pretendido, estabelecer uma meta de vendas ideal ou como buscar investimento para abrir a empresa).
Problemas na gestão do negócio
A pesquisa também mostra que uma gestão ineficiente pode atrapalhar a longevidade das empresas. A experiência e o conhecimento dos gestores sobre o ramo no qual estão inseridos normalmente influenciam na sobrevivência de seus negócios no mercado. Ou seja, quando os líderes não estão devidamente preparados, podem tomar decisões prejudiciais para toda a equipe ou acabam não buscando as melhores soluções para as dificuldades enfrentadas. Por exemplo, uma boa gestão empresarial inclui fatores como aperfeiçoamento de produtos e serviços, atualização de tecnologias e inovação contínua.
Capacitação insuficiente
Para Bede, a taxa de sobrevivência costuma ser menor nos casos em que as pessoas abrem um negócio por necessidade, como em uma situação de desemprego. Isso porque a maioria desses empreendedores não se encontra devidamente capacitada ou preparada para assumir essa função. “Por outro lado, aqueles que já possuem alguma experiência no setor, que tiveram tempo suficiente para fazer um bom planejamento do negócio e que se capacitaram em gestão têm uma chance maior de sucesso”, comenta.
A situação dos empreendedores
Questões pessoais também influenciam na sobrevivência das empresas. O estudo do Sebrae aponta que muitos empreendedores tiveram que encerrar suas atividades por causa de conflitos com sócios ou problemas particulares. Então a situação em que se encontram ou que se encontravam na época da abertura de seus negócios acaba impactando em seu trabalho.
Como garantir a longevidade de sua empresa
Para Bede, a sobrevivência de uma empresa depende principalmente de um planejamento eficiente e da capacitação dos empreendedores em gestão empresarial. “É preciso também fazer um bom Plano de Negócio antes de abri-lo”, comenta.
Para isso, o economista elenca algumas ações fundamentais: identificar a necessidade do mercado no qual o empresário gostaria de entrar; decidir qual o tipo de investimento que precisa ser feito; analisar os custos dos produtos e dos serviços e determinar quanto cobrará por cada um deles; estabelecer os diferenciais dos concorrentes; e definir fornecedores, sempre tendo o cuidado de verificar seus preços, prazos e a regularidade no seu fornecimento.
“Enfim, se fundamentar bem e estudar bem o empreendimento que deseja abrir antes mesmo de abri-lo. E identificar a melhor hora de começar o negócio”, reforça Bede. “Uma vez criado o empreendimento, o desafio é estar sempre atualizando essas informações, mantendo seu Plano de Negócio atualizado, procurando desenvolvê-lo com o tempo, acompanhando as tendências do mercado e acompanhando a evolução da tecnologia”.
Ou seja, para o economista, o segredo para ter sucesso é planejar, executar o planejamento, revê-lo quando necessário e ter flexibilidade para acompanhar as mudanças. “Cada empreendedor de sucesso tem sua própria fórmula, mas é importante ser dinâmico, inovador, atento, antenado com as mudanças do mercado". E conclui: "Capacitar-se, preparar-se e dar um passo de cada vez, sempre de forma planejada”.