Por que exercício físico e envelhecimento deveriam caminhar lado a lado? Primeiramente, o envelhecimento é uma etapa natural da vida. Segundo estatísticas, a tendência é que as pessoas vivam cada vez mais. Acredita-se que, por volta de 2050, por exemplo, existam mais idosos do que crianças menores de 15 anos por aqui, por isso, lidar com as questões relacionadas a essa fase da vida será cada vez mais necessário. A saúde física e mental é uma delas.

No livro “Pra vida toda valer a pena viver”, a médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes afirma que viveremos mais, mas reforça que não há como isso acontecer sem que envelheçamos, é claro. E neste caso, é preciso fazer do corpo “um lugar habitável” até seu último dia. E como fazer isso? Uma das recomendações é praticar exercício físico.

Segundo a médica, é preciso lembrar que temos quatro membros que não foram projetados para ficar parados.

“Quando se chega à velhice com as articulações rígidas, o coração incapaz de cumprir sua função e um fígado que não tolera remédios mais potentes, o processo de cura de qualquer doença é muito mais trabalhoso. Exercício físico é absolutamente imprescindível para quem se propõe a envelhecer bem”, alerta.

Benefícios físicos e emocionais do exercício físico são inegáveis com o passar dos anos

Os benefícios do exercício físico para o corpo são de fato inegáveis quando se trata de envelhecimento. É consenso entre os especialistas que realizar atividade física ajuda a ganhar força e resistência. Também conserva a massa óssea e muscular, auxilia na cognição e no controle motor.

E com relação à saúde mental? Uma pesquisa realizada com 1 250 pessoas acima de 40 anos conduzida pela Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, mostrou que fazer exercício físico pode ajudar muito nesta área também.

A ansiedade, por exemplo, é uma questão normalmente frequente para quem está envelhecendo. Segundo Sarah Francis, professora da Universidade Estadual de Iowa, trata-se de um sentimento que pode englobar medos e preocupações sobre a perda de independência, alterações físicas e psicológicas e desconforto ou falta de prazer na companhia de indivíduos mais velhos.

"Investigações anteriores demonstraram que, se tivermos muita ansiedade em relação ao envelhecimento, os resultados em termos de saúde são fracos. Mas se o encararmos de forma mais positiva como uma fase da vida, teremos melhores resultados em termos de saúde. É mais provável que se façam mudanças no estilo de vida que nos beneficiem a longo prazo", afirmou Francis em comunicado à Imprensa.

Neste cenário, ter um relacionamento frequente com os exercícios físicos pode ajudar a lidar melhor com essa ansiedade. Isso porque, quem realiza atividade física com frequência, se mantém ativo fisicamente, mentalmente e socialmente. Na pesquisa americana, uma das descobertas mais importantes é que uma maior positividade em relação à atividade física está relacionada com uma menor ansiedade em relação ao envelhecimento.

Idosos usando faixa de resistência durante uma prática de exercício físico em área verde aberta. Crédito: Drazen Zigic/Shutterstock

Estudo mostra eficácia do exercício físico para combater depressão

Outro estudo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP mostrou que o exercício físico pode ajudar a melhorar sintomas emocionais. Ele auxilia no combate à depressão, tristeza profunda, ansiedade e consequente declínio cognitivo no envelhecimento. O estudo observou idosas com idade entre 60 e 90 anos. Todas elas eram participantes dos grupos de atividades físicas realizadas pelo setor de Gerontologia e Geriatria da FCT- UNESP.

Segundo as conclusões obtidas, o idoso que faz exercícios físicos terá menores chances de desenvolver ansiedade e depressão. “E isso pode ser explicado através dos hormônios liberados na hora do exercício e também pelo convívio social com outras pessoas da mesma idade”, disseram os autores. 

Como começar a praticar exercício físico independentemente da idade?

Quem nunca praticou exercício físico pode começar em qualquer tempo. É importante, porém, passar por uma consulta médica para saber se as condições físicas permitem qualquer tipo de exercício e em qual frequência. 

Além disso, especialistas recomendam que o idoso comece devagar. Ou seja, é possível começar a praticar atividade física através de alongamentos e pequenas caminhadas. Em alguns casos, pode ser importante escolher um exercício de baixo impacto, como os realizados na água. Somente um especialista poderá orientar cada caso. 

Também é importante manter a frequência na prática de exercícios. Eventualmente, chamar alguém para se exercitar junto ou fazer amizades durante o treino também pode ajudar a ter disciplina. É exatamente essa disciplina que ajudará não apenas o corpo, mas também a mente no envelhecimento. 


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