Carro, consórcio, criptmoeda, imóvel na praia ou no campo, jogos de azar, negócio próprio, pirâmide financeira, título de capitalização. Algumas aplicações podem, à primeira vista, parecer vantajosas, mas, com uma análise mais criteriosa, se revelam falsos “investimentos” que podem fazer você perder dinheiro.
“Qualquer garantia de retorno rápido com baixo risco é golpe”, alerta Marcio Wu, especialista em finanças pessoais da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). “Também existem produtos financeiros que prometem bons rendimentos, mas só são viáveis para os bancos, como os títulos de capitalização”, pontua.
Até maio deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recebeu 104 queixas sobre golpes financeiros. Em 2018, foram 124 reclamações. Se esse ritmo for mantido, a previsão é que 2019 termine com 350 contestações, isto é, o dobro do ano anterior.
Diante disso, a CVM mantém uma página de alertas, para orientar os investidores contra golpes financeiros, fraudes e aplicações irregulares.
Confira, a seguir, 7 falsos “investimentos” que podem fazer você perder dinheiro
1- Títulos de capitalização
São produtos financeiros vendidos em agências bancárias que as pessoas compram para guardar dinheiro durante um determinado período e participar de sorteios. O problema é que apenas quem é sorteado tem o título rentabilizado. “Caso contrário, o rendimento é menor que o da poupança”, afirma Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros) e da DSOP Educação Financeira.
2 - Pirâmides financeiras
São consideradas golpes e, por este motivo, podem trazer prejuízos financeiros irrecuperáveis. Elas são vendidas como promessa de rentabilidade alta, dependendo da entrada de novos participantes em um grupo. Os “investidores” são remunerados pela indicação de novos integrantes ao esquema, sendo que apenas quem está no topo da pirâmide, de fato, tem vantagem financeira. “A pirâmide se esgota quando os organizadores somem e não devolvem mais o dinheiro ou quando os próprios participantes deixam de ‘investir’”, explica Luciana Ikeda, especialista em finanças e investimentos.
3 - Carro
O carro é uma das principais armadilhas financeiras dos brasileiros porque envolve o desejo pessoal do consumidor. Assim que o veículo zero quilômetro sai da concessionária, ele perde até 20% de seu valor. Além disso, os custos fixos, como seguro, IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores) e manutenção, reduzem – e muito – o rendimento mensal do trabalhador. “A compra deve ser avaliada com cuidado, principalmente se a pessoa está para se aposentar, uma vez que ela terá menos dinheiro e mais gastos no futuro”, alerta Luciana.
4 - Criptomoedas
As criptomoedas, como os bitcoins, não são consideradas investimento porque não são regulamentadas no Brasil e, desta forma, não possuem lastro (valor real). Segundo Wu, as moedas virtuais também têm alta volatilidade no mercado e representam um risco à segurança do investidor. “Acabam sendo uma porta de entrada para golpistas”, afirma.
5 - Jogos de azar
Loteria, jogo do bicho e bingo levam as pessoas a acreditar que ficarão ricas do dia para a noite. A verdade é que esses pequenos gastos podem chegar a grandes quantias no decorrer do tempo. E pior: essas despesas, como o próprio nome diz, “não têm qualquer rendimento, são apenas prejuízos”, reforça Domingos.
6 - Imóvel na praia ou no campo
Casa na praia ou no campo não é mais considerada um investimento. Atualmente, um imóvel só é rentável se gerar algum tipo de receita, como aluguel, afirma Luciana. Por este motivo, antes de fechar um negócio, avalie gastos fixos, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), manutenção e segurança. “A venda de um imóvel distante da metrópole costuma demorar e nem sempre a pessoa consegue um bom valor”, diz.
7 - Negócio próprio
O empreendedorismo é caminho comum entre brasileiros que estão se aposentando e desejam continuar ativos no mercado. Mas, diferentemente do que muitos pensam, abrir um negócio não é um investimento. “Uma em cada quatro empresas fecha antes de completar dois anos no mercado. Ou seja, a estratégia não é garantia de rendimento. Pelo contrário, os primeiros anos da operação demandam muitos gastos e não oferecem qualquer retorno”, adverte Luciana.
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