O aumento na conta de luz em setembro foi o principal responsável pela aceleração da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15). Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice subiu 0,48% no período. Esse é o maior avanço para o mês desde 2021, quando a variação foi de 1,14%.

O resultado de setembro reverte a deflação de 0,14% registrada em agosto e fica pouco abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava alta de 0,51%. Trata-se também da maior variação do indicador desde março deste ano, quando o IPCA-15 avançou 0,64%. Em setembro de 2024, a taxa havia sido de 0,13%.

Aumento na conta de luz pesa mais no bolso das famílias

As tarifas de energia elétrica residencial tiveram alta de 12,17% em setembro, após queda de 4,93% em agosto. Esse movimento transformou a conta de luz no principal fator de pressão sobre a inflação do mês.

Dois elementos explicam esse aumento. O primeiro é a manutenção da bandeira tarifária vermelha Patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. O segundo está relacionado ao fim do bônus de Itaipu. Em meses anteriores, consumidores com consumo inferior a 350 kWh receberam um desconto médio de R$ 11,59. Esse abatimento deixou de ser aplicado em setembro.

A combinação dos dois fatores elevou significativamente o custo da energia elétrica, impactando diretamente o orçamento das famílias.

IPCA-15 volta a superar 5% em 12 meses

Com a alta de setembro, o IPCA-15 acumulado em 12 meses atingiu 5,32%. Esse é o maior nível desde maio, quando a taxa havia sido de 5,4%. No mesmo período do ano passado, o acumulado estava em 4,12%.

O resultado coloca a inflação acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que a taxa deveria variar entre 1,5% e 4,5%.

O Banco Central prevê que a inflação só retornará à meta no início de 2026. Em carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, afirmou: “O compromisso do Banco Central é com a meta de inflação de 3%”. A autoridade monetária projeta que o índice oficial de preços ficará em 4,2% em março do próximo ano.

Um mulher olhando uma conta e preocupada com o aumento na conta de luz. Crédito: shurkin_son/Shutterstock

O que é o IPCA-15

O IPCA-15 foi criado para medir a variação de preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. Esse indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e funciona como uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no Brasil.

A coleta dos dados do IPCA-15 é feita em 11 regiões metropolitanas do país, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília. O levantamento considera a cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

O indicador divide as análises em nove grupos de consumo: alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

Aumento na conta de luz segue como fator de pressão

A prévia de setembro reforça que o aumento na conta de luz tem papel central no movimento inflacionário recente. Sem os efeitos da energia elétrica, a inflação teria sido bem mais moderada no período. A recomposição tarifária e a política de bandeiras tarifárias continuarão a influenciar o comportamento dos preços até o fim do ano.


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