O aprendizado contínuo é essencial para um envelhecimento saudável e ativo. À medida que envelhecemos, o cérebro, assim como o corpo, passa por mudanças e exige estímulos constantes para se manter em plena forma. E, mesmo na terceira idade, ainda é possível aprender novas habilidades, melhorar a memória e até prevenir o declínio cognitivo, desde que continuemos a desafiar a mente.

Segundo Salete Boucault, psicóloga e autora do livro "Um projeto para envelhecer bem", aprender deve ser uma prática diária, não só para quem quer se manter informado, mas também para quem quer crescer em todas as áreas da vida. “Precisamos ter um projeto de envelhecimento. Assim como um dia nos perguntamos o que queríamos ser quando crescer, devemos nos perguntar o que queremos ser quando envelhecer. E nos preparar para a velhice, tomando providências para que esses planos se realizem", afirma. 

Para ela, ter um propósito de vida é essencial para manter a saúde física e emocional na velhice. "Na nossa agenda pode ter desde tarefas simples, como arrumar um armário, até aprender algo novo, como um instrumento musical ou um curso online. O importante é não deixar o dia passar sem realizar algo que traga satisfação", diz.

O cérebro é estimulado com aprendizado contínuoCrédito: Alexander Supertramp/Shutterstock

A Neuroplasticidade e o impacto do aprendizado contínuo no cérebro

O cérebro tem uma capacidade impressionante de adaptação e regeneração, um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Salete explica que  a perda de capacidades cognitivas não é um destino inevitável da velhice. "A falha de memória e concentração não são resultado do envelhecimento, mas da falta de estímulos para o cérebro" diz. Isso é confirmado por cientistas como Norman Doidge que, em seu livro O Cérebro que se Transforma, explica que a neuroplasticidade é uma característica do cérebro ao longo da vida. É preciso, porém, que ele seja desafiado constantemente.

Assim como o corpo, se o cérebro não for exercitado, ele perde suas capacidades cognitivas. Por isso, o aprendizado contínuo deve ser visto como uma prática diária para garantir um envelhecimento saudável. Ao aprender coisas novas, manter o cérebro ativo,  é possível garantir um envelhecimento com mais vitalidade e clareza mental. Isso pode ser feito por meio de cursos, leituras ou conversas enriquecedoras, entre outras coisas.

O conceito de lifelong learning que você precisa saber

O conceito de lifelong learning ou aprendizado contínuo é essencial para o envelhecimento saudável. Segundo Conrado Schlochauer, autor do livro Lifelong Learners - O Poder do Aprendizado Contínuo, aprender vai além das salas de aula. “Pessoas, experiências e conteúdos são grandes fontes de aprendizado, e precisamos explorar todas elas para manter a mente ativa e engajada", afirma Schlochauer. 

O aprendizado, portanto, não se limita a cursos formais. Ele também envolve experiências de vida, trocas com outras pessoas e até o uso de redes sociais. É possível, portanto, escolher o que aprender. Basta estar aberto para sair da zona de conforto e disposto a encarar desafios.

Estar em ambientes que promovem o aprendizado contínuo, como grupos ou redes sociais, também pode impulsionar esse processo, trazendo novas perspectivas e estimulando o crescimento.

Ismael está em processo de aprendizado contínuo após os 50Crédito: Ismael Mello, 55 (divulgação)

Ismael Mello: aprendizado contínuo após os 50

Ismael Mello, 55,  é um exemplo inspirador de como o aprendizado contínuo pode transformar vidas. Após se aposentar da Polícia Militar de São Paulo, onde trabalhou por 24 anos, ele enfrentou desafios financeiros durante a pandemia. Aos 52 anos,  decidiu se reinventar e iniciou uma pós-graduação em Educação do Comportamento Financeiro. O aprendizado não apenas o ajudou a superar dificuldades financeiras, mas também a encontrar um novo propósito para a vida.

“Acredito que o aprendizado contínuo é vital para o bem-estar e para a realização pessoal. Aprender me ajudou a encontrar propósito e significado após a aposentadoria. O aprendizado não é só para o trabalho, mas para o crescimento pessoal e para me manter relevante", conta. 

Ao tomar gosto pelo novo conhecimento, Ismael decidiu criar o projeto "Finanças Sênior", onde passou a oferecer mentorias, cursos e workshops para idosos que buscam autonomia financeira." O objetivo é ajudar os seniores a melhorar as finanças, reduzir o estresse e ter mais qualidade de vida", diz Ismael.

Ele explica que o aprendizado contínuo o mantém ativo e relevante e ainda pretende iniciar uma nova graduação em Ciências Contábeis, que acredita ser uma profissão promissora para o futuro. "Meu foco é ajudar os idosos e promover a inclusão produtiva, sempre com a intenção de criar um legado de empoderamento e transformação", finaliza. 

Confira algumas formas de aprender e exercitar o cérebro

  • Participar de cursos e oficinas online ou presenciais
  • Criar uma rotina de leitura diversificada. Ela pode envolver livros, artigos, jornais, sites e etc.
  • Explorar novos hobbies e atividades
  • Trocar experiências e conversar. Pode ser com amigos, grupos sociais ou em clubes
  • Usar aplicativos e ferramentas digitais

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