A taxa de desemprego no Brasil nos três trimestres encerrados no mês de maio ficou em 9,8%. O dado é da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua), que foi divulgada nesta quinta-feira (30/06) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O percentual está abaixo da expectativa da Reuters, que era de 10,2%. Ele é o menor desde 2015, quando foi de 8,3%.
“O nível de ocupação de maio de 2022 superou o número observado em março de 2020. O rendimento real, entretanto, demonstrou queda, assim como a massa salarial em relação aos três trimestres anteriores.", explica Arnaldo Lima, Diretor Executivo do Instituto de Longevidade MAG.
“Ou seja, há menos pessoas desocupadas, mas o rendimento caiu. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o trabalhador médio está recebendo 7,2% menos”, diz Arnaldo. “A taxa de participação, por sua vez, alcançou 62,5%, embora ainda abaixo da observada em março de 2020.”
Crédito: Fida Olga/shutterstock
PNAD mostra reflexos no rendimento além da taxa de desemprego
O rendimento real habitual do brasileiro apontado pela PNAD foi de, em média, R$ 2.613 no trimestre encerrado em maio. A queda de 7,2% no valor em comparação ao trimestre anterior foi puxada pela inflação e pela estrutura do mercado de trabalho no momento atual.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, há mais trabalhadores com rendimentos menores ainda que tenha havido uma retomada das atividades e diminuição da taxa de desemprego. “No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas”, disse ela em nota.
O IBGE informou que o crescimento da população ocupada ocorreu em boa parte dos setores. Entre eles, serviços sociais, alimentação, transporte, alojamento e educação. Só não houve crescimento em agricultura e serviços domésticos, que permaneceram estáveis.
“Com o retorno das aulas presenciais, está havendo um processo de recomposição da estrutura educacional, não apenas com a contratação de professores, mas também de trabalhadores ligados à prestação de serviços e infraestrutura dos estabelecimentos de ensino”, explicou Adriana.
Taxa de desocupação é menor da série histórica, mas continua alta na comparação global
A PNAD indicou que o número de pessoas ocupadas no Brasil (97,5 milhões) é o maior da série histórica, iniciada em 2012. O percentual também foi 10,6% maior na comparação anual. Já a população desocupada, estimada em 10,6 milhões de pessoas, registrou queda de 30,2%. Ou seja, menos 4,6 milhões de pessoas desocupadas.
Ainda assim, em comparação com outros países, a taxa de desemprego nacional é alta. O percentual de 9,8% de brasileiros sem emprego fica no topo da lista se comparado com países como Itália, Rússia, Japão, Canadá, Austrália e Estados Unidos. Para se ter ideia, na Dinamarca e no Japão a taxa está ao redor de 2%.
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