O prato feito brasileiro é parte da cultura nacional. Mesmo com uma variedade diversa de itens, foi possível notar o aumento do preço em diversos itens comuns à mesa das famílias.

Um levantamento da BBC considerou sete itens básicos do prato feito. Sendo eles: arroz, feijão carioca, tomate, alface, alcatra, batata e ovos.

Se uma pessoa gastaria, hoje, cerca de R$ 100 para comprar todos os ingredientes, há cerca de um ano — em abril de 2022 — a mesma pessoa teria gasto aproximadamente R$ 85.

A informação é de cruzamentos de dado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a principal referência de inflação do IBGE no Brasil. E, segundo a BBC, não leva em consideração o tamanho das porções e o que vai sobrar de cada alimento. Tampouco o custo de outras variáveis, como temperos, óleo de cozinha e preço do gás para cozinhar. Se refere apenas aos sete itens.

Os preços gerais da economia subiram 12,13% nos últimos 12 meses. Já os alimentos tiveram um aumento de 16,12%. O que mostra que eles se tornaram grandes vilões da inflação brasileira. Em abril, a soma entre o aumento da alimentação e transporte representa uma alta de 80% nos preços gerais no Brasil.

No gráfico abaixo é possível notar o aumento dos preços do prato feito. E, mesmo que tenha uma redução do valor de itens como arroz e feijão preto, a maioria dos alimentos teve alta. Mais de 90% dos produtos encareceram, a maioria com altas superiores a 10%.

Além disso, especialistas acreditam que o preço deva subir ainda mais neste ano.

Um gráfico indicando o aumento do preço dos itens do prato feito.

A variação de preço e substituições do prato feito brasileiro

É comum buscar alternativas para os itens que estão mais caros. Essa é uma forma de diminuir o impacto da inflação. E, considerando que alguns alimentos do prato feito têm similares que tiveram queda, é possível substituir para tentar reduzir o gasto.

O arroz teve uma queda de 11% em um ano. Para acompanhá-lo, o feijão preto é o mais indicado, já que o preço também caiu (7%). Enquanto isso, o feijão carioca encareceu 9,4%.

O preço da carne de porco caiu quase 6% em um ano. Já a alcatra teve um aumento de 13%. A carne-seca e a de sol também podem ser substitutos, já que o preço subiu 3%, um reajuste inferior à inflação média.

Enquanto isso, o frango, que costuma ser usado como substituto da carne teve um aumento de 21%.

Ainda pensando nos itens do prato feito, a salada é mais difícil de substituir. Tubérculos, raízes e legumes encareceram 69% em um ano. Hortaliças e verduras tiveram um aumento de 36%.

As frutas também tiveram alguns itens com os preços reduzidos. O abacaxi e a banana-maçã estão 3% e 5% mais baratos, respectivamente. Mas a laranja-pêra subiu 4%. Outras variedades de banana e laranja tiveram reajustes grandes de preço.

É importante ressaltar também que essa inflação é nacional. Ou seja, os preços variaram de forma diferente de acordo com cada região do Brasil.
Um gráfico indicando quais itens ficaram mais caros e quais ficaram mais baratos em um ano. Imagem para ilustrar a matéria sobre prato feito.

Por que os alimentos estão mais caros

O aumento no preço de itens do prato feito não é uma exclusividade do Brasil. Diversos outros países também estão enfrentando esse problema.

Alguns motivos dessa escalada de preços que são comuns em todo o mundo são:

  • Problemas nas cadeias globais de suprimento (que nunca se recuperaram totalmente da pandemia);

  • E a guerra na Ucrânia (que fez o preço da energia disparar, com as sanções impostas à Rússia, além de problemas no fornecimento de cereais produzidos na Ucrânia).

Para o Brasil, essas variáveis impactaram diretamente no preço dos alimentos. Já que também afeta o custo do transporte de cargas.

Além disso, existe a expectativa de que os preços fiquem ainda mais caros nesse ano.

A corretora XP aumentou sua projeção de inflação de alimentos para este ano — de 9,5% para 11,1% — em estudo divulgado em maio. Com isso, prevê que a inflação geral no Brasil vai fechar o ano em 9,2%.

Relação salário e aumento no preço dos alimentos

Um boletim do IBGE revelou três tendência negativa para os brasileiros.

  • Os salários não estão acompanhando a alta dos alimentos;

  • Os preços estão subindo de forma mais acelerada neste ano;

  • E a maioria dos alimentos nos supermercados teve reajustes grandes.

A alta dos alimentos é o mais preocupante. De 159 alimentos cujos preços são monitorados pelo IBGE, apenas 9% (14 deles) tiveram queda nos preços nos últimos 12 meses. Os demais 91% ficaram mais caros — sendo que 54% (ou 84 itens) tiveram um aumento expressivo, de mais de 10%.

Cenoura, tomate e abobrinha, por exemplo, tiveram uma alta maior do que o dobro do preço em apenas um ano.


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