O Dia do Estudante é uma data comemorativa cheia de história e com um enorme peso para o Brasil. Contudo, ser estudante e decidir se dedicar à isso não tem idade. A ideia do estudante ser um jovem, que acaba de começar a vida, já não faz mais parte da realidade. Muitas pessoas com mais de 50 anos já se dedicam aos estudos e fazem dele a sua motivação.
O professor aposentado Antonio Fontes Cardoso afirma que “conhecimento não ocupa espaço”. Especialista em alfabetização de idosos, Cardoso trabalhou mais de 20 anos em diversos projetos sociais. Atuou principalmente no estado de São Paulo ensinando pessoas com mais de 50 anos a ler e a escrever.
"Ao contrário das máquinas, podemos e devemos aprender coisas novas todos os dias”
Com mais de 70 anos, ele ressalta a importância de manter o cérebro ativo. O que ajuda a evitar problemas como demência e Alzheimer. “O cérebro humano não é como um HD de computador, que uma hora fica cheio e você não consegue salvar mais informações. Ao contrário das máquinas, podemos e devemos aprender coisas novas todos os dias”, orienta o professor. E completa: “É essa busca que irá nos manter vivos e saudáveis por muitos anos mais”.
Cardoso explica que, com o avanço da idade, é comum que as pessoas percebam um declínio mental. O que acontece até mesmo com aquelas que não têm nenhum tipo de doença. E que, com o aumento da expectativa de vida, é cada vez mais importante que as pessoas busquem exercitar seus cérebros com leituras, exercícios, meditação e aprendizado de coisas novas para retardar esse declínio. “Mente sã, corpo são”, cita o professor.
Leitura e estudo: um cenário preocupante
Uma pesquisa realizada pela Bayer, empresa do ramo farmacêutico, identificou que 22,8% dos brasileiros acima dos 60 anos nunca leem ou praticam atividades que desafiem o cérebro. Apenas 18,1% desse público faz esses exercícios diariamente.
Para entender como os brasileiros encaram o envelhecimento, a farmacêutica Pzifer entrevistou pessoas acima dos 60 anos em todas as regiões brasileiras. Quando perguntados sobre o que acham que contribui para chegarem bem à maturidade, apenas 28% dos idosos respondeu ser o cuidado com a mente . O que inclui pensamentos positivos e cuidado psicológico. A opção ficou em quarto lugar nas respostas, precedida por cuidar da saúde de forma preventiva, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos.
Os números são preocupantes e demonstram que muita coisa ainda precisa ser feita para conscientizar a população acima dos 50 anos da importância de medidas preventivas contra o declínio das atividades mentais.
Cardoso enfatiza que nunca é tarde para começar e dá uma dica: “Comece com uma boa leitura!”
Crédito: Studio Romantic/shutterstock
A história do Dia do Estudante
Até 1827, os jovens brasileiros que desejassem obter diploma de curso superior tinham que viajar para a Europa. Naquela época, bacana mesmo era se formar em medicina ou direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Até que, em 11 de agosto de 1827, os primeiros cursos superiores foram criados no Brasil. Com a autorização do imperador D. Pedro I: as faculdades de Direito de Olinda, em Pernambuco, e do Largo São Francisco, em São Paulo, surgiram. E, na data, comemora-se o Dia do Estudante.
Em 1927, na comemoração de 100 anos do feito, o jurista Celso Gand Ley propôs que o dia 11 de agosto ficasse consagrado como o Dia Nacional do Estudante. E, ironicamente, o Dia do Estudante de Direito é comemorado separadamente, no dia 19 de maio. A separação se justifica por causa do dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados.
Exatamente 10 anos após a criação do Dia do Estudante, aconteceu outro fato histórico importante. Fundava-se, em 11 de agosto de 1937, a União Nacional de Estudantes - UNE. A iniciativa teve o objetivo de proteger os direitos e deveres de todos os alunos do país.
A importância dos estudos
Contudo, o Dia do Estudante é também uma data para celebrarmos o futuro do nosso país,. Afinal, a construção de uma sociedade com senso crítico só é possível com uma educação de qualidade e um ensino escolar de excelência.
Em dezembro de 2017, o jornalista Ancelmo Gois divulgou que o número de matrículas no Brasil cresceu 35% de 2009 a 2016. Passando, assim, de 5,9 milhões para 8,1 milhões de novos alunos, sendo 48% com financiamento público. No mesmo período, o número de matrículas com recursos próprios cresceu apenas 5%, o que confirma a importância de programas como Fies e ProUni.
De acordo com o Senso de Ensino Superior de 2016, as matrículas em EAD tiveram uma expansão de 7,2%. Especialistas acreditam que, futuramente, a educação será realizada de maneira mista, entre aulas presenciais e a distância.
O cenário da pandemia do Covid-19 mudou ainda mais esses números. Mais de 3,7 milhões de ingressantes de 2020 (instituições públicas e privadas), mais de 2 milhões (53,4%) optaram por cursos a distância e 1,7 milhão (46,6%), pelos presenciais.
E você? Quer começar a estudar hoje? Torne-se membro e comece agora. Além de estimular o seu cérebro, você ainda poderá agregar o conhecimento na sua carreira. Contribuindo, dessa forma, para conquistar um novo emprego ou abrir o seu próprio negócio.
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